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terça-feira, março 09, 2004

Mangaba: gostosa, light e versátil, fruta é tema de pesquisas na Embrapa Cerrados

Uma árvore que dá frutos diversos, da reserva legal aos lucros colhidos no pomar. A mangabeira, árvore nativa do Cerrado e dos tabuleiros costeiros nordestinos, é objeto de estudo de cientistas da Embrapa Cerrados. Eles pesquisam, há três anos, a reprodução da mangabeira e sua introdução ao cultivo, além de aspectos sanitários.
Os pesquisadores Ailton Vitor Pereira e Elainy Botelho C. Pereira (Agenciarural-GO), estudam técnicas de plantio com sementes e de reprodução clonada.

Clonagem e possibilidades comerciais
"A clonagem é ideal para quem quer plantar fruteiras visando à produção comercial", explica Pereira. Entre as vantagens que o cientista aponta, é que a clonagem ou reprodução assexuada, feita por meio de enxertia, garante a qualidade e a precocidade de produção de frutos. Enquanto uma mangabeira reproduzida por semente demora pelo menos cinco anos para frutificar, o clone pode gerar mangabas a partir de dois anos.
Embora a fruta seja mais consumida no nordeste do país, as mangabas do Cerrado podem ser bastante atraentes do ponto de vista comercial. O peso da mangaba do Cerrado pode chegar a 250g. No Nordeste, a fruta tem, em média, 30g.
A mangaba é bastante apreciada por seu sabor característico, para ser consumida in natura, em sorvetes ou sucos e por sua leveza calórica: cerca de 50 quilocalorias por 100g. Além disso, a mangabeira é uma cultura rústica, que se adequa a solos arenosos, de pouco aproveitamento agrícola. Por isso, é apontada como uma alternativa economicamente viável para pequenos e médios produtores. Um dos objetivos das pesquisas na Embrapa Cerrados é oferecer condições de levar a mangabeira a pomares comerciais.

Reserva legal
Para fim de manter uma reserva legal, a reprodução com sementes é a mais apropriada, por garantir a diversidade genética das árvores. A pesquisa na Embrapa Cerrados sobre reprodução sexuada é composta do estudo dos recipientes mais adequados para o plantio, dos melhores substratos e adubações para o plantio de mudas e técnicas de manejo no viveiro.

Sanidade da mangabeira
Os pesquisadores da Embrapa Cerrados José de Ribamar Nazareno dos Anjos e Maria José D´avila Charchar tiveram um resultado importante na área de sanidade no ano passado. Eles diagnosticaram um outro tipo de podridão das raízes, causado pelo fungo Fusarium solani em mudas e plantas adultas de mangabeiras do Cerrado. Atualmente, eles pesquisam a relação entre níveis de água no solo e podridão de raízes.
O pesquisador da Embrapa Cerrados Nilton Tadeu Vilela Junqueira, em conjunto com Pereira e Elainy, fizeram uma revisão bibliográfica sobre as doenças mais comuns da mangabeira: antracnose, mancha parda ou mancha roxa e podridão de raízes e as formas de evitar ou minimizar essas doenças.

Informações para o produtor
A Embrapa, o Governo de Goiás e a Agencia Rural lançaram uma publicação sobre de Mudas de Mangabeira (Documentos 65 da Embrapa). Informações podem ser obtidas pelo Serviço de Atendimento ao Consumidor, email sac@cpac.embrapa.br e telefone (61) 388-9953.

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