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segunda-feira, abril 26, 2004

Ceará desenvolve água-de-coco em pó

Pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (UECE) padronizaram a água-de-coco na forma de pó (ACP) e já requereram o registro da patente do produto que promete provocar uma revolução em vários nichos de mercado.
O produto conserva todas as características físico-químicas do coco in natura e tem várias aplicações industriais, desde o segmento de bebidas de reposição energética para atletas ao uso de diluente para inseminação artificial.
Também é próprio para a conservação de órgãos destinados a transplante, como a córnea. A inovação tecnológica terá forte impacto econômico nas áreas de diluente para vacinação de aves, com redução de custo em torno de 80% nas granjas.
Para passar do laboratório ao balcão, da pesquisa para o mercado, foi criada a empresa ACP Biotecnologia, que está sendo incubada no Parque de Desenvolvimento Tecnológico de Fortaleza (PADETEC).
Laboratórios multinacionais e empresas da área de alimentação esportiva estão interessados no produto e podem patrocinar o desenvolvimento da pesquisa. No momento, conta apenas com financiamento da Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa (FUNCAP) e apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O histórico dos estudos que culminou com o processamento da água-de-coco em pó vem desde as décadas de 80 e 90. A primeira patente biológica brasileira foi registrada por um cearense, o cientista José Ferreira Nunes, catedrático de Veterinária na Uece, doutor em reprodução animal. Posteriormente, associaram-se os pesquisadores João Monteiro Gondim (médico) e Cristiane Clemente de Mello Salgueiro, veterinária (doutora em reprodução animal).
O processo de transformação do líquido em pó se dá por meio de nebulização com uso do equipamento spray dry, do Padetec, que conserva todas as características. No caso do coco, o processo é vital, pois a água perde facilmente suas propriedades logo que é retirada de seu “habitat”, hermeticamente fechada sob forte pressão atmosférica e sem qualquer incidência de luz.
O fechamento de contratos comerciais propiciará o processamento em escala industrial e com desdobramentos. Junto com a água-de-coco em pó, podem adicionar-se outras frutas tropicais, como maracujá, manga e acerola já em fase de experimentação.

Fonte: Diário do Nordeste

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