O agribusiness brasileiro tomou as rédeas do país em 2003 e faz promessa de melhorar ainda mais em 2004. Segundo dados da Secretaria de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o agronegócio brasileiro bateu o recorde histórico no ano anterior superando 2002 em 23,3%, atingindo com exportações US$ 30,639 bilhões.
Dessa forma, a participação das exportações do agronegócio no total dos embarques brasileiros aumentou de 41,1% para 41,9% em 2003. As importações cresceram 6,6%, para US$ 4,791 bilhões. O saldo da balança comercial do agronegócio também bateu outro recorde, alcançando um superávit de US$ 25,848 bilhões, 27% acima do saldo de US$ 20,347 bilhões registrado em 2002. Com isso, o agronegócio se torna responsável pela totalidade do superávit global de US$ 24,824 bilhões da balança comercial do País, já que os demais setores apresentaram déficit de US$ 1 bilhão no período.
Assim como todo setor, a avicultura e a suinocultura devem ter seu lugar de destaque garantido neste ano de 2004. De janeiro a novembro de 2003, os negócios com suínos somaram embarques de 464,1 mil toneladas, com aumento de 7% sobre igual período de 2002. Na avicultura o Brasil superou os EUA em receita e tornou-se líder mundial no ranking de países exportadores, embora os americanos ainda sejam os líderes.
Outro fato que deve guinar as exportações de frangos e suínos brasileiros é o surgimento da vaca louca no gado dos EUA. O Brasil deverá tomar a dianteira na exportação mundial, diminuindo ainda mais a diferença nos números de exportação entre os dois países.
Além da vaca louca, as avícolas brasileiras estão exportando mais que o previsto devido a "gripe do frango" (influenza aviária). O crescimento nas exportações das avícolas paranaenses deve superar a marca dos 12% planejados Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná.
Oportunidades
Analisando todos os dados fornecidos pelas instituições acima citadas, o momento torna-se propício a investimentos no setor.
A AveSui 2004 vem ao encontro de toda essa projeção do mercado de aves e suínos brasileiro. Estarão reunidos num só espaço empresas envolvidas nos segmentos de: Nutrição, Genética, Equipamentos, Saúde Animal, Serviços Técnicos, Processamento de Carne, entre outros, o que deve proporcionar a criadores e profissionais o contato direto com as principais novidades do setor.
Agendada para os dias 26, 27 e 28 de maio, no Centro de Convenções CentroSul, em Florianópolis (SC), a AveSui 2004, será voltada a oportunidades de negócios.
Em sua terceira edição, a Feira da Indústria Latino-Americana de Aves e Suínos – AveSui- trará também aos setores da carne de frango, do ovo e da carne suína, a oportunidade de agregar valores para toda a cadeia produtiva através dos III Seminário Internacional de Aves e Suínos.
A feira está trazendo, além das empresas envolvidas nas etapas de produção de aves e suínos, as companhias de processamento de carne. Um novo elo que a AveSui está conectando à corrente da cadeia produtiva da avicultura e da suinocultura.
A AveSui conta com a garantia de público e excelência organizacional da Gessulli Agribusiness, empresa com 16 anos de know-how em realização e promoção de feiras de negócios e 94 anos de tradição editando as revistas Avicultura Industrial e Suinocultura Industrial e AgriMídia- marketing e negócios do agribusiness.
SERVIÇO - AveSui 2004 (www.avesui.com)
26, 27 e 28 de maio
CentroSul – Florianópolis (SC)
Das 10 às 18 horas
Informações: (15) 262-3133 - Gessulli Agribusiness
XCLUSIVE PRESS / AVESUI 2004 - Atendimento/Suporte aos Jornalistas
EM PORTO FELIZ/SP - Fone: (15) 262-4142
Coordenação : Gualberto Vita - press@xclusive.com.br - Fone (15) 9711-7966
Atendimento: Iara Soriano - iara@xclusive.com.br - Fone (15) 9113-0375
EM FLORIANÓPOLIS/SC
Atendimento : André Galimelau - andrejornal@hotmail.com - Fone: (48) 9607-3250
Jornalista Responsável : O.P.Gessulli (Mtb 32.517)
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terça-feira, abril 27, 2004
Algodão: OMC dá parecer favorável ao Brasil
Analistas dizem que painel aberto pelo país contra os EUA terá impacto nos subsídios agrícolas de nações ricas
Um relatório preliminar da Organização Mundial do Comércio (OMC) deu parecer favorável ao Brasil na ação movida contra os Estados Unidos devido aos subsídios concedidos aos produtores de algodão daquele país. A decisão foi festejada ontem pela diplomacia brasileira.
— O resultado foi bom. Estamos contentes — disse Clodoaldo Hugueney, subsecretário para Assuntos Econômicos e de Tecnologia do Itamaraty.
Hugueney, porém, não deu detalhes sobre a decisão da OMC, cujo processo vem sendo acompanhado de perto por vários países. Analistas acham que a decisão terá impacto nas negociações comerciais em andamento sobre temas agrícolas.
Se a decisão for mantida até a conclusão do relatório, no dia 18 de junho, será aberto um precedente importante para futuros contenciosos na área agrícola. Com o relatório preliminar em mãos, Brasil e EUA têm até 10 de maio para apresentar seus comentários sobre o documento.
O Brasil apresentou uma queixa na OMC em 2003, acusando os EUA de terem pago um volume de subsídios acima do permitido aos seus produtores entre 1999 e 2001. Segundo a argumentação brasileira, o subsídio foi dado a cerca de 25 mil produtores agrícolas americanos do setor. A ajuda elevou a produção do produto no mercado internacional e derrubou os preços, prejudicando o Brasil e outros países produtores.
— O painel (da OMC), no geral, concordou com a argumentação do Brasil — disse, por sua vez, Roberto Azevedo, chefe do setor jurídico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. — Sem dúvida abre um precedente.
O painel proposto pelo Brasil na OMC é o primeiro desafio à política agrícola interna de um país rico. A vitória brasileira pode incentivar outros países em desenvolvimento a questionar na OMC os subsídios dados por nações desenvolvidas no setor agrícola.
Para a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a decisão da OMC poderá obrigar, além dos EUA, países da União Européia e o Japão a reverem os mais de US$ 300 bilhões em subsídios agrícolas.
Balança supera perdas com a greve da Receita
A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 690 milhões na quarta semana de abril, resultado de US$ 1,613 bilhão em exportações e US$ 923 milhões em importações. No mês, a balança já acumula saldo positivo de US$ 1,508 bilhão e, no ano, de US$ 7,678 bilhões, contra US$ 5,291 bilhões no mesmo período do ano passado.
O governo respirou aliviado com os números apurados no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). Em quatro dias úteis, o país conseguiu recuperar, na semana passada, os US$ 500 milhões que deixara de exportar, em cinco dias, na semana anterior, por causa da greve dos funcionários da Receita Federal. Com isso, a média diária exportada registrada na quarta semana de abril foi a maior do ano, de US$ 403, 3 milhões.
Da terceira para a quarta semana, os aumentos das exportações foram substantivos em todas as áreas. As de semimanufaturados aumentaram 40,6%, por conta de celulose, ferro e aço, açúcar em bruto, ferro fundido e ferro-ligas. As vendas de manufaturados cresceram 22,4%, com destaque para automóveis, suco de laranja, motores para veículos, calçados, fio-máquina de ferro/aço, óleos combustíveis e açúcar refinado.
Fonte: O Globo
Um relatório preliminar da Organização Mundial do Comércio (OMC) deu parecer favorável ao Brasil na ação movida contra os Estados Unidos devido aos subsídios concedidos aos produtores de algodão daquele país. A decisão foi festejada ontem pela diplomacia brasileira.
— O resultado foi bom. Estamos contentes — disse Clodoaldo Hugueney, subsecretário para Assuntos Econômicos e de Tecnologia do Itamaraty.
Hugueney, porém, não deu detalhes sobre a decisão da OMC, cujo processo vem sendo acompanhado de perto por vários países. Analistas acham que a decisão terá impacto nas negociações comerciais em andamento sobre temas agrícolas.
Se a decisão for mantida até a conclusão do relatório, no dia 18 de junho, será aberto um precedente importante para futuros contenciosos na área agrícola. Com o relatório preliminar em mãos, Brasil e EUA têm até 10 de maio para apresentar seus comentários sobre o documento.
O Brasil apresentou uma queixa na OMC em 2003, acusando os EUA de terem pago um volume de subsídios acima do permitido aos seus produtores entre 1999 e 2001. Segundo a argumentação brasileira, o subsídio foi dado a cerca de 25 mil produtores agrícolas americanos do setor. A ajuda elevou a produção do produto no mercado internacional e derrubou os preços, prejudicando o Brasil e outros países produtores.
— O painel (da OMC), no geral, concordou com a argumentação do Brasil — disse, por sua vez, Roberto Azevedo, chefe do setor jurídico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. — Sem dúvida abre um precedente.
O painel proposto pelo Brasil na OMC é o primeiro desafio à política agrícola interna de um país rico. A vitória brasileira pode incentivar outros países em desenvolvimento a questionar na OMC os subsídios dados por nações desenvolvidas no setor agrícola.
Para a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a decisão da OMC poderá obrigar, além dos EUA, países da União Européia e o Japão a reverem os mais de US$ 300 bilhões em subsídios agrícolas.
Balança supera perdas com a greve da Receita
A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 690 milhões na quarta semana de abril, resultado de US$ 1,613 bilhão em exportações e US$ 923 milhões em importações. No mês, a balança já acumula saldo positivo de US$ 1,508 bilhão e, no ano, de US$ 7,678 bilhões, contra US$ 5,291 bilhões no mesmo período do ano passado.
O governo respirou aliviado com os números apurados no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). Em quatro dias úteis, o país conseguiu recuperar, na semana passada, os US$ 500 milhões que deixara de exportar, em cinco dias, na semana anterior, por causa da greve dos funcionários da Receita Federal. Com isso, a média diária exportada registrada na quarta semana de abril foi a maior do ano, de US$ 403, 3 milhões.
Da terceira para a quarta semana, os aumentos das exportações foram substantivos em todas as áreas. As de semimanufaturados aumentaram 40,6%, por conta de celulose, ferro e aço, açúcar em bruto, ferro fundido e ferro-ligas. As vendas de manufaturados cresceram 22,4%, com destaque para automóveis, suco de laranja, motores para veículos, calçados, fio-máquina de ferro/aço, óleos combustíveis e açúcar refinado.
Fonte: O Globo
Embrapa desenvolve Cebola doce
A choradeira provocada ao descascar uma cebola e o mau hálito decorrente de sua ingestão podem estar com os dias contados. Pesquisadores da Embrapa Semi-Árido, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em Pernambuco, desenvolveram uma variedade de cebola com baixo teor de acidez e que, por isso, não provoca os famigerados efeitos colaterais da popular hortaliça.
“Utilizando o método de melhoramento genético conhecido como seleção recorrente, conseguimos formar uma nova geração de cebola, com bulbos com teor de ácido pirúvico abaixo de 1,5 milicromol por mililitro”, disse Carlos Santos, pesquisador do Laboratório de Genética da Embrapa Semi-Árido, à Agência FAPESP . O ácido pirúvico é o grande responsável pelo sabor picante da cebola.
De acordo com Santos, por ser doce a nova variedade pode ser comida crua, o que permite preservar as vantagens fitoterapêuticas e medicinais da cebola. “Ao consumir a cebola sem cozinhar, o organismo pode se beneficiar de substâncias que ajudam a reduzir os riscos de entupimentos das veias do coração e de doenças cardiovasculares”, disse Santos. Outra vantagem é poder ingerir os agentes antioxidantes presentes na hortaliça, que se perdem no cozimento.
Os tipos de cebola doce disponíveis atualmente no mercado brasileiro são derivados de sementes importadas dos Estados Unidos. O desenvolvimento de uma variedade brasileira, segundo o pesquisador da Embrapa Semi-Árido, traz vantagens significativas para o setor agrícola. Com a cebola doce nacional, o país, além de economizar divisas ao deixar de importar, também poderá correr menos riscos de sofrer com a ação de pragas, uma vez que o material importado é bem mais susceptível a doenças.
De acordo com Santos, as sementes devem estar disponíveis para o plantio no Brasil em meados do ano que vem. A meta é que, dentro dos próximos 14 meses, sejam produzidas de cinco a dez quilos de sementes brasileiras. “O objetivo é que a produção nacional da cebola possa substituir as importações, principalmente em regiões como Bahia, Pernambuco e Minas Gerais”, disse.
Fonte: Agência FAPESP
“Utilizando o método de melhoramento genético conhecido como seleção recorrente, conseguimos formar uma nova geração de cebola, com bulbos com teor de ácido pirúvico abaixo de 1,5 milicromol por mililitro”, disse Carlos Santos, pesquisador do Laboratório de Genética da Embrapa Semi-Árido, à Agência FAPESP . O ácido pirúvico é o grande responsável pelo sabor picante da cebola.
De acordo com Santos, por ser doce a nova variedade pode ser comida crua, o que permite preservar as vantagens fitoterapêuticas e medicinais da cebola. “Ao consumir a cebola sem cozinhar, o organismo pode se beneficiar de substâncias que ajudam a reduzir os riscos de entupimentos das veias do coração e de doenças cardiovasculares”, disse Santos. Outra vantagem é poder ingerir os agentes antioxidantes presentes na hortaliça, que se perdem no cozimento.
Os tipos de cebola doce disponíveis atualmente no mercado brasileiro são derivados de sementes importadas dos Estados Unidos. O desenvolvimento de uma variedade brasileira, segundo o pesquisador da Embrapa Semi-Árido, traz vantagens significativas para o setor agrícola. Com a cebola doce nacional, o país, além de economizar divisas ao deixar de importar, também poderá correr menos riscos de sofrer com a ação de pragas, uma vez que o material importado é bem mais susceptível a doenças.
De acordo com Santos, as sementes devem estar disponíveis para o plantio no Brasil em meados do ano que vem. A meta é que, dentro dos próximos 14 meses, sejam produzidas de cinco a dez quilos de sementes brasileiras. “O objetivo é que a produção nacional da cebola possa substituir as importações, principalmente em regiões como Bahia, Pernambuco e Minas Gerais”, disse.
Fonte: Agência FAPESP
Anvisa diz que é difícil fiscalizar transgênicos
Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adverte que não há como identificar produtos com ingredientes transgênicos sem informação espontânea da cadeia produtiva ou análise laboratorial
A rotulagem de produtos com mais de 1% de transgênicos em sua composição não tem utilidade sob o aspecto da saúde e é de difícil fiscalização, afirmou nesta segunda-feira o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanietária (Anvisa), Claudio Maierovich. Ele disse que nos EUA pelo menos 200 milhões de pessoas consomem, há dez anos, produtos à base de soja geneticamente modificada sem registro de "qualquer dor de barriga". "A sombra é muito maior do que o monstro", aposta o diretor que esta semana comemora o quinto aniversário da Anvisa.
Rotulagem de alimento com transgênico é obrigatória
Maierovich advertiu que não há menor condição de identificar produtos com ingredientes transgênicos, sem informação espontânea da cadeia produtiva e sem análise laboratorial. Se colocar lado a lado um produto transgênico de um convencional é impossível estabelecer visualmente a diferença. "Não esperem que a vigilância colete produtos nos supermercados para fazer tais análises. Não é nossa prioridade", afirmou o diretor. Segundo ele, somente em casos excepcionais serão pedidos testes para o laboratório Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (ICQS), da Fiocruz. O exame para constatar presença ou não de transgênico custa entre R$ 250 e R$ 300 por amostra. Normalmente, a análise exige três amostras.
O papel da vigilância sanitária será limitado a checar documentos que permitam rastrear a origem de cada componente do produto ao longo da cadeia produtiva, informou o diretor-presidente da Anvisa. Ele comentou ainda que o rótulo só deveria ser exigido para produtos com mais de 5% de componentes transgênicos. Com o porcentual de 1% se atinge também produtos que sofreram contaminação de transgênico, por exemplo, por problemas no transporte de uma carga.
Maierovich contou que o governo decidiu exigir a rotulagem porque prevaleceu a tese de que o consumidor tem direito de saber o que está ingerindo. Também se considerou que a introdução de culturas transgênicas possa gerar impacto no meio ambiente e até permitir que uma praga incomum torne-se freqüente e provoque uma quebra de safra.
Fonte: Agência Estado
A rotulagem de produtos com mais de 1% de transgênicos em sua composição não tem utilidade sob o aspecto da saúde e é de difícil fiscalização, afirmou nesta segunda-feira o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanietária (Anvisa), Claudio Maierovich. Ele disse que nos EUA pelo menos 200 milhões de pessoas consomem, há dez anos, produtos à base de soja geneticamente modificada sem registro de "qualquer dor de barriga". "A sombra é muito maior do que o monstro", aposta o diretor que esta semana comemora o quinto aniversário da Anvisa.
Rotulagem de alimento com transgênico é obrigatória
Maierovich advertiu que não há menor condição de identificar produtos com ingredientes transgênicos, sem informação espontânea da cadeia produtiva e sem análise laboratorial. Se colocar lado a lado um produto transgênico de um convencional é impossível estabelecer visualmente a diferença. "Não esperem que a vigilância colete produtos nos supermercados para fazer tais análises. Não é nossa prioridade", afirmou o diretor. Segundo ele, somente em casos excepcionais serão pedidos testes para o laboratório Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (ICQS), da Fiocruz. O exame para constatar presença ou não de transgênico custa entre R$ 250 e R$ 300 por amostra. Normalmente, a análise exige três amostras.
O papel da vigilância sanitária será limitado a checar documentos que permitam rastrear a origem de cada componente do produto ao longo da cadeia produtiva, informou o diretor-presidente da Anvisa. Ele comentou ainda que o rótulo só deveria ser exigido para produtos com mais de 5% de componentes transgênicos. Com o porcentual de 1% se atinge também produtos que sofreram contaminação de transgênico, por exemplo, por problemas no transporte de uma carga.
Maierovich contou que o governo decidiu exigir a rotulagem porque prevaleceu a tese de que o consumidor tem direito de saber o que está ingerindo. Também se considerou que a introdução de culturas transgênicas possa gerar impacto no meio ambiente e até permitir que uma praga incomum torne-se freqüente e provoque uma quebra de safra.
Fonte: Agência Estado
Anvisa não fiscaliza transgênicos
A fiscalização de alimentos produzidos com organismos geneticamente modificados em comercialização no Brasil não está entre as prioridades da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para este ano. Responsável pela regulamentação, controle e fiscalização de alimentos, a agência também não tem laboratórios para realizar esse tipo de teste.
Isso praticamente torna inócua a decisão do governo de rotular produtos que contenham mais de 1% de soja transgênica. A fiscalização deveria ter começado no começo de abril, já depois de prorrogação de prazo concedida às empresas que comercializam alimentos com transgênicos para se adaptarem às regras.
"Rotular é fácil. O problema é fiscalizar. Certamente não é viável fazer amostragem significativa do mercado para verificar se os produtos têm mais de 1% de transgênicos", afirmou ontem o diretor-presidente da Anvisa, Cláudio Maierovitch Henriques. Segundo o diretor, o controle possível do uso de transgênicos nos alimentos é por meio da cadeia produtiva, por isso, "está mais ao alcance do Ministério da Agricultura do que do da Saúde".
"A verificação possível é de documentos, não dos produtos especificamente. Não é possível a Vigilância Sanitária coletar material para fazer exame laboratorial. Isso caberá apenas em casos excepcionais", disse Henriques. O Ministério da Agricultura, também responsável, disse que terá 1.623 agentes para fiscalizar a venda, o plantio, o transporte e o armazenamento dos produtos.
Segundo Henriques, o índice adotado pelo governo para a rotulagem (1%) é baixo, ou seja, capta níveis de "contaminação". Isso dificulta a fiscalização porque as indústrias podem alegar, por exemplo, que usaram soja "comum" na fabricação do produto, mas, quando compraram a matéria-prima, ela pode ter sido transportada em local onde havia anteriormente transgênico.
Henriques destacou ainda o caso do óleo de soja, em que não seria possível detectar se foi usada matéria-prima transgênica. Para o diretor-presidente da Anvisa, ainda não é possível dizer que alimentos transgênicos causem males à saúde. "A sombra é maior do que o monstro." Até ontem, a Abia (associação das indústrias da alimentação) não tinha notícia da comercialização de nenhum produto com o rótulo.
Custo
O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, laboratório oficial do governo que presta serviço à Anvisa, ainda não realiza testes para apurar a quantidade de transgênico em um alimento. O custo estimado desse tipo de teste no mercado varia de R$ 450 a R$ 500 por amostra.
Já os exames laboratoriais qualitativos (para detectar se há transgênico em um produto) custam, em média, entre R$ 250 e R$ 300 por amostra. Para cada produto, são necessárias pelo menos três amostras analisadas.
Produtos que contenham ou sejam elaborados com ingrediente à base de soja só podem ser comercializados se trouxerem no rótulo informações sobre a presença do organismo geneticamente modificado. Quem descumprir pode ser multado em até R$ 3 milhões ou ter o produto apreendido.
Isso praticamente torna inócua a decisão do governo de rotular produtos que contenham mais de 1% de soja transgênica. A fiscalização deveria ter começado no começo de abril, já depois de prorrogação de prazo concedida às empresas que comercializam alimentos com transgênicos para se adaptarem às regras.
"Rotular é fácil. O problema é fiscalizar. Certamente não é viável fazer amostragem significativa do mercado para verificar se os produtos têm mais de 1% de transgênicos", afirmou ontem o diretor-presidente da Anvisa, Cláudio Maierovitch Henriques. Segundo o diretor, o controle possível do uso de transgênicos nos alimentos é por meio da cadeia produtiva, por isso, "está mais ao alcance do Ministério da Agricultura do que do da Saúde".
"A verificação possível é de documentos, não dos produtos especificamente. Não é possível a Vigilância Sanitária coletar material para fazer exame laboratorial. Isso caberá apenas em casos excepcionais", disse Henriques. O Ministério da Agricultura, também responsável, disse que terá 1.623 agentes para fiscalizar a venda, o plantio, o transporte e o armazenamento dos produtos.
Segundo Henriques, o índice adotado pelo governo para a rotulagem (1%) é baixo, ou seja, capta níveis de "contaminação". Isso dificulta a fiscalização porque as indústrias podem alegar, por exemplo, que usaram soja "comum" na fabricação do produto, mas, quando compraram a matéria-prima, ela pode ter sido transportada em local onde havia anteriormente transgênico.
Henriques destacou ainda o caso do óleo de soja, em que não seria possível detectar se foi usada matéria-prima transgênica. Para o diretor-presidente da Anvisa, ainda não é possível dizer que alimentos transgênicos causem males à saúde. "A sombra é maior do que o monstro." Até ontem, a Abia (associação das indústrias da alimentação) não tinha notícia da comercialização de nenhum produto com o rótulo.
Custo
O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, laboratório oficial do governo que presta serviço à Anvisa, ainda não realiza testes para apurar a quantidade de transgênico em um alimento. O custo estimado desse tipo de teste no mercado varia de R$ 450 a R$ 500 por amostra.
Já os exames laboratoriais qualitativos (para detectar se há transgênico em um produto) custam, em média, entre R$ 250 e R$ 300 por amostra. Para cada produto, são necessárias pelo menos três amostras analisadas.
Produtos que contenham ou sejam elaborados com ingrediente à base de soja só podem ser comercializados se trouxerem no rótulo informações sobre a presença do organismo geneticamente modificado. Quem descumprir pode ser multado em até R$ 3 milhões ou ter o produto apreendido.
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