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quarta-feira, setembro 22, 2004

Gordon Butland, especialista da indústria avícola aponta os desafios para o Brasil no mercado mundial de carnes

A avicultura mundial tem crescido em média 5% ao ano, devido ao crescimento da atividade em países como Brasil, China, México e Índia. Em 2004, porém, esse desempenho não deverá passar de 3%, devido a diversos fatores, como os recentes problemas de sanidade e até mesmo à redução da taxa de crescimento da população mundial.
Os dados são do especialista Gordon Butland, diretor do setor avícola do banco holandês Rabobank Internacional, maior financiador agrícola do mundo, que está no Brasil a convite da Alltech do Brasil, empresa de soluções naturais para alimentação e saúde animal.
Para uma atenta platéia de mais de 350 pessoas, incluindo os maiores produtores e exportadores de carne de frangos do Brasil, Butland ponderou que não é preciso tanto alarde em torno da China, pois o país não deve se tornar grande importador tampouco grande exportador de carne de frangos. “A China deve importar matéria-prima, como milho e soja, para desenvolver a produção localmente”, acredita o especialista.
Por outro lado, o Brasil precisa ficar atento aos Estados Unidos, país com o qual haverá acirrada concorrência pelos mercados de exportação. “O Brasil tem custos significativamente menores tanto nos mercados de aves vivas quanto de carne, mas os EUA detêm a força política, como acontece na Rússia”, analisa Butland.
Quanto à Tailândia, importante mercado exportador, o diretor do Rabobank lembra da gripe aviária, doença responsável por prejuízos de US$ 500 milhões no país –, alertando o Brasil para trabalhar para que a avicultura nacional não fique tão dependente das exportações, pois o risco é muito grande.
Gordon Butland ressalta os desafios da avicultura no cenário mundial, tendo em vista a crescente importância da segurança alimentar, meio ambiente e bem-estar animal. “O surgimento da BSE (doença da vaca loucac) nos Estados Unidos e os crescentes problemas de saúde animal na Ásia fizeram com que os tradicionais propulsores da avicultura – crescimento populacional e aumenta de renda – dessem lugar a uma crise de confiança e preocupações com a saúde. Em algumas regiões, essa crise fez com que o consumo de carne de frango caísse até 80%”, analisa o especialista.
O recado foi claro: o Brasil precisa fazer o dever de casa, cuidar da sanidade animal, atentar para as exigências dos consumidores e para os concorrentes. “Para a indústria, seja de produção de carne de aves, suína ou bovina, o foco deve ser na qualidade dos insumos e na produção eficiente, além de atentar às exigências do consumidor e para o que os concorrentes estão fazendo”, finaliza Butland.


Texto Assessoria de Comunicações (11) 3675 1818
Jornalista responsável – Altair Albuquerque

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