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terça-feira, outubro 24, 2006

Custos e sementes de soja já estão disponíveis

O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com uma produção de 51,2 milhões toneladas de grãos em 2005, segundo dados do IBGE. Mato Grosso e Mato Grosso do Sul juntamente com Paraná e Goiás estão na lista dos Estados maiores produtores da cultura, representando 70,5% da produção nacional.
A Embrapa Agropecuária Oeste, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apresenta as estimativas dos custos de produção fixo, variável e total da cultura da soja para a safra 2006/07, tomando como base os sistemas de produção predominantes entre produtores de diferentes municípios dos Estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Em Dourados-MS, considerou-se o Sistema Convencional (SC) que utiliza o preparo do solo e o Sistema Plantio Direto (SPD) que se caracteriza pela semeadura direta sobre palha da cultura anterior, sem revolvimento do solo. Nos demais municípios de MS predomina um sistema de produção de soja caracterizado pela semeadura direta sobre palha de milheto.
“Em Mato Grosso do Sul, o menor custo de produção encontrado é o de Dourados, no Sistema Plantio Direto (SPD), estimado em R$ 941,83 e o maior é o de Maracaju, com R$ 1.154,72. O custo total médio por saca de 60 kg variou de R$ 17,12 em Dourados no SPD a R$ 23,06, em Dourados no Sistema Convencional. Em relação à safra 2005/06, houve uma redução média de 15,2% no SC e de 17,1% no SPD, em Dourados; 18,7% em Maracaju; 17,4% em Ponta Porã; 17,3% em Chapadão do Sul e 14,8% em São Gabriel do Oeste. Essa redução está relacionada à baixa nos preços dos insumos agrícolas”, explica o socioeconomista e pesquisador da Embrapa, Alceu Richetti.
Para Mato Grosso, o menor custo é o de Sapezal, com R$ 1.120,52 e o maior, Primavera do Leste, R$ 1.193,00. “O custo total médio por saca de 60 kg variou de R$ 20,37 em Sapezal a R$ 21,69, em Primavera do Leste. Em relação à última safra, houve uma redução média de 19,0% em Campo Novo dos Parecis; 18,3% em Sapezal; 16,7% em Sorriso e 21,0% em Primavera do Leste”, continua o pesquisador. Richetti revela que “para os produtores obterem lucro nesta safra, o preço de mercado deverá ser pelo menos igual aos custos médios estimados”.

Sementes
A Secretaria de Política Agrícola, por meio da Coordenadoria de Zoneamento Agropecuário incluiu recentemente para Mato Grosso do Sul novas cultivares de soja, já para esta safra. Com ciclo precoce, a BRS 232 tem excelente potencial produtivo, é resistente a cancro da haste e moderada resistência a nematóide de galha. Nas semeaduras em outubro, é aconselhável preferir solos corrigidos com alta fertilidade.
No campo das transgênicas, as opções para esta safra foram ampliadas. De ciclo precoce, a BRS 243 RR tem com época preferencial de semeadura de 25 de outubro a 5 de dezembro.
Com maturação semi-precoce, as BRS 245 RR e BRS 246 RR têm semeadura recomendável entre 20 de outubro a 5 dezembro. Com relação a doenças, assim como, a BRS 243 RR são resistentes a cancro da haste, macha “olho de rã” e vírus da necrose da haste. Porém, moderadamente resistentes a oídio e suscetíveis a nematóides de galha e cisto.
Outro ponto importante é a resistência ao herbicida glyfosate, devendo apenas ser evitada a aplicação deste herbicida durante o florescimento.


Dalízia Aguiar - DRT/MS 28/03/14
Jornalista - Embrapa Agropecuária Oeste - Dourados/MS

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