Empreendedores interessados em instalar empresas voltadas ao agronegócio terão uma boa vitrine de oportunidades, durante a Frutal 2007, que acontece de 10 a 13 de setembro, no Centro de Convenções Edson Queiroz, em Fortaleza (CE). A Embrapa Agroindústria Tropical vai mostrar as tecnologias inseridas no Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Empresas de Base Tecnológica Agropecuária e à Transferência de Tecnologia (Proeta), que envolvem processos agroindustriais, micropropagação de plantas e produtos derivados de leite de cabra.
O programa – que é parcialmente financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - tem o objetivo de incentivar a criação de micros, pequenas e médias empresas que queiram utilizar tecnologias geradas ou adaptadas pela Embrapa, a partir do processo de incubação. Esse processo promove o desenvolvimento socioeconômico, ao induzir o surgimento de unidades produtivas que contribuam para o aumento da produção e a criação de postos de trabalho, a custos reduzidos. No Ceará, a iniciativa conta com a parceria do Parque de Desenvolvimento Tecnológico (PADETEC), da Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial (Nutec) e do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec).
Segundo o chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, Lucas Antonio de Sousa Leite, “o Proeta é uma resposta inovadora da Embrapa às demandas regionais de transferência de tecnologia, e se constitui numa oportunidade de alavancar o desenvolvimento e dar base ao empreendedor para constituição de empresas no setor agropecuário”.
Resultados
Duas empresas cearenses já iniciaram o processo de incubação - Panflora e Sabor Tropical. A primeira atua na produção comercial de mudas de antúrios e helicônias por micropropagação in vitro, incubada pelo Parque de Desenvolvimento Tecnológico (Padetec). A Sabor Tropical está desenvolvendo extrato de bagaço de caju rico em pigmento, incubada pela Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial (Nutec). A tecnologia, desenvolvida pela Embrapa Agroindústria Tropical, teve a solicitação de patente requerida junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 2001.
Atualmente, as seguintes tecnologias estão disponíveis para incubação e poderão ser conhecidas na Frutal 2007:
Pigmento de caju
O caju contém carotenóides e compostos fenólicos, sendo que muitos desses compostos permanecem no bagaço após a extração do suco. A Embrapa Agroindústria Tropical desenvolveu um processo, livre de solventes orgânicos, para a obtenção e a concentração de um extrato que contém esses compostos.
Atualmente, existe uma tendência para o uso de corantes naturais. Os carotenóides são uma classe de compostos que já são amplamente utilizados para esse fim. Outra tendência mundial é a dos alimentos funcionais, que na sua maioria contêm carotenóides e fenólicos, que contribuem para a atividade antioxidante. Já é possível encontrar alimentos com alegações funcionais, com adição ou não de compostos antioxidantes. O extrato pode ser um ingrediente para produtos especiais, que queiram aumentar sua atividade antioxidante.
Cajuína
Nas regiões produtoras de caju, a cajuína – suco clarificado de caju – é um produto bastante apreciado e considerado quase como uma identidade regional. Apesar de bastante conhecida, seu consumo ainda é baixo, principalmente por falta de disponibilidade do produto.
A tecnologia desenvolvida pela Embrapa Agroindústria Tropical aprimorou a técnica de processamento da cajuína, utilizando o conceito de processamento térmico contínuo e envase do produto em embalagens não convencionais. Com isso, é possível obter um processo economicamente viável, com modernas técnicas de produção e com oferta de produto ao longo do ano. Outra vantagem é melhorar o sistema de embalagem da cajuína.
Compota clarificada de caju - O produto consiste de cajus despeliculados imersos em uma calda clara e brilhosa, com uma leve coloração amarelo-palha. É uma compota rica em vitamina C. A adstringência e a acidez do caju são reduzidas devido à retirada da película e à incorporação de açúcar, o que lhe conferindo, conseqüentemente, um sabor mais suave que o pedúnculo in natura.
A tecnologia desenvolvida pela Embrapa Agroindústria Tropical pode ser adotada por associações de pequenos produtores rurais interessados em agregar valor ao seu produto. O pacote tecnológico inclui também orientações sobre a qualificação e a capacitação da mão-de-obra e o uso de boas práticas de fabricação a serem adotadas no processo.
Barra de caju
A barra de caju desenvolvida pela equipe da Embrapa Agroindústria Tropical possui grande teor de vitamina C, devido à incorporação, não somente do pedúnculo, mas também da castanha caju e do suco clarificado concentrado de caju na sua composição. Esse produto favorece a utilização comercial do pedúnculo com aspecto impróprio para ser utilizado como caju de mesa e se apresenta como uma boa alternativa para o aproveitamento integral do caju.
A barra de caju possui grande potencial de comercialização devido às suas propriedades funcionais, ao grande valor agregado e ao baixo custo de estocagem e transporte. Como toda tecnologia de processamento de alimentos, uma das mais importantes etapas do processo é a adoção de boas práticas de fabricação que garanta a boa qualidade do processo e do produto final.
Micropropagação de plantas
A micropropagação de plantas permite uma multiplicação rápida e em períodos de tempo e espaço reduzidos, tendo ainda a vantagem adicional de manter a identidade genética do material propagado.
A técnica também proporciona uma maior facilidade nos tratos culturais, maior vigor e precocidade de produção e maior produtividade. As mudas produzidas por micropropagação possuem um padrão genético mais resistente a pragas e doenças, além de ter uma alta taxa de multiplicação em comparação aos métodos tradicionais de propagação. Só para se ter uma idéia, quando se utiliza a micropropagação, o rendimento médio do abacaxi ornamental, por exemplo, é de 500 a 1.000 mudas por matriz. Pelo método tradicional, a média não passa de oito mudas por matriz.
Aproveitamento da casca de coco verde – A procura por alimentos saudáveis tem aumentado o consumo da água-de-coco verde em todo o Brasil. O problema, no entanto, é que o aumento na produção e no consumo da água-de-coco está gerando cerca de 6,7 milhões de toneladas de casca/ano, material de difícil degradação e que é foco de proliferação de doenças. Além disso, por conta do seu volume, esse resíduo está diminuindo a vida útil de aterros sanitários e lixões.
Para diminuir o impacto ambiental negativo do consumo da água-de-coco, a Embrapa Agroindústria Tropical desenvolveu tecnologia e uma linha de equipamentos para o aproveitamento da casca de coco verde. O resíduo passa pelas etapas de trituração, prensagem e classificação, transformando-se em pó e fibra, que podem ser utilizadas para diversas finalidades. O pó pode ser usado, por exemplo, como substrato agrícola e composto orgânico. A fibra possui uma gama de aplicações, como matéria-prima para a confecção de vasos e placas para plantio, em substituição ao xaxim; para diversos tipos de artesanato como potes, bolsas, abajures; para estofamento de veículos, além de biomantas, que podem ser usadas na contenção de encostas ou de áreas degradadas e também para decoração de interiores.
Doce de leite de cabra em tablete
O produto pode ser uma alternativa para pessoas com alergia ao leite de vaca, o que lhe confere um promissor potencial de consumo.
A formulação desenvolvida pela Embrapa Caprinos apresenta elevado teor protéico e mineral, baixa umidade e baixa atividade de água. É totalmente natural e não apresenta na sua composição amido, conservantes ou flavorizantes. Além disso, o produto apresenta uma redução de açúcar refinado de 25% a 29% em relação aos doces tradicionais, o que pode reduzir o custo de produção.
Queijo coalho de cabra
O queijo de coalho é de origem brasileira, fabricado principalmente por produtores da Região Nordeste. Na tecnologia original, é feito com leite cru. A Embrapa Caprinos domina a tecnologia de fabricação de queijo coalho com leite de cabra, que une as características de cor, aroma e sabor do tradicional queijo coalho nordestino.
No mercado, esse produto é uma alternativa aos consumidores que não podem ou não querem ingerir leite de vaca. O queijo coalho também pode ser condimentado com pimenta, orégano, cominho e cravo, proporcionando uma agregação de valor ao produto.
Teresa Barroso (DRT 812CE JP) – 06/09/07
Contatos: (85) 3299 1907 / 9953 8290
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