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quinta-feira, abril 08, 2004

Chocolate brasileiríssimo tem patente registrada

As Páscoas futuras podem ter uma boa novidade nas prateleiras. A Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), da Universidade de São Paulo (USP), patenteou a tecnologia de fabricação de seis produtos provenientes do cupuaçu (Theobroma grandiflorum).
Segundo os pesquisadores envolvidos, o fruto nativo da Amazônia, da mesma família do cacau, traz diversas vantagens. O preço da gordura do cupuaçu, por exemplo, custa um terço da gordura do cacau, além de ser mais saudável por apresentar menor teor de teobromina, uma substância com efeitos estimulantes.
“Apesar de ser plantado em larga escala no Brasil, o cacau é um produto muito caro por não ser uma planta nativa. A nossa formulação provou que o cupuaçu é um excelente substituto, com basicamente as mesmas propriedades do cacau e um preço inferior”, disse a responsável pela pesquisa e pelo pedido de patente Suzana Caetano da Silva Lannes, do Departamento de Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica da FCF, à Agência FAPESP.
Foram desenvolvidas versões meio amargo, ao leite e branco. As formulações levaram em conta que os produtos tivessem consistência semelhante à dos chocolates tradicionais. “Foi preciso fazer uma alteração na parte gordurosa do produto para deixá-lo com uma consistência ideal, que permitisse sua comercialização no mercado”, disse Suzana. Isso devido à gordura de cupuaçu ter apresentado maciez maior do que a manteiga de cacau, fazendo com que o produto ficasse muito mole, o que poderia dificultar sua comercialização em países com clima tropical.
Os pesquisadores também patentearam achocolatados de três tipos: tradicional, adicionado de cálcio e dietético. As três variedades são instantâneas e dissolvem assim que colocadas no leite.
Se a ciência resolveu o problema dentro do laboratório, um impasse jurídico, por causa das normas brasileiras, está instalado a partir de agora. Segundo Suzana, como os novos produtos não são feitos com manteiga de cacau, eles não podem, por lei, ser considerados ou comercializados como chocolates. A patente da USP, por exemplo, saiu como “produtos alimentícios a base de cupuaçu”.
“Nós patenteamos a otimização da formulação e toda a tecnologia que envolve a produção do cupuaçu com o objetivo de desenvolver a linha industrial. O produto está com as características ideias para ser comercializado, inclusive com relação ao sabor”, disse Suzana.
Para a pesquisadora, as autoridades competentes deveriam fazer uma revisão e criar uma legislação específica para o produto. Existe interesse de indústrias estrangeiras na formulação, além de a USP ter sido consultada por empresas nacionais interessadas em comercializar o novo “chocolate” de cupuaçu.


Fonte: FAPESP

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