BALANÇO SEMANAL — 17 a 21/02/2014
- Orçamento do Funcafé em 2014 será de R$ 3,825 bilhões. CNC negocia com Governo Federal a repactuação do passivo referente às CPR’s.
FUNCAFÉ 2014 — Na segunda-feira, 17 de fevereiro, participamos de reunião extraordinária do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Na oportunidade, foi debatido o montante de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) a ser empregado na safra 2014, bem como a distribuição por linhas de financiamento. Os titulares do colegiado aprovaram, preliminarmente, um orçamento total de R$ 3,825 bilhões, conforme planilha abaixo.
Para este ano, a novidade foi a aprovação da criação de uma linha de financiamento para capital de giro voltado aos exportadores, que terão R$ 250 milhões à disposição para a compra obrigatória de café dos produtores brasileiros, seguindo, provavelmente – ainda não foram definidas as condições –, os prazos e taxas das linhas de capital de giro existentes para indústrias de torrefação e de solúvel e para as cooperativas de produção.
O Conselho Nacional do Café entende que a criação desta linha, aliada às demais existentes de capital de giro, é importante para toda a cadeia café, haja vista que deverá aumentar a liquidez no setor.
RECURSOS PARA COLHEITA — Antes mesmo da liberação dos recursos para a safra 2014, o Conselho Nacional do Café recorda que já estão à disposição dos produtores R$ 300 milhões para o financiamento da colheita do café, recursos oriundos de 2013 e que foram remanejados para essa linha de financiamento este ano devido ao atraso na aplicação dos valores no ano passado. O empréstimo é para as despesas de pré-colheita, colheita e processamento do café na safra em curso. O prazo para pagamento do financiamento vai até 30/12/2014 e, caso o cafeicultor decida converter em linha de estocagem, o prazo final da operação passará para até 30/10/2015.
CPR — Também nesta semana, o presidente executivo do CNC, deputado federal Silas Brasileiro, em trabalho conjunto com o Secretário Adjunto de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Fazenda, João Rabelo Júnior, e o Secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, João Alberto Paixão Lages, acertaram com o Banco do Brasil a prorrogação do passivo referente às Cédulas de Produto Rural (CPR’s). O acordo permitirá o refinanciamento de aproximadamente R$ 200 milhões ao longo de cinco anos. O BB fará análise de caso a caso, concederá um ano de carência para o início do pagamento e taxas de 10% ao ano.
O Conselho Nacional do Café agradece, mais uma vez, o empenho da área econômica do Governo Federal na tramitação para mais essa conquista e, em especial, ao Banco do Brasil por sua sensibilidade, a qual permite que os produtores de café do País tenham condições justas para honrarem seus compromissos e permanecerem na atividade buscando rentabilidade e sustentabilidade.
ESTIAGEM — Nos contatos que estamos mantendo com nossos parceiros e associados, já podemos prognosticar que, tanto a safra 2014, quanto a 2015, terão quebras no volume a ser produzido. Entretanto, por essa estiagem nos meses de janeiro e fevereiro ser inédita, ainda não podemos estimar com precisão as perdas. A única certeza é que o Brasil colherá menos café em ambos os ciclos, mas quantificar o volume será possível somente quando analisarmos qual será o efeito do retorno das chuvas em nossos cafezais.
MERCADO — As precipitações que atingiram as regiões produtoras brasileiras no final da semana passada foram insuficientes para recuperar a umidade do solo, o que aumentou a preocupação entre os agentes de mercado quanto às perdas quantitativas e qualitativas nas safras 2014/15 e 2015/16. As áreas em situação mais crítica de déficit hídrico são Zona da Mata, Norte e Sul de Minas Gerais, Oeste da Bahia e Norte do Espírito Santo.
Os técnicos de campo ainda não arriscam previsões sobre os números das perdas, já que vivenciam uma situação climática excepcional para a época do ano. Tal cenário aumenta o nervosismo do mercado, resultando em forte volatilidade nas cotações da variedade arábica. Nesta semana, a alta registrada no Contrato C da Bolsa de Nova York foi expressiva e surpreendente, sendo que o café destacou-se pelos maiores ganhos entre as commodities negociadas no mercado futuro (gráfico abaixo).
Apenas na terça e quarta-feira os preços futuros do arábica acumularam os maiores ganhos já registrados em dois dias em mais de 11 anos e retornaram aos níveis negociados em outubro de 2012. O vencimento maio, após movimento de realização de lucros, encerrou a quinta-feira a US$ 1,695 por libra-peso, refletindo valorização de 2.715 pontos na semana. Desde o início do ano, a média dos dois primeiros vencimentos do Contrato C já acumula alta de 30%.
Os fundos de investimento, em seu movimento de cobertura das posições vendidas, têm contribuído para impulsionar as cotações. O saldo líquido dos fundos no mercado futuro e de opções de café arábica da Bolsa de Nova York passou de vendido em 15.668 lotes, no dia 28 de janeiro, para saldo líquido comprado de 7.499 lotes, em 11 de fevereiro.
Os cafeicultores da América Central e da Colômbia também têm se beneficiado com as condições climáticas adversas no Brasil, que reflete no aumento dos prêmios pagos aos cafés especiais. Para alguns tipos de cafés colombianos, o prêmio em relação às cotações do arábica na bolsa nova-iorquina quase dobrou desde o final do ano passado, para cerca de US$ 0,14 por libra-peso.
Ainda impulsionados pela valorização do arábica, os preços da variedade robusta apresentaram significativa alta na Bolsa de Londres. Na quinta-feira, o fechamento do vencimento maio do contrato 409 foi de US$ 1.959 por tonelada, representando alta de US$ 153 na semana. A perspectiva de redução da oferta de café da Indonésia também tem favorecido a valorização das cotações. Estimativas da Agência Bloomberg apontam para uma redução de 17% nos embarques indonésios neste ano, para 375 mil toneladas, ante as 450 mil toneladas exportadas em 2013. Além da redução dos volumes colhidos em função do excesso de chuvas, o consumo doméstico deverá crescer 7,5% em 2014, impulsionado pelas eleições e Copa do Mundo, segundo a Associação dos Exportadores de Café deste país.
Analistas consideram que, diante da perspectiva de redução da oferta mundial de café arábica, a arbitragem entre as Bolsas de Londres e Nova York tende a alargar-se. Esses diferenciais, que já atingiram mínima de US$ 0,36 neste ano, saltaram para cerca de US$ 0,84 na última quarta-feira.
Os preços praticados no mercado doméstico brasileiro seguiram a tendência internacional, registrando alta expressiva e refletindo no aumento da liquidez do mercado. Até o fechamento de ontem, os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o arábica e conilon valorizaram-se, respectivamente, 11,9% e 5,1%, sendo cotados a R$ 386,19/sc e R$ 248,58/sc. Na quarta-feira, o indicador do arábica atingiu o maior valor desde 3 de outubro de 2012, encerrando o dia em R$ 387,99/sc.
Por sua vez, o dólar comercial encerrou a quinta-feira em tendência de queda, com o mercado reagindo positivamente ao anúncio das metas fiscais do governo brasileiro para 2014. A moeda norte-americana atingiu ontem a menor cotação desde 22 de janeiro, de R$ 2,374, acumulando desvalorização de 0,6% na semana.
Conselho Nacional do Café — Assessoria de Comunicação
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