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quarta-feira, março 14, 2007

Ganhos da soja transgênica no Brasil já somam US$ 2,9 bilhões e os do milho transgênico podem atingir US$ 192 milhões anuais

Segundo estudo realizado para a ABRASEM – Associação Brasileira de Sementes e Mudas, transgênicos brasileiros ganhos econômicos anuais de mais de US$ 1 bilhão
"Os ganhos de eficiência proporcionados pelo uso de lavouras geneticamente modificadas no Brasil são vários e importantes", afirmou ontem, dia 13, em Brasília, o economista Edgard Antonio Pereira, da EDAP – Consultoria e Assessoria Econômica, responsável pelo primeiro estudo de avaliação dos impactos econômicos no Brasil do uso de sementes transgênicas de soja, milho e algodão, conduzido a pedido da ABRASEM, a entidade que representa os produtores de sementes transgênicas. De acordo com o presidente da entidade, Ywao Miyamoto, ao comentar os resultados do estudo, "a eficiência das lavouras transgênicas pode ser medida pelo maior controle das pragas e das plantas daninhas, possibilitando um rendimento físico mais elevado, em termos de produção por área cultivada. Soma-se a esta eficiência uma redução de custo proporcionada pelo uso menos intensivo de herbicidas e inseticidas”.
Os benefícios ambientais constatados pelos pesquisadores da EDAP decorrem exatamente das características de plantio nas lavouras transgênicas. “Com um menor volume de agrotóxicos utilizados no campo, o meio ambiente, os consumidores e os agricultores saem beneficiados, uma vez que um volume menor de agrotóxicos leva a uma menor toxidade do solo, rios, lençóis freáticos e dos alimentos", esclarece Edgard Pereira, que também é professor da Unicamp, acrescentando outra característica positiva desse plantio: a redução do risco da atividade de pulverização para a saúde dos agricultores.
Segundo o estudo, com a adoção de culturas de algodão e milho geneticamente modificadas, o uso de agrotóxicos no Brasil, especialmente inseticidas e herbicidas, pode baixar 4.632 toneladas por ano. Tal volume pode ser ainda mais substancial, antevê o presidente da ABRASEM, "à medida que o governo libere novas autorizações para o plantio comercial de lavouras transgênicas, possibilitando aos produtores brasileiros aumentarem o ritmo de adoção da tecnologia”.
De acordo com o economista Edgard Pereira, o grau de satisfação dos agricultores com as lavouras transgênicas é tão grande que a área plantada mundial cresceu 60 vezes de 1996 até 2006, passando de 1,7 milhão de hectares para 102 milhões de hectares. Entre os 22 países que adotam o plantio transgênico, o Brasil já ocupa o terceiro lugar em área plantada (11,5 milhões de hectares em 2006) após Estados Unidos e Argentina. Na seqüência do ranking, vêm Canadá, Índia e China, aqui consideradas apenas as principais culturas. Segundo o economista, globalmente, a soja e o algodão lideram os ganhos auferidos pelos produtores: US$ 14,4 bilhões e US$ 4 bilhões, respectivamente. Os ganhos econômicos do período vieram acompanhados de uma diminuição de 7% no uso de agrotóxicos, ou seja, 224 mil toneladas desses produtos deixaram de contaminar o meio ambiente e a saúde de consumidores e agricultores.
No Brasil, essa receptividade também é grande entre os agricultores. Os benefícios econômicos medidos pelo estudo já atingem US$ 2,3 bilhões para a cultura de soja transgênica que, oficialmente, começou a ser plantada na safra 2003/2004. Deste total, US$ 1,3 bilhão provém de economia acumulada de custos e US$ 951 milhões decorrem dos ganhos econômicos advindos da elevação de produtividade. Considerando os impactos da soja transgênica a partir da safra 1998/1999 quando, mesmo proibidos, os agricultores brasileiros iniciaram o plantio de fato, os ganhos econômicos podem chegar a US$ 2,9 bilhões, segundo os cálculos dos pesquisadores da EDAP.
Segundo Miyamoto, o estudo avaliou ainda os benefícios econômicos e ambientais que podem trazer ao Brasil os cultivos transgênicos de algodão (uma primeira e única variedade aprovada para plantio em 2006) e de milho (cinco variedades em avaliação final na CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança). Para o milho, o estudo estima que, com uma participação de 50% de plantio transgênico na atual área plantada de milho, o Brasil teria ganhos anuais de US$ 192 milhões. Desse total, US$ 161 milhões resultariam de elevação de produtividade e US$ 31 milhões da redução de custos decorrente da menor utilização de inseticidas. Com o plantio do milho transgênico nessa área prevista, pelo menos 1.739 toneladas de agrotóxicos deixariam de contaminar o meio ambiente e os alimentos brasileiros.
Para a cultura de algodão transgênico, uma igual estimativa de plantio em 50% da atual área plantada, também resultaria significativos ganhos econômicos e ambientais. Como o cultivo do algodão é uma atividade de uso intensivo de agrotóxicos, os benefícios ambientais seriam ainda superiores aos do cultivo de milho. A redução de volume de agrotóxicos nas lavouras chegaria a 2.893 toneladas, com uma redução de custos de US$ 35 milhões para os agricultores. Somando-se outros US$ 51 milhões resultantes da elevação de produtividade da lavoura transgênica de algodão, o ganho econômico total para o Brasil com o uso de pelo menos 50% da área plantada com algodão transgênico, segundo a avaliação dos pesquisadores, atingiria US$ 86 milhões anuais.
De acordo com o presidente da ABRASEM, este estudo dos impactos econômicos das lavouras transgênicas deve ser o primeiro de uma série periódica. "Temos que avaliar a evolução econômica das lavouras para estabelecer nossas estratégias mercadológicas", informa o dirigente. Além disso, segundo ele, deverá ser feito um estudo exclusivo para avaliação dos impactos ambientais da soja transgênica, aspecto que não foi contemplado nesse primeiro levantamento. "As metodologias de avaliação dos impactos ambientais do milho e do algodão são similares, mas no caso da soja, é preciso uma metodologia específica", esclarecem os economistas Rodrigo D.Hussne e João Paulo G. Leal, que compuseram a equipe da EDAP, coordenada pelo professor Edgard Pereira.
O estudo menciona ainda as novas plantas transgênicas de segunda geração, como as variedades capazes de resistir à seca, às inundações, à salinidade e até a metais pesados e faz uma avaliação da importância dos alimentos transgênicos na dieta das populações mais pobres. “É uma ferramenta útil para reduzir os problemas relacionados à disponibilidade de alimentos. Permite elevar a produção sem aumentar a pressão sobre o meio ambiente e, ao mesmo tempo, ao imprimir maior eficiência à produção, pode levar à diminuição de preços. Além disso, a biotecnologia agrícola possibilita desenvolver plantas que contenham vitaminas e outros nutrientes de importância para as dietas de populações onde essas carências sejam diagnosticadas", esclarece o professor Edgard Pereira, também economista-chefe do IEDI (Instituto de Estudos para o desenvolvimento da Indústria).

Integra do estudo: www.edap.com.br


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