Este senhor aí da foto é Albert Frère, um megaempresário belga. O homem mais rico daquele país. Ele era o dono da refinaria Pasadena, por meio da Astra Transcor Energy, que foi comprada por U$ 42 milhões como sucata e vendida por U$ 1,12 bilhão para a Petrobras.
Este senhor possui 8% das ações da GDF Suez Global LNG, ocupando a cadeira de vice-presidente mundial nesta mega organização, maior produtora privada de energia do planeta.
A GDF Suez possui negócios com a Petrobras no Recôncavo Baiano, mas seu principal negócio no Brasil é a Tractebel Energia, dona de um faturamento de quase R$ 6 bilhões anuais. É dona de Estreito, Jirau, Machadinho, Itá e dezenas de hidrelétricas, termelétricas, eólicas.
A Tractebel, que é da GDF Suez, que tem como um dos principais acionistas o senhor Albert Frère, que é um dos donos da Astra Transcor Energy, que passou a perna no Brasil em U$ 1,12 bilhão, foi uma grande doadora da campanha de reeleição de Lula, em 2006. A doação de R$ 300 mil chegou a ser contestada na sua legalidade. Também foi uma das patrocinadores do filme Lula, Filho do Brasil.
Já em 2010, para a eleição de Dilma, a Tractebel doou quase R$ 900 mil.
O dinheiro que ajudou a reeleger Lula e eleger Dilma veio, assim, mesmo que indiretamente, da Petrobras. Daquela bolada que ela pagou, inexplicavelmente, pela Refinaria Pasadena. Como é pequeno este mundo da corrupção.
Lula e Dilma, presenças constantes nas inaugurações dos empreendimentos da Tractebel. Essa é de 2009.
RESUMO DO CASO PASADENA
Albert Frère, homem mais rico da Bélgica, com fortuna avaliada em cerca de US$ 5 bilhões, é controlador da empresa belga Astra Oil, que comprou a refinaria de Pasadena em 2005 por US$ 42,5 milhões e no ano seguinte vendeu 50% dela para a Petrobras por US$ 360 milhões.
A Petrobras alega que a companhia belga Astra pagou US$ 42 milhões por Pasadena e investiu na unidade mais US$ 84 milhões. A Petrobras então teria comprado metade da refinaria por US$ 190 milhões, e investido nela outros US$ 170 milhões.
O valor pago pela Petrobras pelos primeiros 50% da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pode ter sido maior do que vem sendo divulgado pela empresa, documento encaminhado pela estatal à Securities Exchanges Comission (SEC), órgão regulador do mercado financeiro americano, divulgado pelo "Jornal Nacional", aponta que a empresa pagou US$ 416 milhões em vez de US$ 360 milhões. O relatório teria sido enviado à SEC em 2007, um ano depois de a compra ter sido efetivada.
Para justificar a compra, a presidente Dilma argumentou que a cláusulas Marlim (que garantia lucro de 6,9% ao ano à sócia Astra, independente das condições do mercado) e a que obrigava a estatal a comprar os 50% restantes (put option) em caso de divergências entre as empresas, não haviam sido mencionadas no resumo executivo preparado pela diretoria internacional da Petrobras, analisado na reunião de 3 de fevereiro de 2006, em que o negócio foi aprovado.
Outro documento obtido pelo "Jornal Nacional", a ata de uma reunião realizada em 20 de junho de 2008, afirma que "não constou do resumo executivo a informação sobre a cláusula Marlim" e que "o teor da cláusula não foi objeto de aprovação do Conselho de Administração".
As empresas se desentenderam e a Astra tentou valer uma cláusula do contrato que previa que a Petrobras deveria comprar a outra metade do negócio. A estatal, inicialmente, se negou a cumprir a cláusula, mas após uma longa disputa judicial na corte federal do Texas, teve que aceitar o negócio em 2012, pagando mais US$ 820 milhões.
Se a Petrobras teve um prejuízo bilionário com a compra da refinaria Pasadena (EUA), o barão Albert Frére foi quem lucrou com o negócio com a estatal brasileira. O negócio da refinaria de Pasadena (EUA) ajudou o belga Albert Frère a se firmar com o homem mais rico de seu país.
Frére não terminou o colegial e começou a carreira salvando o negócio de sucata da família. Com uma fortuna estimada em US$ 4,9 bilhões, o barão ocupa a posição 295 no ranking de bilionários da revista "Forbes"; está bem acima dos outros dois bilionários de seu país: Patokh Chodiev (US$ 1,7 bilhão) e Albert Blokker (US$ 1,4 bilhão).
Albert Frère recomprou do BNP Paribas no ano passado 30% do capital da Compagnie Nationale a Portefeuille (CNP) de meios de comunicação, serviços públicos e petróleo. Ele havia vendido a participação de seu império ao banco francês em 2011.
O empresário ainda é conhecido pela paixão por vinhos – é um dos donos do francês Chateau Cheval Blanc. Em 1994, recebeu o título de "barão" das mãos do rei Albert 2º. Ele é controlador da empresa belga Astra Oil, que comprou a refinaria de Pasadena em 2005 por US$ 42,5 milhões e no ano seguinte vendeu 50% dela para a Petrobras por US$ 360 milhões.
A Astra Oil é subsidiária da Transcor Astra Group, que integra a holding CNP (Compagnie Nationale à Portefeuille), dirigida pela família de Frére. A CNP atua em aquisição e investimentos em vários países – como Estados Unidos, França e Alemanha– no ramo de energia, comunicação, bancos e até na área dos famosos sorvetes belgas.
A compra da refinaria é investigada pelo Tribunal de Contas da União, Ministério Público do Rio e pela Polícia Federal.
Gráfico elaborado pelo Blog O Saci-Pererê
Fontes: Estadão, Folha, O Globo, Infomoney, Blog do Coronel