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sexta-feira, janeiro 21, 2005

NOVO PRESIDENTE DA EMBRAPA DARÁ PROSSEGUIMENTO ÀS AÇÕES ESTRATÉGICAS DA INSTITUIÇÃO

O novo presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Silvio Crestana, indicado hoje (20/01) pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, para assumir o cargo em substituição a Clayton Campanhola, deve dar prosseguimento às ações estratégicas da instituição. Segundo ele, a Embrapa é uma instituição de pesquisa e tecnologia, por isso, deve "ser mantida a coerência".
A intenção com a mudança no comando da empresa é reforçar e retomar o papel histórico da Embrapa na área de planejamento de ações para a inclusão social do agronegócio. De acordo com Crestana, o principal ativo da Embrapa, que é o quadro de funcionários, deve ser mobilizado e estimulado. "Mobilizar competência e inteligência. O insumo principal da Embrapa é a questão intelectual, que precisa ser entusiasmada, mobilizada", afirmou.
Crestana nasceu em 1954, na Fazenda Santa Clara, em São Carlos (SP), e é o filho mais velho de uma família de nove irmãos. Neto de imigrantes italianos e filho de um agricultor familiar, Crestana aprendeu a gostar do mundo da agricultura. Ao se formar em Física, em 1976, pelo Instituto de Física e Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP), procurou um caminho profissional que unisse a agricultura com a ciência.
Fez mestrado em Física Básica, na área de Óptica não-linear, pela USP, em 1983, e doutorado em Ciências em Física Aplicada a Solos, Física das Radiações e Teoria da Imagem, em 1985, com parte experimental da tese realizada nas universidades de Trieste e de Roma, na Itália.
Em 1989, fez pós-doutorado em Ciência do Solo e Ciências Ambientais, no Departamento dos Recursos da Terra, do Ar e da Água da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
Desde 1984 na Embrapa de São Carlos (SP), Crestana foi um dos fundadores do Centro Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Instrumentação Agropecuária. Essa unidade da Embrapa em São Carlos foi criada pelo então presidente da Embrapa, Eliseu Alves, para otimizar o uso de equipamentos que estavam subutilizados e para dar manutenção a outras máquinas.
Em mais de 20 anos de existência, o Centro desenvolveu diversas tecnologias para ajudar a ciência agrária. Uma experiência inédita foi a utilização de tomógrafos para agricultura. O equipamento de tomografia computadorizada em Ciência do Solo foi desenvolvido por Crestana, em sua tese de doutorado, e permite a identificação de problemas no solo ou árvores.
Crestana foi também, no período de 1988 a 2001, o coordenador, pesquisador e responsável pela implantação pioneira do Laboratório Virtual da Embrapa no Exterior (Labex), em Maryland, nos Estados Unidos. A Embrapa possui outra unidade do Labex na França e tem planos de chegar à Ásia. Segundo Crestana, o Labex é uma "espécie de radar de alta tecnologia", porque permite à Embrapa sondar o que está acontecendo no mundo na área de tecnologia e é um canal para a cooperação internacional de experiências.
O novo presidente da Embrapa foi ainda membro associado do ICTP (International Center for Theoretical Physics), em Trieste, Itália, de 1984 a 1990, tendo sido selecionado e escolhido pelo Prêmio Nobel, Abdus Salam, diretor do ICTP.
Ele foi professor e pesquisador da Fundação Educacional de Barretos (SP), de 1977 a 1984 e, desde 1991, é professor convidado do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental (EESC-USP).

Fonte: MAPA

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