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terça-feira, maio 04, 2004

China veta soja brasileira com alto teor de agrotóxico

A China devolverá uma carga de soja brasileira que chegou ao país em 16 de abril, porque as autoridades da área de quarentena descobriram vestígios de um fungicida nocivo na carga, segundo traders.
A carga de soja foi inspecionada pelas autoridades locais encarregadas da quarentena dois dias depois. "As autoridades detectaram indícios de fungicida na carga, que poderia se alastrar para as sementes de soja, que poderia ter sido fumigada nas sementes de soja como uma medida preventiva contra o incontrolável alastramento da ferrugem asiática da soja", afirmou um trader de uma companhia da área de oleaginosas de Hong Cong.
A ferrugem asiática da soja, um fungo transportado pelo ar, poderá atacar as folhas das plantas de soja e reduzir significativamente a produtividade. Por isso, os sojicultores brasileiros precisaram usar fungicida nas suas lavouras com maior intensidade neste ano para conter o avanço da doença.
As esmagadoras chinesas ultimamente relutam em comprar novas cargas de soja sul-americana por conta da demanda deprimida por farelo de soja e devido às baixas margens de lucro obtidas com o esmagamento, mas reflete também a disposição das esmagadoras para reduzir a compra de soja. "Elas certamente perderão dinheiro se começarem as operações de esmagamento agora", disse um trader da National Cereals Oils and Foodstuff Import & Export Corp. (Cofco), da China.
Não está claro se a carga poderá ser devolvida com sucesso, afirmaram os traders. "Isso poderá envolver algum esforço diplomático. Esperemos para ver o vai ocorrer", disse o primeiro trader.
A China, maior comprador mundial de soja, importou 20,74 milhões de toneladas da oleaginosa em 2003, o que representa uma alta de 83% em comparação com as importações de 2002, segundo dados oficiais da Alfândega.

No Brasil
Em Brasília, o Ministério da Agricultura anunciou que suspenderá a emissão de certificado fitossanitário para exportação de soja em carregamentos do produto onde for constatada a mistura de grãos e sementes tratadas com agroquímicos. A determinação foi encaminhada pelo Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal à fiscalização nos postos de vigilância agropecuária dos estados do Rio Grande do Sul e Paraná.
O tempo bom nos últimos dias ajudou a agricultura do Paraná, que colhe as últimas lavouras de soja. Produtores que ficaram parados por uma semana por causa da chuva aproveitaram o sol para recuperar o trabalho perdido, informou a Agência Brasil. A estimativa para o fim da colheita é de duas semanas, nos Campos Gerais e em Guarapuava.

Fonte: Gazeta Mercantil

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