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segunda-feira, julho 18, 2005

Biotecnologia na mira dos produtores do MT

Os cotonicultores do Mato Grosso, principal Estado produtor de algodão do país, decidiram acompanhar mais de perto a área de biotecnologia. "Queremos entender melhor o que está sendo desenvolvido no mercado na área de sementes e também na área de princípios ativos para a industrialização de defensivos", informou João Luiz Pessa, presidente da Ampa e conselheiro da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
Nesta semana, os representantes da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa) aprovaram a criação de três novos projetos de execução, que deverão ser coordenados pela entidade. A biotecnologia deverá abocanhar boa parte do orçamento da entidade para este ano, de cerca de R$ 8 milhões.
"Vamos nos colocar à disposição da CTNBio [Comissão Técnica Nacional de Biosseegurança] e oferecer as lavouras produtoras do Mato Grosso para testes no desenvolvimento de novas sementes. Queremos que nosso corpo técnico acompanhe as novidades desta área", afirmou Pessa.
Os outros dois projetos, de legislação trabalhista e meio ambiente, também terão acompanhamento mais estreito. "Não queremos promover a expansão da cultura sobre áreas reservadas. Vamos discutir o impacto das devastações com o produtor", disse o presidente da Ampa.
A área de marketing e divulgação de eventos, que recebia boa parte dos recursos anuais da Ampa, terá seu orçamento reduzido, informou Pessa. Segundo ele, os produtores são os mais interessados em biotecnologia, uma vez que as sementes melhoradas proporcionam aumento de produtividade nas lavouras. "As sementes geneticamente modificadas ampliar a competitividade do Brasil em relação a outros países e também podem reduzir os custos das lavouras", afirmou.
Nesta semana, o Ministério da Agricultura anunciou que vai criar uma força tarefa para coibir o uso de sementes piratas de algodão nas lavouras do país. O ministério quer evitar também a comercialização ilegal de sementes modificadas. Para isso, o governo já está orientando os fiscais das superintendências federais a intensificar essas inspeções.
As lideranças da Ampa e da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) estão pressionando o governo para aprovar a comercialização de sementes geneticamente modificadas no país. No momento, o governo não autoriza a comercialização de sementes transgênicas no país.

Fonte: Valor Econômico, 15/07/2005

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