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segunda-feira, julho 19, 2004

Tecnologia garante vida longa ao maracujazeiro

Vida longa e próspera para os pomares de maracujá. É o que garante a mini-enxertia, uma tecnologia desenvolvida pelo pesquisador Geraldo Nogueira, da Embrapa Roraima. O processo consiste na enxertia hipocotiledonar – que é uma pequena abertura na superfície logo abaixo das primeiras folhas - , utilizando plantas jovens de seis a oito centímetros das variedades que se deseja enxertar.
A tecnologia, segundo o pesquisador, é eficiente na produção de mudas de maracujazeiro, pois permite cerca 100 por cento de pegamento e uma precocidade excelente. Quarenta e cinco dias após a enxertia a muda está pronta para plantio. O modelo convencional leva em média seis meses para obtenção de uma muda em condições de cultivo.
Esse processo, que serviu de tese de doutorado de Geraldo Nogueira na Universidade Estadual de São Paulo, campus de Jaboticabal, pode permitir que os pomares de maracujá voltem a ter uma vida útil de três a cinco anos. Hoje, o produtor renova o pomar anualmente devido aos problemas fitossanitários que atacam a cultura no sistema convencional de plantio, que é a propagação por sementes.
As doenças que atingem em cheio os maracujazeiros, como a podridão do colo da planta, a murcha e os nematóides formadores de galhas, são as responsáveis pela baixa produtividade dos pomares em todo o País. Em média, segundo o pesquisador, a produtividade brasileira de maracujá é de apenas 10 toneladas por hectare.
Mas, ao lançar um olhar no futuro, ele acredita que com a enxertia hipocotiledonar os pomares poderão chegar ao nível das melhores performances, produzindo de 40 a 50 toneladas por hectare. A enxertia como processo de propagação, de acordo com Geraldo Nogueira, apresenta também a vantagem de perpetuar os melhores materiais com as características desejáveis, alta produção e teores elevados de suco e açúcar.

MAIOR PRODUTOR
Hoje, segundo o IBGE, o Brasil é o maior produtor mundial de maracujá. Em 2003, por exemplo, o País teve uma produção de 479 mil toneladas, numa área de 33 mil hectares. A Bahia comanda a produção com 77 mil toneladas, em 7,8 mil hectares. São Paulo é o segundo maior produtor: 58 mil toneladas, em 3,7 mil hectares. O estado de Roraima produziu, em 2002, de acordo com o IBGE, apenas 800 teneladas, numa área de 100 hectares.
Planta da família das passaifloráceos, o maracujá tem origem indígena e significa “mara-cuia” ou “comida de cuia”. Típico do nordeste brasileiro, o maracujá é produzido durante todo o ano em temperaturas médias de 20 a 32 graus. A fruta é fonte de carboidratos,além de conter vitaminas A, C e o complexo B. Ela é rica em sais minerais como cálcio, fósforo e ferro

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Fernando Sinimbu - Jornalista responsável

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