AgroBrasil - @gricultura Brasileira Online

+ LIDAS NA SEMANA

segunda-feira, julho 25, 2005

EMBRAPA AGROPECUÁRIA OESTE ESTUDA O RISCO DE CONTAMINAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA DO RIO DOURADOS POR PESTICIDAS

Artigo de Rômulo Penna Scorza Júnior1

A bacia hidrográfica do rio Dourados situa-se na porção Sul do Estado de Mato Grosso do Sul e é composta pelos municípios de Antônio João, Ponta Porã, Laguna Carapã, Caarapó, Vicentina, Jateí, Glória de Dourados, Ivinhema, Deodápolis, Fátima do Sul, Dourados e Itaporã. Está inserida em uma área de relevos planos com solos férteis, possibilitando condições favoráveis ao desenvolvimento da agricultura. As principais culturas plantadas nos municípios componentes da bacia são a soja, o milho e o trigo e, ainda, o feijão e o algodão. Em grande parte das áreas cultivadas com essas culturas tem-se feito, de forma intensa, o uso de pesticidas (fungicidas, inseticidas, herbicidas, nematicidas etc). Infelizmente, a maioria dos pesticidas aplicados tem como destino final o solo, além daqueles aplicados diretamente ao solo como, por exemplo, alguns herbicidas e inseticidas. Após serem depositados na superfície do solo, os pesticidas podem ser transportados juntamente com a água da enxurrada, contaminando rios, lagos e minas de água. Uma outra forma de transporte ocorre quando os pesticidas são transportados juntamente com a água que infiltra verticalmente no solo, mais conhecido como lixiviação. Quando os pesticidas são lixiviados, esses podem contaminar fontes de água subterrâneas, já que a água que infiltra no solo tem como uma das finalidades abastecer as reservas subterrâneas. Diante dessa preocupação, a Embrapa Agropecuária Oeste, localizada em Dourados, Mato Grosso do Sul, tem desenvolvido um projeto de pesquisa com duração de dois anos e financiado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) e pela própria Embrapa, com objetivo de avaliar os riscos de contaminação dos recursos hídricos (águas subterrâneas e superficiais) por pesticidas na bacia do Rio Dourados. Em linhas gerais, pretende-se obter informações sobre quais pesticidas são mais utilizados dentro da bacia e qual a freqüência de uso em cada município. Com relação às culturas, pretende-se saber quais os pesticidas mais utilizados em cada cultura. Essas informações estão sendo obtidas com base nos receituários agronômicos emitidos em 2002 para os municípios componentes da bacia e que estão arquivados no CREA/MS, em Campo Grande. Diante das informações sobre quais pesticidas são mais utilizados dentro da bacia e de informações relativas aos solos e clima da região, pretende-se utilizar ferramentas computacionais desenvolvidas na Comunidade Européia para simular as concentrações de pesticidas que poderão ser lixiviadas até as profundidades de 2, 5 e 10 m, além da profundidade máxima esperada para cada pesticida. Essas ferramentas computacionais, chamadas de simuladores, são formadas por equações matemáticas que descrevem todos os processos envolvidos no transporte de pesticidas em solos como, por exemplo, degradação, sorção, fluxo de água e temperatura do solo etc. Assim, os resultados desse projeto permitirão gerar um “ranking” dos pesticidas com maior potencial de contaminação dos recursos hídricos dentro da bacia do rio Dourados, gerando também informações sobre quais municípios apresentam maior risco de sofrerem contaminação das águas subterrâneas e superficiais. Do ponto de vista prático, os resultados desse projeto servirão para direcionar futuros trabalhos sobre o monitoramento da qualidade da água do rio Dourados, com relação aos pesticidas a serem analisados, municípios a serem amostrados e épocas mais indicadas para coletas de amostras.

1 Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS.


Dalízia Montenário de Aguiar - DRT/MS 28/03/14
ACE - Embrapa Agropecuária Oeste
(67) 425-5122 r.: 233

+ LIDAS NOS ÚLTIMOS 30 DIAS

Arquivo do blog