O ineditismo de produtos desenvolvidos por pesquisadores da área de embalagens da Unicamp tem despertado o interesse de empresas públicas e privadas. Diante disso, a Agência de Inovação (http://www.inova.unicamp.br) da Unicamp está divulgando uma relação de cinco patentes aplicadas ao setor para atrair o interesse de mais empresas. O que era só um projeto passa a ser um produto pronto para ser oferecido ao mercado.
Os produtos desenvolvidos apresentam vantagens em relação os equivalentes disponíveis no mercado. Leonard Sebio, doutor pela Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp provou isso ao realizar a pesquisa “Plástico biodegradável desenvolvido à base de amido e gelatina pelo processo de extrusão”. O material já atraiu o interesse de empresas do setor.
Ao lado do orientador Yoon Kil Chang, Sebio chegou a um material que pode ser um seguro substitutivo dos plásticos sintéticos ou dos papéis e papelões na fabricação de descartáveis, como pratos, copos, bandejas, talheres, pastas de documento, vasos de flores, entre outros. Além das características inovadoras, o plástico alternativo, de acordo com o pesquisador, tem um potencial de degradação total no ambiente, por ser oriundo de uma fonte natural renovável. (http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/outubro2003/ju233pag08.html).
Os filmes fotodegradáveis derivados do polietileno desenvolvidos por Marco Aurélio De Paoli e Ralf Giesse, do Instituto de Química, também despertaram interesse no setor privado. O produto desenvolvido durante projeto de doutorado de Giesse, sob orientação de De Paoli, possui alto potencial no setor de embalagens, de acordo com os pesquisadores. O processo incorpora, posteriormente à fabricação do filme, a substância que promove e facilita a fotodegradação do polietileno. O aumento de custo é de cerca de 10% sobre o valor do polietileno comum, mas entre as principais vantagens está a não-obrigatoriedade de se modificarem os processos de produção de filmes de polietileno já implantados nas fábricas.
De acordo com a Agência de Inovação, existem mais cinco patentes prontas na área de embalagens. Alguns pesquisadores garantem que os produtos pesquisados por eles não têm similares no mercado. Com 300 patentes criadas, algumas concedidas e outras em processo de concessão, a Unicamp tem como meta, por intermédio da Inova, fazer dez licenciamentos novos anualmente. A agência selecionou 70 delas para abrir negociação com empresas dos setores privado e público.
Patentes na área de embalagens:
Plástico biodegradável desenvolvido à base de amido e gelatina pelo processo de extrusão
Autores: Yoon Kil Chang e Leonard Sebio – Faculdade de Engenharia de Alimentos
Trata-se de um processo de produção de plástico biodegradável com vantagens em relação aos equivalentes disponíveis no mercado. As vantagens apresentadas pelos pesquisadores são: baixo custo da matéria prima (amido); material altamente reciclável; 50% da matéria prima utilizada é água; resistência a água quente.
Metodologia de cultivo de bacillus subtilis lb-262 visando à produção de uma substância bioativa e metodologia de extração desta substância
Autores: Gláucia Maria Pastore e Lucimara Meneghetti – Faculdade de Engenharia de Alimento
Esta patente refere-se a um tratamento com substância antibiótica, no filme colocado no interior das embalagens. Isso evitaria a contaminação dos alimentos por microorganismos.
Sistema de esterilização de embalagens
Autor: José de Assis Fonseca Faria – Faculdade de Engenharia de Alimentos
Sistema inédito de esterilização de embalagens.
Filmes fotodegradáveis derivados do polietileno
Autores: Marco Aurélio de Paoli e Ralf Giesse – Instituto de Química
Não existe similar. Alto potencial no setor de embalagens. O processo incorpora, posteriormente à fabricação do filme, a substância que promove e facilita a fotodegradação do polietileno. o aumento de custo é de cerca de 10% sobre o valor do polietileno comum. uma das vantagens consiste na não necessidade de se modificarem os processos de produção de filmes de polietileno já implantados nas fábricas.
Processo para coramento de látex para produção de poliestireno colorido
Autores: Fernando Galembeck e Melissa Braga – Instituto de Química
A pesquisa é voltada à produção de peças plásticas ou embalagens à base de poliestireno, coloridas.
Processo de epoxidação de óleos vegetais, com peróxido de hidrogênio aquoso catalisado por ch3reo3 , homogêneo e heterogeneizado , na presença e ausência de solvente
Autores: Ulf Friedrich Schuchardt, Dalmo Mandelli e Henrique Sales – Instituto de Química
Os pesquisadores estudaram um processo de obtenção de matérias-primas para produção de polímeros. (Maria Alice da Cruz)
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sexta-feira, fevereiro 13, 2004
O solo tem vida, sim!
Ao contrário do que a maioria das pessoas imagina, o solo não é um ambiente inerte, sem vida. Estimativas feitas para ecossistemas temperados indicam que em 1 metro quadrado de solo pode-se encontrar mais de 1 milhão de indivíduos, entre os quais observam-se mais de 200 espécies de artrópodes e até 1000 espécies de animais do solo em geral. Por sua vez, estima-se que o número de artrópodes presentes na serapilheira (camada de folhas em diferentes estágios de decomposição depositada sobre o solo) e no solo nas florestas tropicais seja 5 vezes maior do que o encontrado nas copas das árvores. Assim, alguns autores chegam a supor que o sub-sistema decompositor (serapilheira + solo) seja um dos maiores reservatórios de diversidade biológica da biosfera.
Entre os processos que ocorrem no solo, a decomposição é considerada como um processo chave, pois disponibiliza nutrientes (mineralização) para o crescimento das plantas. Além disto, com a formação de colóides de carga negativa (humificação), a decomposição também aumenta a capacidade do solo de reter cátions trocáveis, como o cálcio e magnésio.
Os microrganismos são os principais agentes da ciclagem de nutrientes, pois são capazes de digerir quase a totalidade dos substratos encontrados no solo, incluindo compostos orgânicos complexos encontrados no material vegetal como, por exemplo: celulose, lignina, suberina e outros. Em adição ao seu papel como decompositores primários, são responsáveis por transformações mais específicas dos nutrientes no solo que incluem todas as transformações do nitrogênio, a mineralização e a solubilização do fósforo, a oxidação, a redução e a precipitação do ferro, entre outras. Através de associações simbióticas (bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico e micorrizas) atuam também aumentando a eficiência na aquisição de água e nutrientes para as plantas.
No entanto, diversos trabalhos têm demonstrado que a atividade dos microrganismos e, conseqüentemente, a decomposição da matéria orgânica e a ciclagem de nutrientes são grandemente influenciadas pela ação de uma comunidade diversa de invertebrados do solo como resultado direto ou indireto de suas atividades alimentares.
Alguns grupos da fauna do solo alimentam-se fundamentalmente de microrganismos e através da assimilação dos tecidos microbianos e excreção de nutrientes minerais podem alterar as taxas de decomposição e a ciclagem de nutrientes. Podem atuar também como dispersores de inóculos, controlando através destes dois processos a abundância e a atividade dos microrganismos no solo.
Existem também algumas espécies de organismos do solo que se alimentam de tecido vegetal em decomposição, contribuindo para a fragmentação da matéria orgânica e deposição fecal. Estes organismos fragmentam o material vegetal, não somente através de sua atividade alimentar, mas também devido a sua intensa movimentação na superfície do solo, levando a uma redução no tamanho de suas partículas. Como resultado, observa-se uma maior exposição de sítios favoráveis à colonização microbiana.
Além disto, o trato digestivo de animais do solo atua como uma cultura contínua estimulando o crescimento de colônias de bactérias. Na realidade os recursos alimentares utilizados por estes organismos não são estéreis e os microrganismos presentes no material foliar podem ser uma complementação nutricional valiosa para eles. Adicionalmente, como os invertebrados do solo raramente são capazes de digerir carboidratos complexos, lignina, compostos fenólicos ou húmus, que são a maioria dos recursos disponíveis na serapilheira e solo, a presença em seu trato intestinal de bactérias capazes de digerir tais substratos torna-se uma alternativa altamente vantajosa. Para algumas espécies da fauna do solo, tem sido observado um número de bactérias no trato intestinal similar ao encontrado no rúmen de vertebrados, que dependem unicamente da atividade microbiana para digestão do alimento.
O consumo do material vegetal da serapilheira e sua transformação em fezes ou coprólitos também pode alterar de forma marcada a ciclagem de nutrientes. Os diplópodes - também conhecidos como gongolos ou piolhos-de-cobra - podem consumir até 11,4 toneladas de material em decomposição em áreas de Mata Atlântica. Em florestas africanas, estima-se que estes artrópodes sejam capazes de produzir 64,9 g por metro quadrado por ano de fezes, consumindo o equivalente a 38,6 % da queda anual do material formador de serapilheira.
Mas não é apenas na decomposição que atuam os organismos do solo, pois estes também alteram marcadamente características físicas do mesmo. Como exemplo, a movimentação de alguns grupos, como: besouros, minhocas, cupins e formigas, leva inicialmente a um aumento na porosidade dos solos e conseqüentemente na capacidade de retenção de água e troca de gases. Dada a sua capacidade de modificação do ambiente, estes grupos citados anteriormente foram inclusive apelidados de “engenheiros do ecossistema”, pois são capazes de alterar a agregação e estruturação do solo. Eles podem atuar transferindo ou concentrando matéria orgânica e nutrientes no perfil do solo e também se mostram capazes de alterar a proporção de argila, areia e silte modificando temporal e espacialmente o solo.
Assim, devido à estreita associação da comunidade da fauna com os processos que ocorrem no sub-sistema decompositor e a sua grande sensibilidade a interferências no sistema, alterações na composição de espécies e na abundância relativa dos invertebrados do solo constituem-se bons indicadores de mudanças no sistema.
Por estes motivos algumas Unidades da Embrapa têm investido no desenvolvimento de pesquisas voltadas ao uso de invertebrados do solo como indicadores de alterações e/ou de qualidade do solo. Mais recentemente, com a aprovação do projeto “Fauna do solo: um recurso a ser manejado em sistemas de plantio direto no Brasil?”, estaremos tentando identificar a viabilidade do uso da fauna do solo como um recurso passível de ser manejado. Espera-se assim, otimizar processos como a decomposição, ciclagem de nutrientes e formação de agregados estáveis, como conseqüência do incremento na atuação dos grupos que desempenham funções chave nos sistemas de plantio direto. Este projeto, liderado pela Embrapa Agrobiologia, terá atuação em Roraima e em outros estados aonde o sistema de plantio direto vem se firmando como uma alternativa sustentável para a produção de soja e milho.
Patricia Costa
Bióloga – Pesquisadora da Embrapa Roraima
Entre os processos que ocorrem no solo, a decomposição é considerada como um processo chave, pois disponibiliza nutrientes (mineralização) para o crescimento das plantas. Além disto, com a formação de colóides de carga negativa (humificação), a decomposição também aumenta a capacidade do solo de reter cátions trocáveis, como o cálcio e magnésio.
Os microrganismos são os principais agentes da ciclagem de nutrientes, pois são capazes de digerir quase a totalidade dos substratos encontrados no solo, incluindo compostos orgânicos complexos encontrados no material vegetal como, por exemplo: celulose, lignina, suberina e outros. Em adição ao seu papel como decompositores primários, são responsáveis por transformações mais específicas dos nutrientes no solo que incluem todas as transformações do nitrogênio, a mineralização e a solubilização do fósforo, a oxidação, a redução e a precipitação do ferro, entre outras. Através de associações simbióticas (bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico e micorrizas) atuam também aumentando a eficiência na aquisição de água e nutrientes para as plantas.
No entanto, diversos trabalhos têm demonstrado que a atividade dos microrganismos e, conseqüentemente, a decomposição da matéria orgânica e a ciclagem de nutrientes são grandemente influenciadas pela ação de uma comunidade diversa de invertebrados do solo como resultado direto ou indireto de suas atividades alimentares.
Alguns grupos da fauna do solo alimentam-se fundamentalmente de microrganismos e através da assimilação dos tecidos microbianos e excreção de nutrientes minerais podem alterar as taxas de decomposição e a ciclagem de nutrientes. Podem atuar também como dispersores de inóculos, controlando através destes dois processos a abundância e a atividade dos microrganismos no solo.
Existem também algumas espécies de organismos do solo que se alimentam de tecido vegetal em decomposição, contribuindo para a fragmentação da matéria orgânica e deposição fecal. Estes organismos fragmentam o material vegetal, não somente através de sua atividade alimentar, mas também devido a sua intensa movimentação na superfície do solo, levando a uma redução no tamanho de suas partículas. Como resultado, observa-se uma maior exposição de sítios favoráveis à colonização microbiana.
Além disto, o trato digestivo de animais do solo atua como uma cultura contínua estimulando o crescimento de colônias de bactérias. Na realidade os recursos alimentares utilizados por estes organismos não são estéreis e os microrganismos presentes no material foliar podem ser uma complementação nutricional valiosa para eles. Adicionalmente, como os invertebrados do solo raramente são capazes de digerir carboidratos complexos, lignina, compostos fenólicos ou húmus, que são a maioria dos recursos disponíveis na serapilheira e solo, a presença em seu trato intestinal de bactérias capazes de digerir tais substratos torna-se uma alternativa altamente vantajosa. Para algumas espécies da fauna do solo, tem sido observado um número de bactérias no trato intestinal similar ao encontrado no rúmen de vertebrados, que dependem unicamente da atividade microbiana para digestão do alimento.
O consumo do material vegetal da serapilheira e sua transformação em fezes ou coprólitos também pode alterar de forma marcada a ciclagem de nutrientes. Os diplópodes - também conhecidos como gongolos ou piolhos-de-cobra - podem consumir até 11,4 toneladas de material em decomposição em áreas de Mata Atlântica. Em florestas africanas, estima-se que estes artrópodes sejam capazes de produzir 64,9 g por metro quadrado por ano de fezes, consumindo o equivalente a 38,6 % da queda anual do material formador de serapilheira.
Mas não é apenas na decomposição que atuam os organismos do solo, pois estes também alteram marcadamente características físicas do mesmo. Como exemplo, a movimentação de alguns grupos, como: besouros, minhocas, cupins e formigas, leva inicialmente a um aumento na porosidade dos solos e conseqüentemente na capacidade de retenção de água e troca de gases. Dada a sua capacidade de modificação do ambiente, estes grupos citados anteriormente foram inclusive apelidados de “engenheiros do ecossistema”, pois são capazes de alterar a agregação e estruturação do solo. Eles podem atuar transferindo ou concentrando matéria orgânica e nutrientes no perfil do solo e também se mostram capazes de alterar a proporção de argila, areia e silte modificando temporal e espacialmente o solo.
Assim, devido à estreita associação da comunidade da fauna com os processos que ocorrem no sub-sistema decompositor e a sua grande sensibilidade a interferências no sistema, alterações na composição de espécies e na abundância relativa dos invertebrados do solo constituem-se bons indicadores de mudanças no sistema.
Por estes motivos algumas Unidades da Embrapa têm investido no desenvolvimento de pesquisas voltadas ao uso de invertebrados do solo como indicadores de alterações e/ou de qualidade do solo. Mais recentemente, com a aprovação do projeto “Fauna do solo: um recurso a ser manejado em sistemas de plantio direto no Brasil?”, estaremos tentando identificar a viabilidade do uso da fauna do solo como um recurso passível de ser manejado. Espera-se assim, otimizar processos como a decomposição, ciclagem de nutrientes e formação de agregados estáveis, como conseqüência do incremento na atuação dos grupos que desempenham funções chave nos sistemas de plantio direto. Este projeto, liderado pela Embrapa Agrobiologia, terá atuação em Roraima e em outros estados aonde o sistema de plantio direto vem se firmando como uma alternativa sustentável para a produção de soja e milho.
Patricia Costa
Bióloga – Pesquisadora da Embrapa Roraima
Obstáculos à pesquisa científica e tecnológica
A FAPESP, em reunião de seu Conselho Superior na quarta-feira (11/2), decidiu manifestar a sua posição em relação aos termos da Lei de Biossegurança, aprovada pela Câmara dos Deputados no último dia 5 e atualmente em discussão no Senado.
O documento contendo a posição da FAPESP foi aprovado por unanimidade pelos 12 conselheiros da Fundação e enviado ao presidente do Senado, José Sarney, e a todos os Senadores da República no mesmo dia 11.
O Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), reunido em 11/02/04, manifesta grande preocupação com os termos da Lei de Biossegurança recentemente aprovada pela Câmara dos Deputados e presentemente em discussão no Senado da República.
A lei, nos termos em que foi aprovada, criará sérios obstáculos à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico em um setor no qual a transferência de tecnologia, da descoberta à sua aplicação, é extremamente rápida.
Nessa área, de importância estratégica para o desenvolvimento econômico e social, bem como para a soberania nacional, o Brasil conquistou competência equivalente à dos países mais adiantados, competência que pode ser revertida em grande benefício para a população nas áreas de alimentos, agropecuária e saúde.
O Conselho Superior da FAPESP apela aos senhores parlamentares para que ouçam os representantes acreditados da comunidade científica no sentido de transformar o texto da lei em instrumento de progresso e independência tecnológica, evitando assim danos irreparáveis aos mecanismos de geração de conhecimento e de riqueza.
São Paulo, 11 de fevereiro de 2004
Carlos Vogt
Presidente
Fonte: Agência FAPESP
O documento contendo a posição da FAPESP foi aprovado por unanimidade pelos 12 conselheiros da Fundação e enviado ao presidente do Senado, José Sarney, e a todos os Senadores da República no mesmo dia 11.
O Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), reunido em 11/02/04, manifesta grande preocupação com os termos da Lei de Biossegurança recentemente aprovada pela Câmara dos Deputados e presentemente em discussão no Senado da República.
A lei, nos termos em que foi aprovada, criará sérios obstáculos à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico em um setor no qual a transferência de tecnologia, da descoberta à sua aplicação, é extremamente rápida.
Nessa área, de importância estratégica para o desenvolvimento econômico e social, bem como para a soberania nacional, o Brasil conquistou competência equivalente à dos países mais adiantados, competência que pode ser revertida em grande benefício para a população nas áreas de alimentos, agropecuária e saúde.
O Conselho Superior da FAPESP apela aos senhores parlamentares para que ouçam os representantes acreditados da comunidade científica no sentido de transformar o texto da lei em instrumento de progresso e independência tecnológica, evitando assim danos irreparáveis aos mecanismos de geração de conhecimento e de riqueza.
São Paulo, 11 de fevereiro de 2004
Carlos Vogt
Presidente
Fonte: Agência FAPESP
O cipoal dos transgênicos, artigo de Washington Novaes
Já se vê, portanto, que é enorme o potencial de conflito que poderá desaguar no nível mais alto da administração pública e de novo na Justiça
Washington Novaes é jornalista especializado em meio-ambiente (wlrnovaes@uol.com.br). Artigo publicado em 'O Estado de SP':
Não se pode nem se deve minimizar o valor da resistência da ministra Marina Silva e de sua equipe, que conseguiram reduzir os desacertos, injuridicidades e ofensas à Constituição constantes do primeiro relatório sobre o projeto da lei de biossegurança, aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados com base em novo relatório do deputado Renildo Calheiros.
Qualquer que seja, entretanto, a sorte do projeto no Senado, é praticamente certo que não escapará ao cipoal confuso e pouco adequado em que foi metido este tema. Nem à trajetória de fatos consumados, com a prorrogação, até 2005 inclusive, da autorização para plantio e comercialização da soja transgênica - antes que se defina o que o país quer nessa matéria.
Não bastasse, porém, o emaranhado já produzido pelo tema dos alimentos transgênicos, insistiu-se em um projeto que abarcasse todo o campo da biossegurança - e agora se enfrenta outra controvérsia candente, no campo da clonagem. Na fase de audiências públicas sobre o projeto, o autor destas linhas, convocado, insistiu em que se fizesse a separação. Agora, é difícil qualquer solução que não levante novas controvérsias.
Tentou-se, com o projeto, agradar a todas as partes. Conseguiu-se desagradar a todas. Sem resolver as questões fundamentais.
Sem que nem sequer se esboçasse qual é a estratégia econômica do país: ser o único grande produtor mundial de grãos com garantia de não serem modificados, como desejam os mercados europeus (a Bélgica acaba de rejeitar a canola transgênica; Escócia e país de Gales continuam refratários aos transgênicos), asiáticos e até o brasileiro (73% dos consumidores não os querem, segundo a pesquisa mais recente)? Produzir transgênicos e não transgênicos, em áreas rigorosamente definidas e separadas, para assegurar a certificação? Ou ser apenas mais um dos produtores de alimentos transgênicos, concorrendo com os grandes que já estão no mercado - EUA, Argentina e Canadá -, mas que parecem estar perdendo mercado rapidamente?
O mais grave é que não se conseguiu criar condições para afastar o conflito jurídico que já estava e continua sobre a mesa. A ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo procurador- geral da República, Cláudio Fonteles, não deixa dúvida quanto à ilegalidade da legislação baixada pelo governo federal - e mantida e até prorrogada neste projeto - que liberou o plantio de soja modificada em 2003.
Ela viola a Constituição, por dispensar a aprovação do plantio de estudo de impacto ambiental (artigo 225, parágrafo 1.º, inciso IV); gera um conflito com o Judiciário, na medida em que passa por cima de duas sentenças judiciais de primeira e segunda instância em vigor, que exigem estudo de impacto e a rotulagem dos produtos transgênicos; anula a competência do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que representa toda a sociedade e aprovou resolução também exigindo o estudo prévio de impacto; derroga o Código Penal, ao legalizar o plantio e comercialização de sementes contrabandeadas; e joga por terra o princípio da precaução, que o Brasil se obrigou a seguir, tanto na Declaração do RJ (1992) quanto em convenções internacionais (biodiversidade, principalmente).
Mas não é só. O projeto aprovado na Câmara atribui caráter conclusivo aos pareceres da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, na parte que se refere a experiências científicas - como se nestas não houvesse risco, ou a Comissão tivesse o dom da onisciência (quando a própria SBPC, na gestão anterior, sugeriu uma 'moratória de cinco anos para os transgênicos').
Além do mais, quando o Ministério do Meio Ambiente achar necessário o estudo prévio de impacto ambiental antes de autorizar o plantio de uma variedade transgênica, terá (artigo 13, parágrafo 2.º do projeto aprovado pela Câmara) 120 dias para dar seu parecer.
Pergunta-se: como pode um órgão, em quatro meses, avaliar se um plantio oferece ou não risco ao meio ambiente, mesmo que já disponha de 'estudos ou esclarecimentos oferecidos pelo empreendedor'? Como testar as conseqüências no meio ambiente, na biodiversidade, aí incluída a microfauna do solo, agentes polinizadores, a possibilidade de deriva genética?
O risco é ainda maior quando se lembra que, se a soja não tem 'parentes' próximos na biodiversidade brasileira, o algodão e o milho - que deverão ser as próximas etapas - têm. E aí os riscos serão muito maiores.
Sem falar em que o agrotóxico usado com a soja transgênica nem sequer está liberado para o chamado uso pós-emergente.
E que permanece sem definição o problema dos conflitos federativos: o Paraná já proibiu o plantio e a comercialização da soja transgênica; o Acre, na semana passada, seguiu o mesmo caminho; produtores e processadores de soja de Goiás não querem a soja transgênica (há projeto em tramitação na Assembléia), não só porque têm vantagens comerciais com o produto não modificado nos mercados europeus, como porque não há uma variedade transgênica adaptada ao clima, solo e biodiversidade do Centro-Oeste.
E ainda há mais: o Ministério da Agricultura entende que, pelo projeto aprovado na Câmara, o Conselho Nacional de Biossegurança (15 ministros) poderá aprovar o cultivo comercial, mesmo que o Ministério do Meio Ambiente o desaprove; já o MMA entende o contrário - se houver qualquer veto (o que inclui o Ibama, órgão licenciador), estará suspenso o processo de liberação.
Já se vê, portanto, que é enorme o potencial de conflito que poderá desaguar no nível mais alto da administração pública e de novo na Justiça.
Não é um panorama confortável o que se desenha à frente. Nem parece ser o solo firme em que precisa pisar um país confrontado, neste momento, com graves questões estratégicas, das quais dependerá seu desenvolvimento econômico e social. E sua adequação ambiental, quando tudo aponta para a centralidade dessa área, nos novos e difíceis tempos que batem à porta.
Fonte: O Estado de SP
Washington Novaes é jornalista especializado em meio-ambiente (wlrnovaes@uol.com.br). Artigo publicado em 'O Estado de SP':
Não se pode nem se deve minimizar o valor da resistência da ministra Marina Silva e de sua equipe, que conseguiram reduzir os desacertos, injuridicidades e ofensas à Constituição constantes do primeiro relatório sobre o projeto da lei de biossegurança, aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados com base em novo relatório do deputado Renildo Calheiros.
Qualquer que seja, entretanto, a sorte do projeto no Senado, é praticamente certo que não escapará ao cipoal confuso e pouco adequado em que foi metido este tema. Nem à trajetória de fatos consumados, com a prorrogação, até 2005 inclusive, da autorização para plantio e comercialização da soja transgênica - antes que se defina o que o país quer nessa matéria.
Não bastasse, porém, o emaranhado já produzido pelo tema dos alimentos transgênicos, insistiu-se em um projeto que abarcasse todo o campo da biossegurança - e agora se enfrenta outra controvérsia candente, no campo da clonagem. Na fase de audiências públicas sobre o projeto, o autor destas linhas, convocado, insistiu em que se fizesse a separação. Agora, é difícil qualquer solução que não levante novas controvérsias.
Tentou-se, com o projeto, agradar a todas as partes. Conseguiu-se desagradar a todas. Sem resolver as questões fundamentais.
Sem que nem sequer se esboçasse qual é a estratégia econômica do país: ser o único grande produtor mundial de grãos com garantia de não serem modificados, como desejam os mercados europeus (a Bélgica acaba de rejeitar a canola transgênica; Escócia e país de Gales continuam refratários aos transgênicos), asiáticos e até o brasileiro (73% dos consumidores não os querem, segundo a pesquisa mais recente)? Produzir transgênicos e não transgênicos, em áreas rigorosamente definidas e separadas, para assegurar a certificação? Ou ser apenas mais um dos produtores de alimentos transgênicos, concorrendo com os grandes que já estão no mercado - EUA, Argentina e Canadá -, mas que parecem estar perdendo mercado rapidamente?
O mais grave é que não se conseguiu criar condições para afastar o conflito jurídico que já estava e continua sobre a mesa. A ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo procurador- geral da República, Cláudio Fonteles, não deixa dúvida quanto à ilegalidade da legislação baixada pelo governo federal - e mantida e até prorrogada neste projeto - que liberou o plantio de soja modificada em 2003.
Ela viola a Constituição, por dispensar a aprovação do plantio de estudo de impacto ambiental (artigo 225, parágrafo 1.º, inciso IV); gera um conflito com o Judiciário, na medida em que passa por cima de duas sentenças judiciais de primeira e segunda instância em vigor, que exigem estudo de impacto e a rotulagem dos produtos transgênicos; anula a competência do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que representa toda a sociedade e aprovou resolução também exigindo o estudo prévio de impacto; derroga o Código Penal, ao legalizar o plantio e comercialização de sementes contrabandeadas; e joga por terra o princípio da precaução, que o Brasil se obrigou a seguir, tanto na Declaração do RJ (1992) quanto em convenções internacionais (biodiversidade, principalmente).
Mas não é só. O projeto aprovado na Câmara atribui caráter conclusivo aos pareceres da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, na parte que se refere a experiências científicas - como se nestas não houvesse risco, ou a Comissão tivesse o dom da onisciência (quando a própria SBPC, na gestão anterior, sugeriu uma 'moratória de cinco anos para os transgênicos').
Além do mais, quando o Ministério do Meio Ambiente achar necessário o estudo prévio de impacto ambiental antes de autorizar o plantio de uma variedade transgênica, terá (artigo 13, parágrafo 2.º do projeto aprovado pela Câmara) 120 dias para dar seu parecer.
Pergunta-se: como pode um órgão, em quatro meses, avaliar se um plantio oferece ou não risco ao meio ambiente, mesmo que já disponha de 'estudos ou esclarecimentos oferecidos pelo empreendedor'? Como testar as conseqüências no meio ambiente, na biodiversidade, aí incluída a microfauna do solo, agentes polinizadores, a possibilidade de deriva genética?
O risco é ainda maior quando se lembra que, se a soja não tem 'parentes' próximos na biodiversidade brasileira, o algodão e o milho - que deverão ser as próximas etapas - têm. E aí os riscos serão muito maiores.
Sem falar em que o agrotóxico usado com a soja transgênica nem sequer está liberado para o chamado uso pós-emergente.
E que permanece sem definição o problema dos conflitos federativos: o Paraná já proibiu o plantio e a comercialização da soja transgênica; o Acre, na semana passada, seguiu o mesmo caminho; produtores e processadores de soja de Goiás não querem a soja transgênica (há projeto em tramitação na Assembléia), não só porque têm vantagens comerciais com o produto não modificado nos mercados europeus, como porque não há uma variedade transgênica adaptada ao clima, solo e biodiversidade do Centro-Oeste.
E ainda há mais: o Ministério da Agricultura entende que, pelo projeto aprovado na Câmara, o Conselho Nacional de Biossegurança (15 ministros) poderá aprovar o cultivo comercial, mesmo que o Ministério do Meio Ambiente o desaprove; já o MMA entende o contrário - se houver qualquer veto (o que inclui o Ibama, órgão licenciador), estará suspenso o processo de liberação.
Já se vê, portanto, que é enorme o potencial de conflito que poderá desaguar no nível mais alto da administração pública e de novo na Justiça.
Não é um panorama confortável o que se desenha à frente. Nem parece ser o solo firme em que precisa pisar um país confrontado, neste momento, com graves questões estratégicas, das quais dependerá seu desenvolvimento econômico e social. E sua adequação ambiental, quando tudo aponta para a centralidade dessa área, nos novos e difíceis tempos que batem à porta.
Fonte: O Estado de SP
Fumicultores não entregam produto às indústrias e querem a prorrogação dos contratos de crédito por 90 dias
Pedido será oficializado na Câmara Setorial do Fumo na próxima terça-feira (17/02) pela CUT Nacional, Fetraf-Sul/CUT, MPA, Afubra, CNA e FAMIR. Empresas dizem que negociação acabou e ameaçam produtores com preços ainda mais baixos.
Há um impasse na comercialização do fumo da safra 2003/2004 no Sul do Brasil. De um lado, as indústrias fumageiras decretaram o fim das negociações de preço sobre a proposta de uma média de R$ 4,08 pelo quilo de fumo. De outro, os produtores não concordam e estão retendo o fumo nos galpões como forma de valorizá-lo e com o objetivo de melhorar essa negociação. Eles reclamam dos baixos preços desta safra (a média no ano anterior foi de pelo menos R$ 6,00 o quilo), do empobrecimento dos produtores em contraste aos altos lucros da atividade ao longo da cadeia produtiva e querem a retomada das negociações e a prorrogação por 90 dias dos contratos de crédito de custeio e investimento junto aos bancos financiadores. O pedido oficial está na pauta da próxima reunião da Câmara Setorial do Fumo, que acontecerá no dia 17/02 (terça-feira), às 9h, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em Brasília-DF, e é assinado conjuntamente pela CUT Nacional, pela Fetraf-Sul/CUT (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul), pelo MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), pela Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil), pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e pela Famurs (Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul).
Menos de 10% do fumo produzido nessa safra foi comercializado até o momento. Para essa época, o normal seria que entre 20 e 25% do produto já estivesse sendo entregue e processado. Diante do impasse, paira sobre os fumicultores familiares a ameaça do vencimento, nos meses de maio, junho e julho, das parcelas de crédito para custeio e investimento na produção. Esse crédito é intermediado pelas indústrias, que têm status de avalistas dos contratos dos produtores. “Para efetuar o pagamento das parcelas, os fumicultores precisam negociar bem sua produção. Caso contrário, eles terão de arcar com prejuízos decorrentes dessa desvalorização do fumo, na forma que as empresas estão propondo”, informa o representante da CUT Nacional na Câmara Setorial do Fumo, Albino Gewehr.
Queda-de-braço – Segundo os produtores, as indústrias estão divulgando que, se eles não entregarem o fumo logo, correrão o risco de pagar mais caro pelos financiamentos, pois ficarão no final de uma fila, organizada pelas próprias empresas, de ordem de entrega dos produtos e isso atrasaria a quitação dos créditos tomados. Também justificam o preço baixo proposto aos fumicultores na expectativa de previsão de uma super safra (mais de 800 mil toneladas) de fumo no Brasil para este ano. Para a pesquisadora do Departamento de Estudos Sócio-Econômicos Rurais (Deser), Marilza Aparecida Biolchi, “não há justificativa para a queda dos preços, pois os estoques internacionais do produto estão baixos e esta safra mundial de fumo deverá ser ainda menor, de acordo com previsões do USDA (Departamento de Agricultura do Governo Americano) e da FAO (organismo das Nações Unidas voltado para a alimentação e o abastecimento no mundo).
Descontentes, os fumicultores participam de assembléias locais e regionais no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. “Mantemos firme a previsão de realizar grandes mobilizações, nas principais regiões produtoras de fumo dos três estados, nos dias 26 e 27 de fevereiro, para pressionar uma busca de solução a esse impasse”, comenta o coordenador de Formação da Fetraf-Sul/CUT, Marcos Rochinski, um dos responsáveis pelo processo de mobilização na entidade.
A região Sul, que responde por 95% da produção nacional de fumo, possui cerca de 180 mil famílias nessa atividade produtiva. Desse total, a metade está concentrada no Rio Grande do Sul, que abriga também o principal parque industrial de beneficiamento de fumo nos municípios de Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Vera Cruz.
No governo federal, diversas ações de regulamentação e políticas públicas voltadas para a cadeia do fumo estão dispersas em vários ministérios. Em 2003, o Governo Lula instalou a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Fumo, com a presença de representantes dos poderes públicos, da iniciativa privada e dos movimentos sociais, para garantir um maior controle social sobre estas políticas e ações, que estavam, até então, restritas à queda-de-braço entre empresas, produtores e consumidores.
Em 2003, o Brasil reduziu de 33% para 20% o contrabando de fumo, gerando um incremento na arrecadação de mais de um bilhão de reais. Os lucros de apenas uma das empresas do setor (a Souza Cruz, com patrimônio líquido na ordem de R$ 1,5 bilhão) têm crescido nos últimos anos, segundo dados de pesquisa do Deser. Passou de pouco mais de 634 milhões de reais, em 2001, para 961 milhões de reais em 2002. Entre janeiro e setembro de 2003, a empresa já somava um lucro de 613 milhões de reais, o que, mesmo sem apresentar os dados finais e diante da valorização contínua de suas ações na Bolsa de Valores de São Paulo, desde meados do ano passado, aumenta as expectativas de que os lucros da empresa em 2003 atinjam, pelo menos, o mesmo patamar de 2002.
“Queremos que o reajuste nesta safra seja de, pelo menos, 53,3% a fim de cobrir a elevação dos custos de produção. Isso significa receber, no mínimo, R$ 6,00 em média pelo quilo do fumo”, reafirma Marcos Rochinski.
Jornalista: Thea Tavares (MTb 3207-PR).
Contatos: - Marcos Rochinski – Coordenador de Formação da Fetraf-Sul – (41) 9994-6478 ou (41) 232-4649; - Albino Gewehr – Representante da CUT Nacional na Câmara Setorial do Fumo – (51) 9663-7897; - José Silva – Representante da Fetraf-Sul/CUT na Câmara Setorial do Fumo – (47) 9955-5335 / 353-1424 / 352-1257
Há um impasse na comercialização do fumo da safra 2003/2004 no Sul do Brasil. De um lado, as indústrias fumageiras decretaram o fim das negociações de preço sobre a proposta de uma média de R$ 4,08 pelo quilo de fumo. De outro, os produtores não concordam e estão retendo o fumo nos galpões como forma de valorizá-lo e com o objetivo de melhorar essa negociação. Eles reclamam dos baixos preços desta safra (a média no ano anterior foi de pelo menos R$ 6,00 o quilo), do empobrecimento dos produtores em contraste aos altos lucros da atividade ao longo da cadeia produtiva e querem a retomada das negociações e a prorrogação por 90 dias dos contratos de crédito de custeio e investimento junto aos bancos financiadores. O pedido oficial está na pauta da próxima reunião da Câmara Setorial do Fumo, que acontecerá no dia 17/02 (terça-feira), às 9h, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em Brasília-DF, e é assinado conjuntamente pela CUT Nacional, pela Fetraf-Sul/CUT (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul), pelo MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), pela Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil), pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e pela Famurs (Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul).
Menos de 10% do fumo produzido nessa safra foi comercializado até o momento. Para essa época, o normal seria que entre 20 e 25% do produto já estivesse sendo entregue e processado. Diante do impasse, paira sobre os fumicultores familiares a ameaça do vencimento, nos meses de maio, junho e julho, das parcelas de crédito para custeio e investimento na produção. Esse crédito é intermediado pelas indústrias, que têm status de avalistas dos contratos dos produtores. “Para efetuar o pagamento das parcelas, os fumicultores precisam negociar bem sua produção. Caso contrário, eles terão de arcar com prejuízos decorrentes dessa desvalorização do fumo, na forma que as empresas estão propondo”, informa o representante da CUT Nacional na Câmara Setorial do Fumo, Albino Gewehr.
Queda-de-braço – Segundo os produtores, as indústrias estão divulgando que, se eles não entregarem o fumo logo, correrão o risco de pagar mais caro pelos financiamentos, pois ficarão no final de uma fila, organizada pelas próprias empresas, de ordem de entrega dos produtos e isso atrasaria a quitação dos créditos tomados. Também justificam o preço baixo proposto aos fumicultores na expectativa de previsão de uma super safra (mais de 800 mil toneladas) de fumo no Brasil para este ano. Para a pesquisadora do Departamento de Estudos Sócio-Econômicos Rurais (Deser), Marilza Aparecida Biolchi, “não há justificativa para a queda dos preços, pois os estoques internacionais do produto estão baixos e esta safra mundial de fumo deverá ser ainda menor, de acordo com previsões do USDA (Departamento de Agricultura do Governo Americano) e da FAO (organismo das Nações Unidas voltado para a alimentação e o abastecimento no mundo).
Descontentes, os fumicultores participam de assembléias locais e regionais no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. “Mantemos firme a previsão de realizar grandes mobilizações, nas principais regiões produtoras de fumo dos três estados, nos dias 26 e 27 de fevereiro, para pressionar uma busca de solução a esse impasse”, comenta o coordenador de Formação da Fetraf-Sul/CUT, Marcos Rochinski, um dos responsáveis pelo processo de mobilização na entidade.
A região Sul, que responde por 95% da produção nacional de fumo, possui cerca de 180 mil famílias nessa atividade produtiva. Desse total, a metade está concentrada no Rio Grande do Sul, que abriga também o principal parque industrial de beneficiamento de fumo nos municípios de Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Vera Cruz.
No governo federal, diversas ações de regulamentação e políticas públicas voltadas para a cadeia do fumo estão dispersas em vários ministérios. Em 2003, o Governo Lula instalou a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Fumo, com a presença de representantes dos poderes públicos, da iniciativa privada e dos movimentos sociais, para garantir um maior controle social sobre estas políticas e ações, que estavam, até então, restritas à queda-de-braço entre empresas, produtores e consumidores.
Em 2003, o Brasil reduziu de 33% para 20% o contrabando de fumo, gerando um incremento na arrecadação de mais de um bilhão de reais. Os lucros de apenas uma das empresas do setor (a Souza Cruz, com patrimônio líquido na ordem de R$ 1,5 bilhão) têm crescido nos últimos anos, segundo dados de pesquisa do Deser. Passou de pouco mais de 634 milhões de reais, em 2001, para 961 milhões de reais em 2002. Entre janeiro e setembro de 2003, a empresa já somava um lucro de 613 milhões de reais, o que, mesmo sem apresentar os dados finais e diante da valorização contínua de suas ações na Bolsa de Valores de São Paulo, desde meados do ano passado, aumenta as expectativas de que os lucros da empresa em 2003 atinjam, pelo menos, o mesmo patamar de 2002.
“Queremos que o reajuste nesta safra seja de, pelo menos, 53,3% a fim de cobrir a elevação dos custos de produção. Isso significa receber, no mínimo, R$ 6,00 em média pelo quilo do fumo”, reafirma Marcos Rochinski.
Jornalista: Thea Tavares (MTb 3207-PR).
Contatos: - Marcos Rochinski – Coordenador de Formação da Fetraf-Sul – (41) 9994-6478 ou (41) 232-4649; - Albino Gewehr – Representante da CUT Nacional na Câmara Setorial do Fumo – (51) 9663-7897; - José Silva – Representante da Fetraf-Sul/CUT na Câmara Setorial do Fumo – (47) 9955-5335 / 353-1424 / 352-1257
Embrapa e Unicamp realizam dia-de-campo sobre ervas medicinais
Dia -de-campo "Cultivo e colheita de plantas medicinais"
Local: Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP)
Data: 17.02.2004, das 8:30 hs às 12:30 hs
Promoção: Unicamp, Embrapa Transferência de Tecnologia / Escritório de Campinas, Embrapa Pecuária Sudeste
Um dia de campo sobre "Cultivo e colheita de plantas medicinais" será promovido na próxima terça-feira (dia 17 de fevereiro) pela Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), Embrapa Transferência de Tecnologia/Escritório de Negócios de Campinas e Unicamp-Universidade Estadual de Campinas. O evento, que acontecerá na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos-SP, das 8:30 hs às 13:00 hs, é dirigido a produtores rurais que desejam conhecer culturas alternativas e rentáveis.
O cultivos das quatro plantas medicinais - artemísia, erva-baleeira, guaco e quebra-pedra - é destinado à indústria farmacêutica, que utiliza em medicamentos os princípios ativos e substâncias dessas ervas.
A artemísia é indicada para a produção de remédios para a malária. A erva-baleeira é usada em medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos, tônicos, anti-úlcera e para reumatismo, gota, artrites e coluna. O guaco destina-se a produtos anti-febre, anti-gripais e contra problemas do sistema respiratório, enquanto o quebra-pedra é dirigido a medicamentos diuréticos e para problemas renais, inclusive cálculos.
Os instrutores serão os professores Glyn Mara Figueira e Pedro Melillo, do Centro de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas da Unicamp; Ana Paula Artimonte Vaz, do Escritório de Campinas da Embrapa Transferência de Tecnologia; e Luiz Batista Rocha, da Embrapa Pecuária Sudeste.
Inscrições e mais informações, telefone (0xx16) 261-5611.
Jorge Reti - MTb 12693-SP e MS 14130/SJPSP/FENAJ
Assessor de imprensa
Embrapa Pecuária Sudeste
Telefone (0xx16) 261-5611
Local: Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP)
Data: 17.02.2004, das 8:30 hs às 12:30 hs
Promoção: Unicamp, Embrapa Transferência de Tecnologia / Escritório de Campinas, Embrapa Pecuária Sudeste
Um dia de campo sobre "Cultivo e colheita de plantas medicinais" será promovido na próxima terça-feira (dia 17 de fevereiro) pela Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), Embrapa Transferência de Tecnologia/Escritório de Negócios de Campinas e Unicamp-Universidade Estadual de Campinas. O evento, que acontecerá na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos-SP, das 8:30 hs às 13:00 hs, é dirigido a produtores rurais que desejam conhecer culturas alternativas e rentáveis.
O cultivos das quatro plantas medicinais - artemísia, erva-baleeira, guaco e quebra-pedra - é destinado à indústria farmacêutica, que utiliza em medicamentos os princípios ativos e substâncias dessas ervas.
A artemísia é indicada para a produção de remédios para a malária. A erva-baleeira é usada em medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos, tônicos, anti-úlcera e para reumatismo, gota, artrites e coluna. O guaco destina-se a produtos anti-febre, anti-gripais e contra problemas do sistema respiratório, enquanto o quebra-pedra é dirigido a medicamentos diuréticos e para problemas renais, inclusive cálculos.
Os instrutores serão os professores Glyn Mara Figueira e Pedro Melillo, do Centro de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas da Unicamp; Ana Paula Artimonte Vaz, do Escritório de Campinas da Embrapa Transferência de Tecnologia; e Luiz Batista Rocha, da Embrapa Pecuária Sudeste.
Inscrições e mais informações, telefone (0xx16) 261-5611.
Jorge Reti - MTb 12693-SP e MS 14130/SJPSP/FENAJ
Assessor de imprensa
Embrapa Pecuária Sudeste
Telefone (0xx16) 261-5611
Minifábricas de caju da Embrapa iniciam projeto de franquia social da Fundação Banco do Brasil
O modelo Agroindustrial Múltiplo de Processamento de Castanha de Caju, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, foi escolhido pela Fundação Banco do Brasil para iniciar o Projeto Franquia Social. O projeto foi lançado durante a Expo Fome Zero, que acontece de 10 a 12 de fevereiro, em São Paulo (SP). O objetivo é garantir a transferência de tecnologia social, em todos os passos de sua aplicação.
O diretor-presidente da Embrapa, Clayton Campanhola, participou da cerimônia de lançamento e mostrou a satisfação em ter consolidado essa parceria. “Esse convênio tem o papel de fazer com que as tecnologias possam chegar de forma correta aos produtores de todo o País, agregando valor ao produto e melhorando a renda do produtor. Além disso, implica o fortalecimento da Agricultura Familiar e o conseqüente exercício da cidadania”, declarou.
O presidente da Fundação, Jacques Penna, disse que o projeto busca perceber as boas experiências e ajudar a viabilizá-las. “A Embrapa tem sido uma presença constante em nosso Banco de Tecnologias Sociais. Para nós, é uma satisfação tê-la como parceira”, frisou. Os manuais para a implantação da franquia de minifábricas estarão disponíveis em todas as agências do Banco do Brasil, que terá linha de crédito específica para o custeio e o investimento inicial. A Embrapa vai atuar para implantar e prestar consultoria ao franqueado, orientando na compra dos equipamentos, na capacitação da mão-de-obra, na instalação e no gerenciamento do negócio, a partir de um contrato de parceria.
Papel social das Minifábricas - As minifábricas de beneficiamento de castanha de caju desenvolvidas pela Embrapa estão sendo utilizadas como instrumento para inserir pequenos produtores rurais do Nordeste no concorrido mercado externo de amêndoas. A tecnologia está revolucionando a cadeia produtiva do agronegócio caju. Antes, os pequenos produtores exerciam o papel de fornecedores de castanha in natura para as grandes indústrias. Com a introdução das minifábricas, as pequenas comunidades beneficiam suas próprias castanhas e ainda adquirem matéria-prima dos pomares vizinhos. Atualmente, com a ajuda da Embrapa, estão sendo formadas associações de minifábricas visando aumentar a produção, a oferta e a comercialização de amêndoas para os Estados Unidos. A tecnologia já existe em 120 minifábricas no Nordeste. Algumas, inclusive, estão trabalhando com base num modelo associativista, incentivado pela Embrapa, visando a inserção conjunta no mercado internacional de amêndoas de caju.
Vantagens das minifábricas: agregar valor ao processo de produção da castanha de caju, junto aos pequenos produtores da região Nordeste;alta produtividade e qualidade da amêndoa produzida; associações comunitárias com recursos próprios e aptas a disputar lugar no mercado.
Jornalista: Flávia Bessa
Assessoria de Comunicação Social da Embrapa
Telefone: (61) 448-4039
O diretor-presidente da Embrapa, Clayton Campanhola, participou da cerimônia de lançamento e mostrou a satisfação em ter consolidado essa parceria. “Esse convênio tem o papel de fazer com que as tecnologias possam chegar de forma correta aos produtores de todo o País, agregando valor ao produto e melhorando a renda do produtor. Além disso, implica o fortalecimento da Agricultura Familiar e o conseqüente exercício da cidadania”, declarou.
O presidente da Fundação, Jacques Penna, disse que o projeto busca perceber as boas experiências e ajudar a viabilizá-las. “A Embrapa tem sido uma presença constante em nosso Banco de Tecnologias Sociais. Para nós, é uma satisfação tê-la como parceira”, frisou. Os manuais para a implantação da franquia de minifábricas estarão disponíveis em todas as agências do Banco do Brasil, que terá linha de crédito específica para o custeio e o investimento inicial. A Embrapa vai atuar para implantar e prestar consultoria ao franqueado, orientando na compra dos equipamentos, na capacitação da mão-de-obra, na instalação e no gerenciamento do negócio, a partir de um contrato de parceria.
Papel social das Minifábricas - As minifábricas de beneficiamento de castanha de caju desenvolvidas pela Embrapa estão sendo utilizadas como instrumento para inserir pequenos produtores rurais do Nordeste no concorrido mercado externo de amêndoas. A tecnologia está revolucionando a cadeia produtiva do agronegócio caju. Antes, os pequenos produtores exerciam o papel de fornecedores de castanha in natura para as grandes indústrias. Com a introdução das minifábricas, as pequenas comunidades beneficiam suas próprias castanhas e ainda adquirem matéria-prima dos pomares vizinhos. Atualmente, com a ajuda da Embrapa, estão sendo formadas associações de minifábricas visando aumentar a produção, a oferta e a comercialização de amêndoas para os Estados Unidos. A tecnologia já existe em 120 minifábricas no Nordeste. Algumas, inclusive, estão trabalhando com base num modelo associativista, incentivado pela Embrapa, visando a inserção conjunta no mercado internacional de amêndoas de caju.
Vantagens das minifábricas: agregar valor ao processo de produção da castanha de caju, junto aos pequenos produtores da região Nordeste;alta produtividade e qualidade da amêndoa produzida; associações comunitárias com recursos próprios e aptas a disputar lugar no mercado.
Jornalista: Flávia Bessa
Assessoria de Comunicação Social da Embrapa
Telefone: (61) 448-4039
NOBEL DA PAZ DEFENDE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS TRANSGÊNICOS
O prêmio Nobel da Paz (1970), Norman Borlaug, defendeu hoje (11/02) a produção de alimentos a partir de organismos geneticamente modificados como forma de aumentar a produtividade na agricultura e reduzir o uso de herbicidas. “Quem é contra produtos transgênicos usa argumentos cegos e coloca o sentimento à frente da razão e da lógica”, enfatizou. Como o principal instrumento para melhorar a distribuição de alimentos no mundo, Borlaug aponta a geração de empregos aliado à garantia de educação na infância.
Ele citou a China como maior exemplo de país que conseguiu promover uma distribuição eqüitativa de alimentos. “A China, que enfrentou grave crise de escassez de alimentos na 2ª Guerra Mundial, investiu em pesquisa e hoje é auto-suficiente na produção de grãos e aumentou suas exportações, beneficiando os agricultores”. Borlaug, que se reuniu esta tarde com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, está no Brasil desde o dia 03 de fevereiro para conhecer as novas fronteiras agrícolas do país.
Conhecido como o “Pai da Revolução Verde”, ele considera o Brasil como o país com maior potencial para se tornar um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo e acredita que a distribuição de alimentos deve ser atrelada a oferta de trabalho. “Defendo a troca de alimento por trabalho em obras públicas e não a distribuição gratuita” disse o Prêmio Nobel, de 88 anos. A Revolução Verde foi o evento responsável pelo aumento da produção de cereais em diversos países em desenvolvimento, principalmente na Ásia, na década de 60.
O roteiro de Borlaug no Brasil, inclui visitas a lavouras que utilizam o sistema de plantio direto na palha, responsável pela melhoria do desempenho da agricultura em regiões de solos pobres e mal aproveitados, como o Cerrado. Há quase dez anos, quando esteve pela primeira vez no país, ele previu o crescimento da agricultura na região. “Estou convencido de que o que está acontecendo no Cerrado é um dos mais espetaculares eventos de desenvolvimento agrícola da história mundial”, disse à época.
O plantio direto na palha já ocupa cerca de 20 milhões de hectares das lavouras comerciais brasileiras de grãos. Isso representa quase 41% dos 46,6 milhões de hectares ocupados pela atividade agrícola no país, principalmente com as culturas de soja, milho, algodão e feijão. Hoje, o plantio direto na palha é empregado no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás e Minas Gerais, entre outros estados do Centro-Oeste.
O sistema é o modelo de produção que se encaixa no conceito de agricultura sustentável. A prática consiste em plantar sem revolvimento do solo por arado ou grade, não permitindo a erosão e mantendo os nutrientes na terra. A palha sobre a superfície protege o solo contra o impacto das gotas de chuva, possibilitando maior infiltração de água e menor arraste de terra.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – DIVISÃO DE IMPRENSA
FONES (61) 218-2203/2204/2205 - FAX: 322-2880
Ele citou a China como maior exemplo de país que conseguiu promover uma distribuição eqüitativa de alimentos. “A China, que enfrentou grave crise de escassez de alimentos na 2ª Guerra Mundial, investiu em pesquisa e hoje é auto-suficiente na produção de grãos e aumentou suas exportações, beneficiando os agricultores”. Borlaug, que se reuniu esta tarde com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, está no Brasil desde o dia 03 de fevereiro para conhecer as novas fronteiras agrícolas do país.
Conhecido como o “Pai da Revolução Verde”, ele considera o Brasil como o país com maior potencial para se tornar um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo e acredita que a distribuição de alimentos deve ser atrelada a oferta de trabalho. “Defendo a troca de alimento por trabalho em obras públicas e não a distribuição gratuita” disse o Prêmio Nobel, de 88 anos. A Revolução Verde foi o evento responsável pelo aumento da produção de cereais em diversos países em desenvolvimento, principalmente na Ásia, na década de 60.
O roteiro de Borlaug no Brasil, inclui visitas a lavouras que utilizam o sistema de plantio direto na palha, responsável pela melhoria do desempenho da agricultura em regiões de solos pobres e mal aproveitados, como o Cerrado. Há quase dez anos, quando esteve pela primeira vez no país, ele previu o crescimento da agricultura na região. “Estou convencido de que o que está acontecendo no Cerrado é um dos mais espetaculares eventos de desenvolvimento agrícola da história mundial”, disse à época.
O plantio direto na palha já ocupa cerca de 20 milhões de hectares das lavouras comerciais brasileiras de grãos. Isso representa quase 41% dos 46,6 milhões de hectares ocupados pela atividade agrícola no país, principalmente com as culturas de soja, milho, algodão e feijão. Hoje, o plantio direto na palha é empregado no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás e Minas Gerais, entre outros estados do Centro-Oeste.
O sistema é o modelo de produção que se encaixa no conceito de agricultura sustentável. A prática consiste em plantar sem revolvimento do solo por arado ou grade, não permitindo a erosão e mantendo os nutrientes na terra. A palha sobre a superfície protege o solo contra o impacto das gotas de chuva, possibilitando maior infiltração de água e menor arraste de terra.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – DIVISÃO DE IMPRENSA
FONES (61) 218-2203/2204/2205 - FAX: 322-2880
BRASILPACK 2004 MOSTRARÁ E PRODUZIRÁ AS ÚLTIMAS TENDÊNCIAS MUNDIAIS DO SETOR DE EMBALAGEM
Quer saber quais os avanços tecnológicos e tipos de embalagem que estarão em alta no mercado brasileiro? A Brasilpack 2004 – Feira Internacional de Embalagem, de 8 a 12 de março, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, trará as últimas novidades do setor e inovará, mais uma vez, ao estruturar as Ilhas de Produção, onde os visitantes poderão conferir as fases de industrialização de vários tipos de embalagens.
A indústria de embalagens desenvolveu-se em ritmo acelerado nas últimas décadas. Num mundo sem fronteiras de mercados, onde os produtos necessitam de eficientes métodos de acondicionamento para chegar com qualidade aos mais remotos pontos do planeta, a embalagem tem um papel fundamental. No Brasil, esse mercado movimenta em torno de US$ 10 bilhões/ano e funciona como um dos principais termômetros da economia do País. Para 2004, segundo projeções da ABRE - Associação Brasileira da Indústria de Embalagem –, a produção nacional atingirá 7,5 milhões de toneladas de matéria-prima.
Principal evento do setor no Hemisfério Sul, a BRASILPACK 2004 - Feira Internacional da Embalagem será uma grande vitrina dos constantes investimentos em matérias-primas e dos modernos processos industriais do setor. O evento reunirá mais de 400 expositores, de 30 países, como Alemanha, Argentina, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Colômbia, Inglaterra, Japão, Itália, Suíça, entre outros. A expectativa é atrair 30 mil visitantes de diferentes partes do mundo.
“Estamos estruturando uma feira dinâmica, que, além de apontar as principais tendências na área de embalagens, também mostrará ao público como alguns desses modelos são industrializados. Num ano de boas expectativas de vendas para os diferentes setores econômicos brasileiros, caberá a BRASILPACK 2004 o papel de apontar quais são as maneiras mais eficientes e com menor custo-benefício para as empresas brasileiras embalarem seus produtos para a comercialização no mercado interno e para as exportações”, explica Evaristo Nascimento, diretor da feira.
Além disso, a BRASILPACK 2004 apresentará várias novidades no campo da reciclagem de embalagens, hoje um tema de preocupação mundial. Diferentes métodos nessa área serão apresentados na feira. “Hoje, não podemos desvincular a produção de embalagens do tema reciclagem. O mercado exige que as empresas adotem soluções nessa área. A BRASILPACK 2004 apontará alternativas para essa área, expondo projetos bem-sucedidos de várias industrias”, completa Evaristo.
Realizada pela Alcantara Machado em parceria com a empresa alemã Messe Düsseldorf, organizadora da Interpack, a mais importante feira mundial do segmento, a BRASILPACK 2004 abrirá espaço para uma série de eventos paralelos – conferências, seminários, cursos etc., que abordarão temas atuais do setor, como novas tecnologias e reciclagem.
Feira dinâmica para atrair mais público
Com presença das maiores empresas mundiais do segmento que mostrarão os avanços tecnológicos em termos de produtos e serviços, a BRASILPACK 2004 terá, também, as Expo Linhas de Produção. Nessas linhas compostas por cadeias de máquinas, equipamentos e insumos, o público poderá acompanhar de perto as fases de industrialização de embalagens de plástico, flexíveis, cartão, papel, aço, alumínio, vidro, etc.
“O dinamismo dos processos apresentados nas ilhas, que operam de forma integrada, possibilita aos visitantes melhor análise das máquinas em funcionamento. O projeto Expo Linhas de Produção, que foi introduzindo pela Alcantara Machado de forma pioneira, na edição de 2002 da BRASILPACK, visa deixar a feira mais dinâmica e, com isso, atrair mais público e gerar novas oportunidades de realização de negócios para os expositores”, ressalta Evaristo.
Viagem ao alcance de todos
Com o objetivo de estimular o turismo de negócios e oferecer serviços de qualidade e com menor custo benefício em estadia e deslocamento de pessoas interessadas em visitar a BRASILPACK 2004, a Alcantara Machado criou o Programa Bem-Vindo a São Paulo.
O programa, por meio de uma central de atendimento – (11) 3035-1000 -, disponibiliza, com exclusividade, ofertas de hospedagem e passagens aéreas aos visitantes e expositores. Entre suas vantagens estão: hotéis com descontos de até 70%; passagens aéreas com preços especiais e em até 6 vezes no cartão de crédito; traslados hotel-feira-hotel; reservas em restaurantes, teatros e tours. Outras informações: www.almax.com.br
Curiosidade do setor:
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos parece ter descoberto uma solução para um dos grandes problemas ambientais do século. Trata-se de um tipo de “plástico verde”, que pode ser reciclado várias vezes sem perder suas características nem precisar ser exposto a altas temperaturas, como é feito o processo hoje. Para moldá-lo, basta uma pressão, já que a mistura de plástico duro com outro mole o torna maleável. (Fonte: www.AffonsoRitter.com.br )
BRASILPACK 2004: 4a Feira Internacional da Embalagem
Data: de 8 a 12 de março.
Horário: das 10 às 19 horas.
Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo – Av. Olavo Fontoura, 1.209, telefone (11) 6224-0400.
Público: Industriais, comerciantes, compradores e profissionais do setor.
Entrada: Convite ou mediante a comprovação de vínculo com o setor.
Proibida a entrada de menores de 16 anos, mesmo acompanhados.
Organização e promoção: Alcantara Machado Feiras de Negócios e Messe Düsseldorf.
Informações: (11) 6221-9908 ou www.brasilpack.com.br
2PRÓ/Ideafix Comunicação
Tel. (11) 3030.9404 / 3030.9442 / 3030.9440
A indústria de embalagens desenvolveu-se em ritmo acelerado nas últimas décadas. Num mundo sem fronteiras de mercados, onde os produtos necessitam de eficientes métodos de acondicionamento para chegar com qualidade aos mais remotos pontos do planeta, a embalagem tem um papel fundamental. No Brasil, esse mercado movimenta em torno de US$ 10 bilhões/ano e funciona como um dos principais termômetros da economia do País. Para 2004, segundo projeções da ABRE - Associação Brasileira da Indústria de Embalagem –, a produção nacional atingirá 7,5 milhões de toneladas de matéria-prima.
Principal evento do setor no Hemisfério Sul, a BRASILPACK 2004 - Feira Internacional da Embalagem será uma grande vitrina dos constantes investimentos em matérias-primas e dos modernos processos industriais do setor. O evento reunirá mais de 400 expositores, de 30 países, como Alemanha, Argentina, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Colômbia, Inglaterra, Japão, Itália, Suíça, entre outros. A expectativa é atrair 30 mil visitantes de diferentes partes do mundo.
“Estamos estruturando uma feira dinâmica, que, além de apontar as principais tendências na área de embalagens, também mostrará ao público como alguns desses modelos são industrializados. Num ano de boas expectativas de vendas para os diferentes setores econômicos brasileiros, caberá a BRASILPACK 2004 o papel de apontar quais são as maneiras mais eficientes e com menor custo-benefício para as empresas brasileiras embalarem seus produtos para a comercialização no mercado interno e para as exportações”, explica Evaristo Nascimento, diretor da feira.
Além disso, a BRASILPACK 2004 apresentará várias novidades no campo da reciclagem de embalagens, hoje um tema de preocupação mundial. Diferentes métodos nessa área serão apresentados na feira. “Hoje, não podemos desvincular a produção de embalagens do tema reciclagem. O mercado exige que as empresas adotem soluções nessa área. A BRASILPACK 2004 apontará alternativas para essa área, expondo projetos bem-sucedidos de várias industrias”, completa Evaristo.
Realizada pela Alcantara Machado em parceria com a empresa alemã Messe Düsseldorf, organizadora da Interpack, a mais importante feira mundial do segmento, a BRASILPACK 2004 abrirá espaço para uma série de eventos paralelos – conferências, seminários, cursos etc., que abordarão temas atuais do setor, como novas tecnologias e reciclagem.
Feira dinâmica para atrair mais público
Com presença das maiores empresas mundiais do segmento que mostrarão os avanços tecnológicos em termos de produtos e serviços, a BRASILPACK 2004 terá, também, as Expo Linhas de Produção. Nessas linhas compostas por cadeias de máquinas, equipamentos e insumos, o público poderá acompanhar de perto as fases de industrialização de embalagens de plástico, flexíveis, cartão, papel, aço, alumínio, vidro, etc.
“O dinamismo dos processos apresentados nas ilhas, que operam de forma integrada, possibilita aos visitantes melhor análise das máquinas em funcionamento. O projeto Expo Linhas de Produção, que foi introduzindo pela Alcantara Machado de forma pioneira, na edição de 2002 da BRASILPACK, visa deixar a feira mais dinâmica e, com isso, atrair mais público e gerar novas oportunidades de realização de negócios para os expositores”, ressalta Evaristo.
Viagem ao alcance de todos
Com o objetivo de estimular o turismo de negócios e oferecer serviços de qualidade e com menor custo benefício em estadia e deslocamento de pessoas interessadas em visitar a BRASILPACK 2004, a Alcantara Machado criou o Programa Bem-Vindo a São Paulo.
O programa, por meio de uma central de atendimento – (11) 3035-1000 -, disponibiliza, com exclusividade, ofertas de hospedagem e passagens aéreas aos visitantes e expositores. Entre suas vantagens estão: hotéis com descontos de até 70%; passagens aéreas com preços especiais e em até 6 vezes no cartão de crédito; traslados hotel-feira-hotel; reservas em restaurantes, teatros e tours. Outras informações: www.almax.com.br
Curiosidade do setor:
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos parece ter descoberto uma solução para um dos grandes problemas ambientais do século. Trata-se de um tipo de “plástico verde”, que pode ser reciclado várias vezes sem perder suas características nem precisar ser exposto a altas temperaturas, como é feito o processo hoje. Para moldá-lo, basta uma pressão, já que a mistura de plástico duro com outro mole o torna maleável. (Fonte: www.AffonsoRitter.com.br )
BRASILPACK 2004: 4a Feira Internacional da Embalagem
Data: de 8 a 12 de março.
Horário: das 10 às 19 horas.
Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo – Av. Olavo Fontoura, 1.209, telefone (11) 6224-0400.
Público: Industriais, comerciantes, compradores e profissionais do setor.
Entrada: Convite ou mediante a comprovação de vínculo com o setor.
Proibida a entrada de menores de 16 anos, mesmo acompanhados.
Organização e promoção: Alcantara Machado Feiras de Negócios e Messe Düsseldorf.
Informações: (11) 6221-9908 ou www.brasilpack.com.br
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INVESTIMENTOS NA CADEIA PRODUTIVA DO LEITE ESTÃO GARANTIDOS, DIZ LESSA
O presidente do BNDES, Carlos Lessa, garantiu após encontro com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, que independente do resultado do estudo a ser encomendado pela instituição sobre a situação da economia das indústrias de leite, o banco vai investir no setor. “As portas do BNDES sempre estiveram abertas para financiar empresas interessadas em instalar unidades de leite, mas não havia demanda”, disse o presidente. Agora, o BNDES será aliado do governo na tentativa de reduzir os efeitos da crise da Parmalat.
Lessa informou que nesse estudo a instituição quer se informar profundamente acerca das condições da estrutura industrial brasileira de produção de leite e de lacticínios e como ela se encontra do ponto de vista produtivo, qualidade tecnológica, da qualidade das instalações e padrões de operação. Ele esclareceu que o BNDES não quer conhecer a situação da Parmalat isoladamente, mas da indústria como um todo.
Defendeu ainda que o arrendamento de algumas unidades da Parmalat pode ser uma solução viável a curto prazo, embora o banco não venha a participar diretamente do processo. “A Parmalat tem determinados ativos (empresas ou cooperativas) que estão dispostos, sob certas condições, a operar as unidades. Isto resolve o problema da gestão do sistema hoje existente e, embora não reorganize o setor, é uma boa solução”.
O orçamento total do BNDES este ano é de R$ 47,3 bilhões, contra R$ 34,1 bilhões em 2003. O banco opera com juros abaixo da taxa Selic. O indexador é a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), hoje fixada em 10% ao ano. Para empréstimos de até R$ 10 milhões a negociação pode ser feita junto aos agentes financeiros que operam com as linhas de crédito do banco – atualmente 187 agências estão aptas. Acima desse valor, os empréstimos devem ser contratados diretamente no BNDES.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – DIVISÃO DE IMPRENSA
FONES (61) 218-2203/2204/2205 - FAX: 322-2880
Lessa informou que nesse estudo a instituição quer se informar profundamente acerca das condições da estrutura industrial brasileira de produção de leite e de lacticínios e como ela se encontra do ponto de vista produtivo, qualidade tecnológica, da qualidade das instalações e padrões de operação. Ele esclareceu que o BNDES não quer conhecer a situação da Parmalat isoladamente, mas da indústria como um todo.
Defendeu ainda que o arrendamento de algumas unidades da Parmalat pode ser uma solução viável a curto prazo, embora o banco não venha a participar diretamente do processo. “A Parmalat tem determinados ativos (empresas ou cooperativas) que estão dispostos, sob certas condições, a operar as unidades. Isto resolve o problema da gestão do sistema hoje existente e, embora não reorganize o setor, é uma boa solução”.
O orçamento total do BNDES este ano é de R$ 47,3 bilhões, contra R$ 34,1 bilhões em 2003. O banco opera com juros abaixo da taxa Selic. O indexador é a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), hoje fixada em 10% ao ano. Para empréstimos de até R$ 10 milhões a negociação pode ser feita junto aos agentes financeiros que operam com as linhas de crédito do banco – atualmente 187 agências estão aptas. Acima desse valor, os empréstimos devem ser contratados diretamente no BNDES.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – DIVISÃO DE IMPRENSA
FONES (61) 218-2203/2204/2205 - FAX: 322-2880
Orizicultores gaúchos doam 27 toneladas de arroz ao Programa Fome Zero
Os representantes da cadeia produtiva do arroz estiveram reunidos no final da tarde de quinta-feira, em Brasília, com o vice-presidente José Alencar, ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues e deputado federal Érico Ribeiro (PP/RS). Durante a audiência, ficou decidido que os arrozeiros gaúchos irão doar para o Programa Fome Zero, a primeira produção de arroz a ser colhida nesta safra, totalizando em 27 toneladas do produto, ou seja uma carreta de arroz. A entrega simbólica será efetuada durante a 14a Abertura Oficial da Colheita do Arroz, na Granja Zanetti, em Santa Vitória do Palmar, que acontece entre os dias 5 até 7 de março.
A reunião em Brasília também contou com a presença do diretor comercial do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), Rubens Pinho Silveira, Élio Coradini, do Sindicato da Indústria do Arroz e Jairton Russo, do Sindicato das Indústrias de Arroz de Pelotas.
Conforme o presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Artur Oscar Loureiro de Albuquerque, durante a reunião com o vice-presidente da República, ele confirmou a presença na abertura da colheita do arroz, em Santa Vitória do Palmar. José de Alencar será um dos homenageados no evento com o título "Homens do Arroz".
Já, a reunião com Patrus Ananias teve como objetivo reivindicar que o governo federal adquira cerca de 500 mil toneladas do cereal gaúcho para o programa Fome Zero, o que equivale a 10% da produção estimada do grão no Estado na atual safra. Anteriormente, o Governo Federal já teria anunciado o interesse pela compra de 750 mil toneladas do produto para o projeto social. Segundo Albuquerque, em razão do Estado ser responsável por aproximadamente 50% da produção arrozeira do País, a maior parte dos estoques em questão poderá ser adquirida da indústria gaúcha.
Durante o encontro, ficou definida a criação de uma comissão paritária entre o governo e a cadeia produtiva para organizar o setor e a tramitação na venda do produto gaúcho. O presidente da Federarroz diz que dessa forma será analisado o preço, forma de pagamento. "Tudo isso evitará o desvio do arroz e especulações, fazendo com que o mesmo arroz colhido no Estado, que apresenta alta qualidade, chegue da mesma forma sem atravessadores", salienta.
Audiência com Lula
Quanto as 27 toneladas do produto a serem destinadas ao Fome Zero, Albuquerque diz que será entregue de forma simbólica na abertura da colheita do arroz. E, em outra oportunidade, toda a quantia colhida deverá ser entregue diretamente ao presidente do País, Luís Inácio Lula da Silva.
De acordo com o presidente da federação, no dia 20 de fevereiro, a comissão organizadora da festa de abertura da 14ª Colheita do Arroz, participa de uma audiência com o presidente Lula, durante a Festa da Uva, em Caxias do Sul.
O encontro com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues visou debater a liberação de recursos destinados à comercialização da safra 2003/2004.
A intenção da cadeia produtiva é conseguir a liberação de R$ 250 milhões em Empréstimos do Governo Federal (EGFs), R$ 100 milhões em Linha Especial de Crédito (LEC) e R$ 100 milhões na nova modalidade de contrato de opção de venda de grãos. Nesse último tipo de comercialização, a iniciativa privada lança o contrato de opção no mercado e o governo intervém com a equalização do preço. O dirigente da federação destaca que a estimativa de produção da safra de arroz no Rio Grande do Sul é de cinco milhões e 300 mil toneladas de arroz.
Em relação ao inédito contrato de opção privado, Albuquerque salienta que o grupo de trabalho da Câmara Setorial do Arroz já realizou quatro reuniões para avaliar a proposta do Ministério da Agricultura e posteriormente encaminhar sugestões. O presidente da federação informa que o setor aguarda retorno da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a respeito da análise enviada pela cadeia produtiva. O grupo está formado pela Federarroz, Irga, Federação da Agricultura (Farsul), Sindicato da Indústria do Arroz (Sindarroz), Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) e Bolsa de Mercadorias da Metade Sul (BMMS).
Márcia Marinho - Assessoria de Imprensa - (53) 99599914
A reunião em Brasília também contou com a presença do diretor comercial do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), Rubens Pinho Silveira, Élio Coradini, do Sindicato da Indústria do Arroz e Jairton Russo, do Sindicato das Indústrias de Arroz de Pelotas.
Conforme o presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Artur Oscar Loureiro de Albuquerque, durante a reunião com o vice-presidente da República, ele confirmou a presença na abertura da colheita do arroz, em Santa Vitória do Palmar. José de Alencar será um dos homenageados no evento com o título "Homens do Arroz".
Já, a reunião com Patrus Ananias teve como objetivo reivindicar que o governo federal adquira cerca de 500 mil toneladas do cereal gaúcho para o programa Fome Zero, o que equivale a 10% da produção estimada do grão no Estado na atual safra. Anteriormente, o Governo Federal já teria anunciado o interesse pela compra de 750 mil toneladas do produto para o projeto social. Segundo Albuquerque, em razão do Estado ser responsável por aproximadamente 50% da produção arrozeira do País, a maior parte dos estoques em questão poderá ser adquirida da indústria gaúcha.
Durante o encontro, ficou definida a criação de uma comissão paritária entre o governo e a cadeia produtiva para organizar o setor e a tramitação na venda do produto gaúcho. O presidente da Federarroz diz que dessa forma será analisado o preço, forma de pagamento. "Tudo isso evitará o desvio do arroz e especulações, fazendo com que o mesmo arroz colhido no Estado, que apresenta alta qualidade, chegue da mesma forma sem atravessadores", salienta.
Audiência com Lula
Quanto as 27 toneladas do produto a serem destinadas ao Fome Zero, Albuquerque diz que será entregue de forma simbólica na abertura da colheita do arroz. E, em outra oportunidade, toda a quantia colhida deverá ser entregue diretamente ao presidente do País, Luís Inácio Lula da Silva.
De acordo com o presidente da federação, no dia 20 de fevereiro, a comissão organizadora da festa de abertura da 14ª Colheita do Arroz, participa de uma audiência com o presidente Lula, durante a Festa da Uva, em Caxias do Sul.
O encontro com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues visou debater a liberação de recursos destinados à comercialização da safra 2003/2004.
A intenção da cadeia produtiva é conseguir a liberação de R$ 250 milhões em Empréstimos do Governo Federal (EGFs), R$ 100 milhões em Linha Especial de Crédito (LEC) e R$ 100 milhões na nova modalidade de contrato de opção de venda de grãos. Nesse último tipo de comercialização, a iniciativa privada lança o contrato de opção no mercado e o governo intervém com a equalização do preço. O dirigente da federação destaca que a estimativa de produção da safra de arroz no Rio Grande do Sul é de cinco milhões e 300 mil toneladas de arroz.
Em relação ao inédito contrato de opção privado, Albuquerque salienta que o grupo de trabalho da Câmara Setorial do Arroz já realizou quatro reuniões para avaliar a proposta do Ministério da Agricultura e posteriormente encaminhar sugestões. O presidente da federação informa que o setor aguarda retorno da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a respeito da análise enviada pela cadeia produtiva. O grupo está formado pela Federarroz, Irga, Federação da Agricultura (Farsul), Sindicato da Indústria do Arroz (Sindarroz), Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) e Bolsa de Mercadorias da Metade Sul (BMMS).
Márcia Marinho - Assessoria de Imprensa - (53) 99599914
Projeto 10 nas lavouras de arroz tem evento em Dom Pedrito
O município de Dom Pedrito, no dia 17 de fevereiro, será palco para apresentação do Projeto 10 nas lavouras de arroz. Nesse dia, os orizicultores do Estado estarão reunidos para trocar experiências sobre o manejo da cultura. Esse projeto, que nasceu em Dom Pedrito, já chega ao terceiro ano.
Na cidade pedritense, estão envolvidos 14 produtores, com uma área plantada no projeto 10 de 578 hectares.
Para avaliar a produção e trocar experiências, no dia 17, começa um roteiro de visitação nas lavouras. Depois de Dom Pedrito, os demais municípios a serem visitados são Uruguaiana, São Borja e Dona Francisca. O evento é uma promoção da Associação dos Agricultores de Dom Pedrito e Instituto Riograndense do Arroz (IRGA).
De acordo com o diretor administrativo da Associação dos Agricultores, Renato Rocha, essa atividade teve como berço Dom Pedrito, tendo em vista o alto potencial alcançado das cultivares, atingindo até 13 toneladas nos experimentos na Estação Experimental do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) local. A partir desta constatação, o pesquisador do IRGA, Valmir Gaedke Menezes encontrou na Associação dos Agricultores receptividade e parceria necessárias, e juntos resolveram encarar o desafio, ou seja de transferir os altos índices de produtividade para a lavoura do município.
Rocha diz que o encontro com os demais municípios envolvidos no Projeto 10 visa promover uma integração. "É o momento de trocar experiências entre os orizicultores locais com os produtores de outras regiões, possibilitando assim a descoberta de manejos mais eficientes dentro do sistema produtivo para aplicação na lavoura de cada um, facilitando o aumento de produtividade", salienta.
O roteiro de visitas em Dom Pedrito terá início às 9h, com recepção de delegações, no trevo principal da BR 293. As atividades seguem às 10h, com visita a lavoura do Projeto 10, do produtor Otto Prade, na localidade do Espinilho. Esse orizicultor tem uma área total de 313 hectares de arroz plantado. Já, do projeto 10, tem plantado 240 hectares, com a variedade BR IRGA 409 e BR IRGA 410, através do sistema semi-direto.
Ao meio dia, os participantes se reúnem para um almoço-palestra, no Restaurante do Parque de Exposições. O tema em pauta é sobre "Visões Avançadas da Demanda Futura do Arroz - Casca e Indústria". O palestrante é o contador Waldomir Coradini, diretor do Engenho Coradini Ltda.
Já, às 14h, o roteiro segue com visita a Lavoura do Projeto 10, na localidade Banhado dos Anastácios, dos produtores Gilberto Raguzzoni e Moisés Teixeira. Essa lavoura tem 800 hectares de arroz plantado, sendo que 14,55 hectares é do projeto 10. Com o sistema de plantio cultivo mínimo, a variedade plantada no Projeto 10 é IRGA 417. Para às 16h, está marcada a visita a lavoura do Projeto 10, na Fazenda Tulipa - localidade Ponche Verde, de Luís e Pedro Forsin. Essa fazenda tem 570 hectares de arroz plantado. A área do projeto 10 é de 112 hectares, com o sistema semi-direto, com a variedade BR IRGA 417. Os trabalhos em Dom Pedrito encerram às 17h, quando a equipe segue para Uruguaiana, São Borja e Dona Francisca.
Programação Oficial:
Terça-feira, dia 17 de Fevereiro de 2004 - Dom Pedrito
9h - Recepção Delegações
Outros Municípios e Produtores Locais - Trevo Principal da BR 293
10h - Visita a Lavoura do Projeto 10 - Produtor Otto Prade - Espinilho
12h - Almoço-Palestra - Restaurante do Parque
"Visões Avançadas da Demanda Futura do Arroz - Casca e Indústria"
Palestrante: Contador Waldomir Coradini - Diretor do Engenho Coradini Ltda
14h - Visita a Lavoura do
Projeto 10 - Raguzzoni e Teixeira - Banhado dos Anastácios
16h - Visita a Lavoura do Projeto 10 - Irmãos Forsin - Fazenda Tulipa -
Ponche Verde
17h - Deslocamento para Uruguaiana - Pernoite
Quarta-feira, dia 18 de Fevereiro de 2004 - Uruguaiana e São Borja
Uruguaiana - Manhã
7h30min - Recepções Delegações
Escritório do IRGA - Rua Dr. Maia, 3698
Visita as Lavouras do Projeto 10: Agropecuária Ceolin, Parceria Bergallo e
Mirabaux Barcelos
12h - Almoço Livre - Local a ser definido
São Borja - Tarde
- Visita a propriedade do Produtor Jonas Da La Porta
- Visita a Indústria Piraí Alimentos - Produtor do Arroz Prato Fino
- Pernoite em São Borja
Quinta-feira, dia 19 de Fevereiro de 2004 - São Borja
7h30min - Inicio dos Trabalhos
Visita as Lavouras do Projeto 10: Produtores César Aquino, Sérgio Ruviaro e
Mauro Bastiane
12h - Almoço Livre - Local a ser definido
Deslocamento para Dona Francisca
Sexta-feira, dia 20 de fevereiro de 2004 - Dona Francisca
7h30min - Inicio dos Trabalhos
- Visita a CAMPAL e a três Lavouras do Projeto 10
12h - Encerramento da Jornada no final da manhã
Márcia Marinho - Assessora de Imprensa - (53) 99599914
Na cidade pedritense, estão envolvidos 14 produtores, com uma área plantada no projeto 10 de 578 hectares.
Para avaliar a produção e trocar experiências, no dia 17, começa um roteiro de visitação nas lavouras. Depois de Dom Pedrito, os demais municípios a serem visitados são Uruguaiana, São Borja e Dona Francisca. O evento é uma promoção da Associação dos Agricultores de Dom Pedrito e Instituto Riograndense do Arroz (IRGA).
De acordo com o diretor administrativo da Associação dos Agricultores, Renato Rocha, essa atividade teve como berço Dom Pedrito, tendo em vista o alto potencial alcançado das cultivares, atingindo até 13 toneladas nos experimentos na Estação Experimental do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) local. A partir desta constatação, o pesquisador do IRGA, Valmir Gaedke Menezes encontrou na Associação dos Agricultores receptividade e parceria necessárias, e juntos resolveram encarar o desafio, ou seja de transferir os altos índices de produtividade para a lavoura do município.
Rocha diz que o encontro com os demais municípios envolvidos no Projeto 10 visa promover uma integração. "É o momento de trocar experiências entre os orizicultores locais com os produtores de outras regiões, possibilitando assim a descoberta de manejos mais eficientes dentro do sistema produtivo para aplicação na lavoura de cada um, facilitando o aumento de produtividade", salienta.
O roteiro de visitas em Dom Pedrito terá início às 9h, com recepção de delegações, no trevo principal da BR 293. As atividades seguem às 10h, com visita a lavoura do Projeto 10, do produtor Otto Prade, na localidade do Espinilho. Esse orizicultor tem uma área total de 313 hectares de arroz plantado. Já, do projeto 10, tem plantado 240 hectares, com a variedade BR IRGA 409 e BR IRGA 410, através do sistema semi-direto.
Ao meio dia, os participantes se reúnem para um almoço-palestra, no Restaurante do Parque de Exposições. O tema em pauta é sobre "Visões Avançadas da Demanda Futura do Arroz - Casca e Indústria". O palestrante é o contador Waldomir Coradini, diretor do Engenho Coradini Ltda.
Já, às 14h, o roteiro segue com visita a Lavoura do Projeto 10, na localidade Banhado dos Anastácios, dos produtores Gilberto Raguzzoni e Moisés Teixeira. Essa lavoura tem 800 hectares de arroz plantado, sendo que 14,55 hectares é do projeto 10. Com o sistema de plantio cultivo mínimo, a variedade plantada no Projeto 10 é IRGA 417. Para às 16h, está marcada a visita a lavoura do Projeto 10, na Fazenda Tulipa - localidade Ponche Verde, de Luís e Pedro Forsin. Essa fazenda tem 570 hectares de arroz plantado. A área do projeto 10 é de 112 hectares, com o sistema semi-direto, com a variedade BR IRGA 417. Os trabalhos em Dom Pedrito encerram às 17h, quando a equipe segue para Uruguaiana, São Borja e Dona Francisca.
Programação Oficial:
Terça-feira, dia 17 de Fevereiro de 2004 - Dom Pedrito
9h - Recepção Delegações
Outros Municípios e Produtores Locais - Trevo Principal da BR 293
10h - Visita a Lavoura do Projeto 10 - Produtor Otto Prade - Espinilho
12h - Almoço-Palestra - Restaurante do Parque
"Visões Avançadas da Demanda Futura do Arroz - Casca e Indústria"
Palestrante: Contador Waldomir Coradini - Diretor do Engenho Coradini Ltda
14h - Visita a Lavoura do
Projeto 10 - Raguzzoni e Teixeira - Banhado dos Anastácios
16h - Visita a Lavoura do Projeto 10 - Irmãos Forsin - Fazenda Tulipa -
Ponche Verde
17h - Deslocamento para Uruguaiana - Pernoite
Quarta-feira, dia 18 de Fevereiro de 2004 - Uruguaiana e São Borja
Uruguaiana - Manhã
7h30min - Recepções Delegações
Escritório do IRGA - Rua Dr. Maia, 3698
Visita as Lavouras do Projeto 10: Agropecuária Ceolin, Parceria Bergallo e
Mirabaux Barcelos
12h - Almoço Livre - Local a ser definido
São Borja - Tarde
- Visita a propriedade do Produtor Jonas Da La Porta
- Visita a Indústria Piraí Alimentos - Produtor do Arroz Prato Fino
- Pernoite em São Borja
Quinta-feira, dia 19 de Fevereiro de 2004 - São Borja
7h30min - Inicio dos Trabalhos
Visita as Lavouras do Projeto 10: Produtores César Aquino, Sérgio Ruviaro e
Mauro Bastiane
12h - Almoço Livre - Local a ser definido
Deslocamento para Dona Francisca
Sexta-feira, dia 20 de fevereiro de 2004 - Dona Francisca
7h30min - Inicio dos Trabalhos
- Visita a CAMPAL e a três Lavouras do Projeto 10
12h - Encerramento da Jornada no final da manhã
Márcia Marinho - Assessora de Imprensa - (53) 99599914
Senado vai ouvir cientistas sobre a Lei de Biossegurança
O Presidente do Senado, José Sarney (PMDB/AP), recebeu na quinta-feira (12/2), no seu gabinete em Brasília, o diretor científico da FAPESP, José Fernando Perez, em audiência que durou cerca de 20 minutos. Perez lhe entregou pessoalmente a manifestação de preocupação da Fundação sobre os termos da Lei de Biossegurança aprovada na Câmara e em tramitação no Senado.
De acordo com Perez, o senador entendeu as preocupações da FAPESP, expressa em documento emitido após reunião de seu Conselho Superior no dia 11, e se comprometeu a ouvir a comunidade científica dentro das discussões da lei no Senado, em especial a Associação Brasileira de Ciências (ABC) e a própria Fundação. O documento foi enviado a todos os senadores.
Para o presidente da FAPESP, Carlos Vogt, o maior problema do texto da lei é o grande número de instâncias decisórias, que pode prejudicar a pesquisa científica com células embrionárias e transgênicos. “A Lei de Biossegurança certamente trará prejuízos não apenas à pesquisa mas ao próprio desenvolvimento econômico e social do país”, disse.
Segundo Vogt, a lei põe em risco o investimento feito para a formação de uma infra-estrutura de pesquisa nacional, que inclui a construção de uma rede de laboratórios altamente capacitada e a geração de competência de nível internacional, além da criação de empresas de tecnologia, resultado de uma mudança na cultura empresarial. “Tudo isso se encontra ameaçado por uma lei que não consegue contemplar a dinâmica produtiva do conhecimento científico e da inovação tecnológica”, disse.
O documento da FAPESP foi ratificado por representantes da comunidade científica. “O texto da lei, do jeito que está, pode levar à obstrução de pesquisas. Qualquer proibição ou criação de entraves, que não possam ser resolvidos na prática, vão impedir que trabalhos sejam feitos tanto com organismos geneticamente modificados (OGMs) como com as células-tronco”, disse Marco Antônio Zago, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), à Agência FAPESP.
A lei determina a criação de dois novos órgãos que terão o poder de legislar sobre o assunto. Além do surgimento do Conselho Nacional de Biossegurança, a lei obriga que toda instituição que usar técnicas e métodos de engenharia genética crie uma comissão interna de biossegurança.
“O processo de tomada de decisão, que envolve pressão de lobbies e acordos políticos, com base em opinião e tabus e sem o esclarecimento das bases científicas, ou seja, dos verdadeiros riscos e dos benefícios, é outra preocupação”, disse Zago.
Em relação às decisões exclusivamente científicas tomadas sobre os OGMs, elas deverão ficar restritas às reuniões da Comissão Nacional de Biossegurança (CTNBio), caso não ocorra nenhuma nova interpretação jurídica do texto atual. Apenas quando se tratar da liberação comercial dos OGMs é que outras instâncias de poder terão que opinar.
A Lei de Biossegurança também redefiniu o papel da CTNBio. A comissão será composta por 27 pessoas, todas com titulação de doutor e designadas pelo Ministro da Ciência e Tecnologia. Do total, apenas 12 deverão ser especialistas de notório saber científico em áreas de conhecimento sobre os setores animal, vegetal, ambiental e de saúde humana.
“O texto da lei apresenta uma série de imprecisões”, disse Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP. Grande defensora da clonagem para fins terapêuticos e contrária à clonagem para fins reprodutivos, a cientista defende uma simplificação no corpo da lei.
“O ideal seria que houvesse apenas uma única linha, que proibisse a utilização de células-tronco para fins de clonagem reprodutiva. Só isso. Dessa forma, o problema ético estaria resolvido”, disse.
Fonte: Agência FAPESP
De acordo com Perez, o senador entendeu as preocupações da FAPESP, expressa em documento emitido após reunião de seu Conselho Superior no dia 11, e se comprometeu a ouvir a comunidade científica dentro das discussões da lei no Senado, em especial a Associação Brasileira de Ciências (ABC) e a própria Fundação. O documento foi enviado a todos os senadores.
Para o presidente da FAPESP, Carlos Vogt, o maior problema do texto da lei é o grande número de instâncias decisórias, que pode prejudicar a pesquisa científica com células embrionárias e transgênicos. “A Lei de Biossegurança certamente trará prejuízos não apenas à pesquisa mas ao próprio desenvolvimento econômico e social do país”, disse.
Segundo Vogt, a lei põe em risco o investimento feito para a formação de uma infra-estrutura de pesquisa nacional, que inclui a construção de uma rede de laboratórios altamente capacitada e a geração de competência de nível internacional, além da criação de empresas de tecnologia, resultado de uma mudança na cultura empresarial. “Tudo isso se encontra ameaçado por uma lei que não consegue contemplar a dinâmica produtiva do conhecimento científico e da inovação tecnológica”, disse.
O documento da FAPESP foi ratificado por representantes da comunidade científica. “O texto da lei, do jeito que está, pode levar à obstrução de pesquisas. Qualquer proibição ou criação de entraves, que não possam ser resolvidos na prática, vão impedir que trabalhos sejam feitos tanto com organismos geneticamente modificados (OGMs) como com as células-tronco”, disse Marco Antônio Zago, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), à Agência FAPESP.
A lei determina a criação de dois novos órgãos que terão o poder de legislar sobre o assunto. Além do surgimento do Conselho Nacional de Biossegurança, a lei obriga que toda instituição que usar técnicas e métodos de engenharia genética crie uma comissão interna de biossegurança.
“O processo de tomada de decisão, que envolve pressão de lobbies e acordos políticos, com base em opinião e tabus e sem o esclarecimento das bases científicas, ou seja, dos verdadeiros riscos e dos benefícios, é outra preocupação”, disse Zago.
Em relação às decisões exclusivamente científicas tomadas sobre os OGMs, elas deverão ficar restritas às reuniões da Comissão Nacional de Biossegurança (CTNBio), caso não ocorra nenhuma nova interpretação jurídica do texto atual. Apenas quando se tratar da liberação comercial dos OGMs é que outras instâncias de poder terão que opinar.
A Lei de Biossegurança também redefiniu o papel da CTNBio. A comissão será composta por 27 pessoas, todas com titulação de doutor e designadas pelo Ministro da Ciência e Tecnologia. Do total, apenas 12 deverão ser especialistas de notório saber científico em áreas de conhecimento sobre os setores animal, vegetal, ambiental e de saúde humana.
“O texto da lei apresenta uma série de imprecisões”, disse Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP. Grande defensora da clonagem para fins terapêuticos e contrária à clonagem para fins reprodutivos, a cientista defende uma simplificação no corpo da lei.
“O ideal seria que houvesse apenas uma única linha, que proibisse a utilização de células-tronco para fins de clonagem reprodutiva. Só isso. Dessa forma, o problema ético estaria resolvido”, disse.
Fonte: Agência FAPESP
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