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quinta-feira, abril 05, 2007

Biocombustível: Produção de Etanol no Brasil pode ser prejudicada pelo Aquecimento Global

Uma das soluções para reduzir a emissão de CO2 no mundo, o biocombustível, corre sérios riscos de não ser produzido no país nas próximas décadas devido ao aquecimento global do planeta. Isso pode acontecer por causa do excesso de raios solares, escassez de água e acúmulo de CO2 nos solos destinados ao plantio da cana-de-açúcar, matéria-prima para a produção do álcool. O Brasil, então, perderá a chance de ser pioneiro no desenvolvimento da cadeia agroindustrial do biocombustível.
Esse alerta foi dado pelo pesquisador da Embrapa, Eduardo Assad, em audiência pública realizada pela Comissão de Agricultura (CAPADR), nesta última terça-feira na Câmara dos Deputados. Assad estuda os efeitos da mudanças climáticas na agricultura brasileira e observou que a temperatura mínima do país vem crescendo muito nos últimos anos, gerando um cenário adverso para a produção agrícola nacional. “Quanto maior a temperatura, menor são as áreas capacitadas para o plantio. Todas as regiões periféricas ficarão inutilizadas, como o nordeste e o sul”, explicou o pesquisador.
Para Assad, não é só a produção brasileira de cana-de-açúcar que será prejudicada pelas alterações climáticas do planeta, mas importantes culturas como a soja, feijão, arroz, milho e algodão serão drasticamente dizimadas no país. Segundo uma simulação feita no estudo da Embrapa, se a temperatura aumentar em apenas 1ºgrau milhares de hectares deixarão de possuir condições favoráveis para a agricultura.“Em termos econômicos isso será uma catástrofe para o país. O café, por exemplo, só poderá ser produzido no sul do país onde as temperaturas são mais amenas, café este, insuficiente para abastecer o consumo nacional”, pontuou ele. Esse aumento de 1o grau é irreversível, já que os gases emitidos demoram cerca de 30 anos para sair da atmosfera.

Trangênicos
O pesquisador mostrou a necessidade de produzir plantas que possuam genes resistentes a essas condições adversas. “Esse melhoramento genético na agricultura brasileira é urgente. Deve-se produzir variedades resistentes às altas temperaturas e a seca, além de introduzir novas culturas”. A Embrapa vem avançando nas pesquisas e já vem obtendo bons resultados com a prospecção de genes, recentemente, desenvolveu uma planta de soja tolerante a seca.

Informações adicionais:
Guida Gorga
(61) 3216-6402
Assessora de Comunicação
Comissão de Agricultura - CAPADR
Câmara dos Deputados

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