Apesar de a soja ser um exemplo de sucesso quando o assunto é produtividade da agricultura brasileira – ainda que ambientalistas se oponham a essa opinião – o Brasil tem deixado de ganhar bilhões de dólares com o produto. O motivo é a ferrugem asiática, doença provocada por um fungo que está atrapalhando bastante a vida do produtor brasileiro.
“Acho muito difícil que tenha ocorrido uma corrente de ar única, que trouxe esse problema direto para o Brasil. Para mim, em algum momento, alguém teve a intenção de trazer isso para cá, mas essa é opinião minha”, disse Afonso Celso Candeira Valois, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Para Valois, um dos conferencistas de sexta-feira (10/9), último dia do 50º Congresso Brasileiro de Genética, em Florianópolis, não se trata de paranóia. “O Brasil deve se preocupar com o bioterrorismo”, disse o pesquisador à Agência FAPESP.
A lista de exemplos por ele apresentada tinha vários itens, lembrando que pragas de fora do Brasil andam fazendo estragos nos campos brasileiros há vários anos. Isso ocorreu com o cacau, na Bahia, com a banana, na Amazônia, e está ocorrendo com a carambola, no Amapá. “E novas ameaças estão à nossa porta, como a monilia do cacaueiro, o besouro asiático da madeira, o mal da vaca louca e a gripe asiática das aves”, ressaltou.
Se dentro da Embrapa existem pessoas preocupadas com o que o pesquisador chama de “segurança biológica da agricultura e da biodiversidade”, fora da instituição esse é um problema ainda pouco discutido. “Acho que ainda não há muitas pessoas olhando para isso”, disse.
Uma iniciativa que nasceu na própria Embrapa gerou um plano estratégico de vigilância em segurança biológica na agricultura, que foi entregue na semana passada à Agência Brasileira de Inteligência (Abin). “É preciso que vários atores estejam envolvidos: cientistas, políticos e quem mais for preciso”, sugere Valois.
Não são apenas as ameaças vindas de fora que prejudicam a balança comercial brasileira. Problemas internos, não devidamente atacados, também estão causando um desequilíbrio financeiro. “Na safra de 2001, por exemplo, o Brasil perdeu US$ 422 milhões porque 466 toneladas de castanha foram devolvidas. As taxas de toxinas encontrada no produto estavam várias vezes acima do normal. Também tivemos problema com lotes de pimenta do reino contaminadas com salmonela”, contou o pesquisador da Embrapa.
Dentro desse plano, ele afirma que os cientistas e os geneticistas devem desempenhar um papel fundamental. “Uma das áreas em que a Embrapa trabalha, por exemplo, é no desenvolvimento de proteínas de defesa, que ajudam no combate a pragas”, disse.
A engenharia genética e todas as aplicações biotecnológicas seriam armas das mais importantes para que esse outro tipo de segurança, a biológica, possa ser garantida. “A partir da análise ampla desse problema, poderemos manejar os riscos biológicos e ambientais para a alimentação e para a agricultura”, acredita Valois, que também defende o termo “bioglobalização” para esses novos cenários.
Fonte: Agência FAPESP
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