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quinta-feira, junho 24, 2004

Embrapa apresenta novas cultivares de algodão para o Centro-Oeste

Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estão empenhados em apresentar aos cotonicultores brasileiros as vantagens de duas novas variedades de algodão desenvolvidas pelo programa de melhoramento genético da estatal. Batizadas de “BRS Peroba” e “BRS Camaçari”, as novíssimas cultivares lançadas pela Embrapa Algodão, unidade da Embrapa instalada em Campina Grande/PB, chegam ao mercado com o desafio de substituir gradativamente a campeã de cultivo no país, a CNPA ITA-90.
Segundo o melhorista que desenvolveu a “Peroba”, Eleusio Curvelo Freire, a nova cultivar apresenta resistência múltipla a diversas doenças comuns à cotonicultura praticada principalmente no Centro-Oeste brasileiro. “Ela apresenta maior resistência a viroses e a problemas como alternaria, bacteriose, fusarium e nematóides”, detalha Curvelo.
Com relação às características tecnológicas de fibras, a nova cultivar de algodão branco possui resistência de fibra superior aos valores médios apresentados pela CNPA ITA 90 e seu “índice de fiabilidade” médio chega a 2.268, garantindo-lhe boa produtividade de fibras e fios de alta qualidade.
A equipe de Eleusio Curvelo testou a nova cultivar em áreas produtoras do Cerrado por três safras consecutivas a partir de 2001, obtendo uma produtividade média de algodão em caroço de 4.200 quilos por hectare e de 1.741 quilos por hectare de fibras. “É uma produtividade 4,4% superior à obtida pela CNPA ITA 90 com relação ao algodão com caroços, e de mais de três porcento em relação à produtividade de fibras”, ressalta o pesquisador.

Camaçari
Já a BRS Camaçari, além de apresentar alta resistência a problemas ocasionados por diversas viroses, também é indicada para o cultivo em áreas do Semi-Árido nordestino, tendo sido testada e validada por quatro safras, a partir de 1999, em lavouras comerciais do Centro-Oeste, do Ceará e do Piauí.
Sua produtividade média em caroço alcançou 4.024 quilos por hectare e até 1.630 quilos de fibra em cada hectare. Ela superou a ITA 90 em quase dez por cento, em comparação com a produtividade média em caroço, e 7,7% para a produtividade de fibras. Os pesquisadores recomendam que o cultivo da BRS Camaçari seja efetuado entre 20 de novembro e 30 de dezembro, nas regiões de Cerrados, inclusive Bahia. E de dezembro a abril no Semi-Árido do Nordeste.
Na próxima quinta-feira, 24, a partir das 7 horas, a Embrapa e seus parceiros promovem um dia-de-campo especial para divulgação das novas variedades. O local escolhido é a Fazenda Itaquerê, em Novo São Joaquim (MT). O evento vai abordar questões como as estratégias comerciais para as novas variedades, biotecnologia, transgênicos e o mercado internacional de algodão.

Dalmo Oliveira (MTb/PB n° 0598)
Embrapa Algodão
Contatos: (83) 315.4362

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