Sim, responde Horácio Lafer Piva, com o artigo ‘O teste da confiança’
A indústria de SP expressa sua posição de apoio à adoção dos organismos geneticamente modificados, como variável de progresso científico, evolução tecnológica e modernidade
Horacio Lafer Piva é o presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de SP (Fiesp/Ciesp). Artigo publicado na ‘Folha de SP’:
Neste momento em que todas as opiniões convergem para a necessidade de o Brasil somar maiores doses de inovação tecnológica à sua produção, ganha urgência a aprovação, pelo Congresso Nacional, do estatuto jurídico para o uso, pela agroindústria brasileira, dos OGMs, as sementes transgênicas.
No quadro de sua recém-anunciada política industrial, o governo federal já acentuou a necessidade de encorajar a inovação tecnológica; e a inovação mais competitiva será aquela que puder ser gerada aqui, dentro do país, pelo trabalho de nossos pesquisadores – na Embrapa, nas Universidades e empresas.
Mas, para que esses esforços nacionais realmente floresçam, eles dependem de vários fatores positivos, e não somente de apoio financeiro às empresas.
Em primeiro lugar está o fator confiança. É preciso acreditar no progresso da ciência, na evolução permanente da tecnologia e na responsabilidade e competência dos pesquisadores e das empresas do nosso país e também do exterior.
Por isso mesmo, a indústria de SP sente-se convocada a expressar, publicamente, a sua posição de apoio à adoção dos chamados OGMs, os organismos geneticamente modificados, como variável de progresso científico, evolução tecnológica e modernidade.
Ela também acompanha com atenção o cenário internacional e não ignora o avanço dos países que são nossos parceiros, mas também competidores, nos mercados mundiais.
Ainda há dias a mídia americana notou como a China, apesar de ser grande importadora de grãos, está desenvolvendo na área agrícola um sofisticado programa de biotecnologia que já a tornou a maior produtora de trigo do mundo.
A Índia, o outro país-baleia da Ásia, conseguiu tantos progressos no cultivo de grãos que já se dá o luxo de exportá-los.
Agora é também a vez da Rússia, como sublinhou há dias o ‘Wall Street Journal’: nas terras historicamente férteis da Criméia, o atual milagre é a explosão da produção do trigo, com a variedade de semente batizada Don 95 e que já preocupa os agricultores do Meio-Oeste americano.
Esses exemplos internacionais são, por si só, convincentes. E o Brasil, o país-continente que tem as dimensões físicas para se ombrear aos outros, que realizou a grande revolução agrícola dos anos 90, com a conquista tecnológica da região do cerrado, exemplo para o mundo?
A Fiesp, obviamente, cuidou de auscultar, sobre a questão dos OGMs, as entidades setoriais que diretamente representam o agronegócio brasileiro, que igualmente se definiram de maneira categórica em favor da introdução dos OGMs.
Os argumentos apresentados pela Abag, a Associação Brasileira de Agribusiness, e pela Abiove, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, são lógicos e poderosos.
O ponto-chave da questão, sem dúvida, é que esse segmento precisa se situar de maneira sólida na vanguarda da tecnologia e possuir a capacitação para desenvolver aquele ‘valor adicionado’ em seus produtos, que vai diferenciá-los das commodities e lhes dar vantagem competitiva nos mercados mundiais.
Eis o porquê de uma regulamentação legal que encoraje a inovação e que não dê abrigo às limitações sugeridas pelas emoções políticas e pelo preconceito.
Se existem certos nichos de mercado na Europa cujos consumidores não desejam produtos geneticamente modificados, como alegam os adversários dos OGMs, isso não deve impedir o Brasil de fornecer aos amplos mercados mundiais que pensam de maneira diferente.
Mesmo na Europa, ao mesmo tempo em que entravam em vigor as regras para a rotulagem de alimentos com engenharia genética, foram abrandadas, em abril passado, as restrições aos OGMs.
Além do mais, o Brasil possui condições geográficas privilegiadas e únicas para desenvolver simultaneamente produtos não-modificados, destinados a nichos diferentes de consumidores.
Por tudo isso, a Fiesp pede ao Congresso que complete rapidamente a tramitação da nova Lei de Biossegurança, levando em conta os termos originais do projeto 2.401, como haviam sido relatados pelo então deputado, hoje ministro, Aldo Rebelo.
O relatório Rebelo teve a aprovação das entidades que representam o agronegócio brasileiro e abre o espaço para discussões em base científica e para processos de aprovação dos OGMs menos burocráticos e lentos.
Sublinhe-se que a lei criará novas atribuições para a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, a CTNBio, cujos especialistas terão a missão de acompanhar e analisar rigorosamente cada passo da biotecnologia brasileira.
A indústria de SP considera necessárias e indispensáveis as normas técnicas previstas na nova Lei de Biossegurança e vê como amplamente suficientes as verificações técnicas nela previstas.
Posicionamo-nos, portanto, em favor dos reais interesses do desenvolvimento nacional, pela inovação tecnológica em qualquer grau, mas com responsabilidade social e pelo avanço do agronegócio brasileiro.
Fonte: Folha de SP
AgroBrasil - @gricultura Brasileira Online
+ LIDAS NA SEMANA
-
302 leitores da revista The Scientist responderam a uma enquete sobre a liberação de culturas transgênicas. 60% disseram que as condições ...
-
Aécio Neves - 24/02/2014 O Brasil perdeu mais uma oportunidade histórica de se colocar à altura de seu papel de liderança...
-
O caso da divulgação do vídeo com cenas de sexo da assessora parlamentar do Senado não é o primeiro em Brasília. Em 2004 o caso “ Fabiula ...
-
Por Roberto Barreto de Catende Fabíola parecia uma colheitadeira de última geração. Uma daquelas máquinas fantásticas, cheia de rec...
-
A apresentadora do Programa SuperPop da Rede TV, Luciana Gimenez, prometeu na sexta-feira (2) que a atração da noite de segunda-feira (5) s...
-
O escândalo está instalado!!! Finalmente a Darlene de Brasília , também conhecida como Musa do MAPA , revelou, em rede nacional (Band),...
-
Reinaldo Pacheco da Costa* O que define uma engenharia, antes de tudo, é a existência de uma "obra", já que Engenharia, em sua ...
-
Nacionalismo canhestro MERVAL PEREIRA, no O Globo em 30.7.2014 De duas, uma: ou há uma conspiração internacional contra o Brasi...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
+ LIDAS NOS ÚLTIMOS 30 DIAS
-
Aécio Neves - 24/02/2014 O Brasil perdeu mais uma oportunidade histórica de se colocar à altura de seu papel de liderança...
-
302 leitores da revista The Scientist responderam a uma enquete sobre a liberação de culturas transgênicas. 60% disseram que as condições ...
-
O caso da divulgação do vídeo com cenas de sexo da assessora parlamentar do Senado não é o primeiro em Brasília. Em 2004 o caso “ Fabiula ...
-
Por Roberto Barreto de Catende Fabíola parecia uma colheitadeira de última geração. Uma daquelas máquinas fantásticas, cheia de rec...
-
O escândalo está instalado!!! Finalmente a Darlene de Brasília , também conhecida como Musa do MAPA , revelou, em rede nacional (Band),...
-
Reinaldo Pacheco da Costa* O que define uma engenharia, antes de tudo, é a existência de uma "obra", já que Engenharia, em sua ...
-
A apresentadora do Programa SuperPop da Rede TV, Luciana Gimenez, prometeu na sexta-feira (2) que a atração da noite de segunda-feira (5) s...
-
Dióxido de cloro é uma maneira eficaz de realizar a desinfecção sem agredir o meio ambiente. Vários produtos do mercado nacional já cumprem...
-
Nacionalismo canhestro MERVAL PEREIRA, no O Globo em 30.7.2014 De duas, uma: ou há uma conspiração internacional contra o Brasi...
Arquivo do blog
- ► 2017 (166)
- ► 2014 (1387)
-
▼
2004
(1342)
-
▼
julho
(138)
-
▼
jul. 20
(15)
- Aspectos Jurídicos sobre os OGM’s
- Sem aprovação de lei, comércio de soja modificada ...
- Lei de Biossegurança deve facilitar a produção de ...
- Lei de Biossegurança deve facilitar a produção de ...
- O momento de decisão em biossegurança
- INPEV INAUGURA NOVA CENTRAL NO RIO GRANDE DO SUL
- Fenaca lança selo de qualidade da cachaça
- Dirigente da Agropecuária Jacarezinho fará palestr...
- Agropecuária CFM faz workshop sobre confinamento
- Setor de rações pode aumentar preços em mais de 10...
- Schering-Plough Coopers oferece Programa Universidade
- MANEJO DO SOLO DE CERRADO É TEMA DE CURSO NA EMBRA...
- CLARKE, MODET & Cº ALERTA PARA A PIRATARIA DE CULT...
- NORDESTE TERÁ BACTÉRIA PARA AUMENTAR PRODUÇÃO DE F...
- Cerco ao agrotóxico ilegal
-
▼
jul. 20
(15)
-
▼
julho
(138)
Nenhum comentário:
Postar um comentário