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terça-feira, junho 08, 2004

20° Simpósio Internacional Alltech, nos Estados Unidos, aponta para nova era na alimentação animal, com foco na segurança do produto final

“Estamos na Era da Revolução da Nutrição Animal. A questão agora é saber com exatidão qual a influência dos minerais orgânicos, enzimas e leveduras, os ingredientes dessa transformação, nesse novo momento”. Com essas palavras, o bioquímico irlandês Pearse Lyons, fundador e presidente da Alltech – empresa de soluções naturais para alimentação e saúde animal – encerrou o 20º Simpósio Internacional da Indústria da Alimentação Animal, realizado entre os dias 23 e 26 de maio, em Lexington (Kentucky, EUA). O evento teve o desafio de tentar re-imaginar a indústria de alimentação animal, considerando as exigências atuais e futuras do mercado e tendo como foco a segurança e qualidade dos alimentos para o homem.
“Precisamos quebrar os paradigmas e mudar a forma de ver a nutrição animal, usar novas ferramentas para melhorar a dieta dos animais e, principalmente, usá-las antes dos nossos concorrentes para superar as expectativas dos clientes”, alertou Pearse Lyons para uma atenta platéia de 1.300 produtores, técnicos, nutricionistas, pesquisadores e empresários dos agronegócios vindos de 70 países – o Brasil, segundo maior mercado da Alltech, somente atrás dos Estados Unidos, participou com mais de 80 profissionais.
Segundo Lyons, enzimas, leveduras e minerais orgânicos são as novas ferramentas da era da alimentação animal que, além de sua função básica de bem nutrir os animais, proporcionam benefícios econômicos com ganhos de produtividade dos animais e proteção contra enfermidades, sem contar que não deixam resíduos nos alimentos e respeitam o meio ambiente, itens relevantes para os consumidores cada vez mais preocupados com a qualidade dos alimentos que consomem e também com o que é oferecido aos animais de produção.
Para David Byrne, comissário para assuntos agropecuários da União Européia, presente na abertura do Simpósio Internacional da Alltech, o consumidor é chave para o sucesso das empresas ligadas ao agronegócio. “O ponto mais importante é manter a confiança do consumidor e oferecer os produtos que eles querem, cada vez mais naturais e saudáveis”, afirmou o comissário da UE.
Não é sem motivo que a UE está na frente da revolução mundial na indústria de alimentação, que envolve o banimento dos antibióticos promotores de crescimento utilizados na nutrição animal. O processo foi iniciado em 1994 e hoje apenas quatro itens ainda podem ser utilizados na dieta de aves, suínos e bovinos. Porém, dois deles deixarão de ser usados a partir de 01 de janeiro de 2006 e os outros dois até o final de 2007. A partir de 2008, portanto, nenhum antibiótico promotor de crescimento poderá ser usado na União Européia.
“O que fazer, então?”, pergunta Pearse Lyons. “Se os antibióticos promotores de crescimento representam um fator nutricional negativo, deixe de usá-los, encontre soluções que, além de manter a confiança dos consumidores, os surpreenda. As indústrias têm o desafio e a responsabilidade de encontrar alternativas para resolver os problemas da nutrição animal, mantendo o desempenho produtivo dos animais”, insiste Lyons.
Especialistas brasileiros presentes ao 20º Simpósio Anual da Indústria da Alimentação também estão atentos ao banimento dos antibióticos na UE, importante mercado para as carnes brasileiras, e também a essa nova realidade da indústria de alimentação animal baseada em produtos naturais e na confiança do consumidor. O grupo de brasileiros teve acesso a mais de 70 apresentações sobre novas pesquisas e o desenvolvimento da indústria de alimentação animal em pequenos animais, avicultura, suinocultura, pecuária (corte e leite), eqüinos e aqüicultura, além de agronomia e alimentação humana, feitas por especialistas de várias partes do mundo.
José Marcos Calsavara, diretor da Nutriara Alimentos (PR), empresa de rações para pequenos animais, entende que é muito próxima a relação de confiança e fidelidade do consumidor. “Por isso, trabalhamos para oferecer todas as soluções para nossos clientes e podemos afirmar que os todos sabem bem o que querem. É comum o cliente optar por utilizar rações enriquecidas com minerais orgânicos e então comprovam os benefícios que o alimento faz ao animal e não deixam mais de usar”, afirma Calsavara.
Para Carlos Cardoso, zootecnista da Salutti (GO), empresa de complexos minerais de Goiás, que assistiu ao painel de bovinos do simpósio, é preciso fazer o que o mercado quer: se a tendência é por insumos naturais que não deixam resíduos nas carnes, leite e ovos, as empresas precisam se adequar a essa realidade e compreender que ela irá enriquecer atividade e não encarecer, como alguns podem pensar. “Procuramos sempre sair na frente, como afirmou Pearse Lyons no evento da Alltech. Foi assim quando começamos a usar os antibióticos promotores de crescimento e está sendo agora enquanto deixamos de usá-los e passamos a utilizar substitutos naturais. Daqui a três anos, toda a linha de produtos da Salutti será natural e contamos com as tecnologias oferecidas pela Alltech para alcançar esse objetivo”, afirma o zootecnista.
Para Clever Ávila, diretor do Negócio Aves da Seara Alimentos (SC), líder em exportações de aves para os exigentes mercados da Ásia e Europa, que participou do Summit Agribusiness 2004 – encontro de negócios realizado pela Alltech paralelamente ao Simpósio, em Lexington (EUA) –, a produção de carne sem antibióticos promotores de crescimento já é uma prática nos dias de hoje devido à grande preocupação dos consumidores com resíduos deixados nos produtos. “A tendência é ampliar ainda mais esse conceito”, diz.
É verdade. Na SuperFrango (GO), explica o diretor José de Souza, toda a produção caminha para atender a demanda por produtos naturais até 2005. “Participar de um evento como esse que nos possibilita trocar experiências com empresários do mundo todo é excelente. É muito interessante ver como as outras empresas estão se adaptando às novas exigências do mercado e constatar que estamos no caminho certo”, afirma o diretor da Super Frango.

Texto Assessoria de Comunicações: tel. (11) 3675-1818
Jornalista responsável: Altair Albuquerque (MTb 17.291)

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