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segunda-feira, dezembro 17, 2012

Mormo - Epidemia em equinos deixa Ceará em alerta

A Secretaria da Saúde do Estado já registrou cinco casos em animais e atenta para o risco da moléstia em humanos

Uma rara doença que atinge equinos tem sido motivo de alerta no Ceará. A causa da preocupação é um surto da mormo em algumas regiões da área metropolitana de Fortaleza, como Caucaia, Aquiraz e Horizonte, o que gerou alerta epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) aos profissionais de saúde. A doença é transmitida pela ingestão de alimentos ou água contaminados e acomete cavalos, burros e mulas. Em outubro deste ano, foram registrados cinco casos no estado. Três em Caucaia, um em Aquiraz e um em Horizonte.

Embora seja uma zoonose, o mormo ainda não foi registrado em nenhum ser humano no Brasil, mas os animais correm sério risco FOTO: HONÓRIO BARBOSA


O último registro da doença, segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri) havia sido apontado em 2007. Além do Ceará, o Estado de Minas Gerais, em julho, também contabilizou cinco casos. Nos últimos dez anos, a mormo atingiu equinos em 15 estados do Brasil.

Além dos equinos, a doença, causada pela bactéria "Burkholderia mallei", pode infeccionar outros animais, entre eles, cães, gatos e cabras. A infecção também pode contaminar humanos - embora não haja registros no Brasil - por meio do contato com a pele, mucosas, tecidos ou fluidos corporais de animais infectados. No humanos, os sintomas gerais incluem febre, sudorese, mal-estar, mialgia e cefaleia. Como não existe cura, a moléstia é considerada fatal.

Perigos

Já nos animais, a mormo está associada a úlceras necróticas e nódulos na cavidade nasal, além de pneumonia, abscessos nodulares e deterioração progressiva dos órgãos internos. Os animais com laudo positivo da mormo são submetidos ao sacrifício. Caso exista suspeita no animal, a situação deve ser imediatamente comunicado a Adagri.

"A doença é perigosa porque a única maneira de solucioná-la é sacrificando o animal. Alertar a população contra a mormo é fundamental porque se trata de uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida do animal para o humano e é preocupante porque não tem cura", afirma a gerente de Epidemiologia e Análise de Risco da Adagri, Maria Hermeline Ribeiro. A maior atenção, segundo Hermeline, deve ser de pessoas que cuidam de animais, a exemplo de veterinários, tratadores, vaqueiros e profissionais de laboratório.

Para evitar mais casos no Ceará, a Adagri se reuniu com a Diretoria de Sanidade Animal para elaborar um planejamento emergencial, além da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará para ciência e envolvimento de registros de casos de animais e pessoas expostas ao contato mais intenso com animais.

LÍVIA LOPESREPÓRTER
Diário do Nordeste

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