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segunda-feira, novembro 08, 2004

NOTA DE ESCLARECIMENTO SEMENTES DE ALGODÃO

A Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) informa que poderá haver falta de sementes certificadas e fiscalizadas de algodão no Brasil na próxima safra (2004/2005), o que pode causar enorme impacto na safra 2005.
Recentemente, a imprensa divulgou que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), tem fiscalizado e confirmado denúncias de que está ocorrendo o cultivo, de forma ilegal, de algodão geneticamente modificado, muito possivelmente oriundo de contrabando. Essa atitude de piratas e de seus "clientes" fere as legislações de Biossegurança e de Sementes e Mudas.
Devido à complexidade do processo de produção de sementes de algodão, que envolve o uso comum de maquinários para o beneficiamento de pluma e de sementes, é possível que boa parte das sementes legais, certificadas e fiscalizadas, tenha sido prejudicada por essa atividade irregular de cultivo e uso de algodão transgênico, uma vez que as sementes convencionais passam a ter "traços" do algodão geneticamente modificado, cultivado e processado pelos piratas. Embora muitos países já tenham aprovado o uso do algodão transgênico, há que se respeitar o fato de que no Brasil isso ainda não ocorreu.
Enquanto os piratas usam sementes transgênicas de forma proposital, as sementes legais - com traços daquelas - continuam sendo convencionais. O MAPA , na falta de uma regra para o caso, passou a exigir padrão de pureza de 100% (tolerância zero). Essa medida que ocorreu após o processo de produção de sementes ter sido completado ou terminado, o que inviabilizou a disponibilidade de sementes suficientes para atender a necessidade do mercado nacional.
Há algumas semanas, ao tomar conhecimento do problema criado, a Abrasem moveu todos os esforços junto aos órgãos responsáveis (MAPA e CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), para buscar uma solução, afim de evitar o desabastecimento de sementes de algodão para o plantio da safra atual. A Abrasem propõe que sejam permitidos o cultivo e o uso de algodão com pelo menos 99% de pureza, para evitar desabastecimento - no que é apoiada por várias entidades. A escassez de sementes de alta pureza, de cultivares registradas no MAPA, poderá acarretar redução de área plantada e de produtividade, comprometendo a oferta e qualidade da pluma produzida no Brasil, que já conquistou o mercado internacional.
O combate à pirataria e ao uso ilegal de sementes, por meio de uma fiscalização severa, é essencial para consolidar a recuperação da independência do Brasil na produção do algodão. A qualidade da fibra, produtividade, resistência a doenças tropicais e adaptação à colheita mecânica são resultados do enorme investimento em pesquisa e desenvolvimento feito pelas associadas da Abrasem. Como ainda há muito a melhorar, é necessário manter a pesquisa e a criação de novas variedades, para que o país continue competitivo.

...e já se sabe que "piratas e seus clientes" não têm compromisso com a inovação nem com o sucesso de nossa sociedade.

Brasília, 05 de novembro de 2004


ABRASEM
Associação Brasileira de Sementes e Mudas

LVBA Comunicação
Adriane Froldi - (11) 3039-0654 (adriane@lvba.com.br)
Tatiana Weissberg - (11) 3039-0653 (tatiana@lvba.com.br)

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