Em 2002, com Lula eleito presidente do Brasil, a
ex-terrorista Dilma Rousseff passou a integrar o grupo que elaborou o
plano de governo, com assento na área energética. Logo, foi empossada
como ministra das Minas e Energia, cargo exercido até 2005.
Naquele mesmo 2005, o empresário belga Albert Frére comprou uma
refinaria de petróleo localizada na cidade americana de Pasadena. Ele
pagou US$ 42,5 milhões e no ano seguinte vendeu metade para a estatal
brasileira Petrobras, recebendo US$ 360 mi.
O negócio com a empresa do Brasil teve o aval da então ministra Dilma
que também presidia o Conselho de Administração da Petrobras, e que por
não saber (ela diz hoje) da cláusula “put option”, teve que comprar a
outra metade por US$ 820,5 milhões.
O bilionário belga controla um conglomerado de empresas através da
matriz Transcor Astra Group, que por sua vez administra a Astra Oil, a
tal que comprou a refinaria do Texas e repassou à Petrobras com a
benevolência da gerente energética Dilma Rousseff.
Quatro anos depois da espetacular venda em Pasadena, com Dilma
lançada candidata à Presidência da República do Brasil, uma empresa do
setor do petróleo, a Tractebel, com sede em Florianópolis, fez uma
generosa doação de R$ 1,55 milhão para a campanha.
Bom, nesse ponto, vamos interromper a ordem normal do artigo e
rememorar um dos maiores escândalos políticos dos EUA, o Watergate,
quando em 1972 o comitê de campanha dos Democratas foi assaltado por
presumíveis agentes dos Republicanos.
Os jornalistas do Washington Post, Bob Woodward e Carl Bernstein (que
se consagrariam como uma versão Lennon & McCartney do jornalismo
investigativo), contaram com uma fonte invisível para desvendar o crime
com aval da Casa Branca.
A voz via telefone de um tal “Garganta Profunda”, que não pediu prêmio pela delação, lançou a senha para os dois repórteres: “follow the money” (siga o dinheiro). E foi no rastro da grana envolvida na campanha que o caso levou Richard Nixon à renúncia.
Voltemos ao caso “PasaDilma” e ao dinheiro doado em 2010 pela
Tractebel, uma empresa que é pertencente à grande indústria francesa da
área de energia, GDF Suez, que lidera o consórcio da obra do PAC da
Usina Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia.
Pois bem. E daí?, deve estar pensando você, leitor curioso. Daí que,
lembram do bilionário belga, o Albert Frére, lá do segundo parágrafo?
Pois o cara é acionista também da gigante francesa. Ou seja, botou um pé
no Texas e outro em Rondônia.
Quer saber mais? A doação não se resumiu apenas à campanha de Dilma,
mas também foi feita para os comitês eleitorais do PT em Santa Catarina e
Rondônia, e uma parcela enviada para o diretório nacional. Em 2006,
houve R$ 300 mil para a luta de Lula.
Há claros indícios de que o esquema não quis dar bandeira, tanto que a
Tractebel tratou de enviar ajudas para outros partidos, como o PSDB,
que adicionou R$ 500 mil na campanha de José Serra e mais R$ 300 mil
para a direção estadual em Brasília.
Outros partidos, como PMDB, DEM, PDT, PPS e PR também morderam um
troco da teia armada nas empresas de Albert Frére. Os valores doados
para a campanha do PT são mixaria, comparados ao rombo bilionário na
Petrobras. Sigam o dinheiro!