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terça-feira, fevereiro 03, 2004

MAPA E SETOR PRIVADO VÃO DESENVOLVER CAMPANHA DE PREVENÇÃO À GRIPE DO FRANGO

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Milho e Sorgo, Aves e Suínos decidiu criar um grupo temático para desenvolver uma campanha de reforço às ações de prevenção à influenza aviária no país. Entre as possíveis medidas a serem adotadas, está a instalação de pedilúvios - equipamentos para desinfecação – nos portos e aeroportos, visando um maior controle dos passageiros que chegam ao Brasil procedentes da Ásia. O anúncio foi feito pelo hoje (02/02) pelo secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Amauri Dimarzio, pouco depois de presidir a reunião da câmara do setor convocada para analisar uma estratégia de prevenção à gripe do frango.
Maior produtor e exportador mundial de aves, o Brasil nunca teve qualquer caso de gripe do frango. “Mesmo assim, temos que adotar medidas preventivas contra a influenza”, ressaltou Dimarzio. Até quinta-feira, ele receberá do grupo temático as sugestões para o desenvolvimento da campanha. Algumas propostas já foram apresentadas pelo próprio Dimarzio: elaboração de um documento com perguntas e respostas sobre a influenza aviária para ser distribuído à população; a edição de resumo técnico para ser enviado à cadeia produtiva; reforço no programa de capacitação de técnicos especializados no combate à gripe do frango e revisão de legislação sanitária sobre avicultura.
“A avicultura brasileira, por seu avanço tecnológico, é uma das mais modernas do mundo e tem risco praticamente zero para a doença”, reforçou Dimarzio. No entanto, acrescentou, é preciso tomar medidas adicionais às que já são empregadas hoje pelo programa nacional de sanidade avícola para eliminar qualquer possibilidade de entrada da gripe do frango no país. O secretário-executivo defendeu ainda o desenvolvimento de campanhas de prevenção à influenza aviária no Mercosul e na América do Sul. Ele informou também que nos próximos dias chegarão ao país missões de empresários japoneses e sul-coreanos interessados em comprar aves do mercado nacional.
“Esta é uma grande oportunidade para a avicultura brasileira”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), Júlio Cardoso, referindo à possibilidade de o Brasil aumentar ainda mais sua participação do mercado internacional de carne de aves, em razão da ocorrência da gripe do frango na Ásia. Ao elogiar a decisão do governo de reunir a cadeia produtiva para discutir uma estratégia de prevenção à doença, ele revelou que as exportações de frango devem crescer cerca de 10% neste ano. No ano passado, o país assumiu a liderança mundial do setor, com vendas externas de US$ 1,8 bilhão, representando embarques de 1,9 milhão de toneladas.
A pesquisadora Liana Brentano, da unidade de Suínos e Aves da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), também garantiu que são remotas as chances de a influenza aviária chegar ao Brasil. Ela afirmou, porém, que o país precisa reforçar seus mecanismos de controle do material importado e manter um monitoramento constante dos plantéis de aves. A pesquisadora fez uma palestra sobre a gripe do frango no mundo durante a reunião, que contou com as presenças do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Clayton Campanhola, e da União Brasileira de Avicultura, Zoe da Silveira D’Ávila, entre outros.


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