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sexta-feira, março 14, 2014

MERVAL PEREIRA: Me engana que eu gosto


A presidente Dilma Rousseff acaba de indicar vários técnicos para seu ministério, passando uma imagem de que desistiu do toma-lá-dá-cá que vinha caracterizando as negociações com os partidos da base aliada, especialmente o PMDB. Segundo os analistas chapas-brancas, ela teria colocado a parte podre PMDB em seu devido lugar, dando-lhe o recado de que não aceitava mais esse jogo.
 
Perfeito para a propaganda que o marqueteiro João Santana prepara, vendendo a volta da faxineira ética. Só que é tudo de mentirinha, a reforma foi toda negociada com os partidos da base, cada qual com seu bocado do governo, só que desta vez nomeando técnicos.
 
No PMDB, a presidente Dilma trocou o deputado federal Eduardo Cunha, identificado pelo Palácio do Planalto como o comandante da banda podre do partido, pelo senador Renan Calheiros, que representaria “o PMDB da Dilma” e, por definição, não seria parte da podridão partidária. Vai ser difícil convencer que a presidente não trocou seis por meia dúzia.
 
A mais perfeita síntese da ética que comandou a mudança ministerial foi a troca do ministro da Pesca, essa peça imprescindível ao bom andamento do governo. Saiu Marcelo Crivela, para candidatar-se ao governo do Rio, e entrou no seu lugar o senador do PRB do Rio Eduardo Lopes, que vem a ser o suplente do próprio Crivela. Quer dizer, Crivela continua à frente do ministério da Pesca.
 
E a crise com a bancada da Câmara do PMDB continua do mesmo tamanho. Dividir o PMDB do Senado e da Câmara pode dar certo e Dilma ficar com os quatro minutos de tempo de televisão do PMDB. Mas as dissidências regionais continuam do mesma tamanho.

Me engana que eu gosto.

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