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quarta-feira, outubro 06, 2004

Produtores do PR esperam definição, mas vão plantar transgênicos

O falta de legislação sobre a soja transgênica preocupa os produtores paranaenses, mas não vai impedir o plantio. "Vai ter plantação. E muita", disse o presidente do Sindicato Rural de Chopinzinho, a 400 quilômetros de Curitiba, Ênio Pigosso. "A expectativa é muito grande para saber se a lei sai ou não."
A lei paranaense que proibia o plantio, comercialização e transporte de soja transgênica no Estado foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e, como não há lei federal nem medida provisória sobre a questão, os produtores têm telefonado para as entidades que os representam. Em Chopinzinho, são mais de 700 associados.
"A maioria quer plantar transgênico e está esperando essa definição federal. Todo mundo tem um pouco de semente guardada", disse o presidente do sindicato. O período de plantio deve começar em 15 a 20 dias. No ano passado Pigosso plantou o produto geneticamente modificado, após assinar o termo de compromisso e ajustamento de conduta. Agora, eleito presidente da entidade, Pigosso disse que se não houver legislação não vai plantar soja transgênica. "Infelizmente."

Precaução
Segundo ele, os produtores paranaenses ficam mais temerosos que os de outros Estados por causa da posição do governo estadual frontalmente contra o plantio e comercialização de soja transgênica. "Aqui é mais complicado."
Mas a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) defende o cultivo de ambas, a soja transgênica e a convencional. "Nós temos condições de segregar", disse o assessor da presidência da Faep, Carlos Albuquerque. "A soja transgênica é um fato consumado. O governo federal já liberou duas vezes e agora fica nesse nhenhenhém."
O diretor do Departamento de Fiscalização e Sanidade Agropecuária (Defis), da Secretaria da Agricultura do Estado, Felisberto Baptista, disse que a posição do governo é de desestimular o plantio de transgênico neste momento. "Estamos na expectativa de uma lei ou de uma medida provisória que balize as ações", afirmou. De acordo com Baptista, a posição do Estado é de precaução em razão de não existirem estudos sobre as conseqüências no organismo humano e por questões comerciais. Segundo ele, entre o convencional e o transgênico, a preferência tem sido pelo primeiro. "Mas, a rigor, a questão é de soberania nacional."
Baptista não acredita que haja sementes transgênicas como afirmou o presidente do Sindicato Rural de Chopinzinho. "Não existe semente.
O que existe são grãos", acentuou. Mesmo porque no ano passado muito produtores plantaram amparados no termo de ajuste e guardaram parte da produção. O Defis, afirmou, está fiscalizando o comércio e as barreiras interestaduais, pois há permissão de entrada de grãos geneticamente modificados apenas para a indústria. "Para o plantio, ainda aguardamos a legislação", ressaltou.

Fonte: Paraná On Line

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