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quinta-feira, fevereiro 05, 2004

Fumicultores familiares protestam contra os baixos preços do fumo nos três estados do Sul

Fetraf-Sul/CUT organiza grandes protestos para o final do mês e denuncia: “os custos de produção aumentaram 53,3% e os preços são praticamente os mesmos pagos no ano passado ou abaixo disso”.

Em assembléias locais, que já acontecem em mais de 80 municípios nos três estados do Sul, fumicultores familiares protestam contra os baixos preços pagos ao produto pelas empresas fumageiras nesta safra. Essas assembléias comunitárias e municipais ocorrem nas principais regiões produtoras de fumo do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar – Fetraf-Sul/CUT – está organizando grandes mobilizações de fumicultores para os dias 26 e 27 de fevereiro em diversas regiões do Sul do Brasil.
Segundo o coordenador de Formação da Fetraf-Sul/CUT, Marcos Rochinski, “o descontentamento é grande. Estamos recebendo o mesmo preço do protocolo do ano passado, cerca de R$ 6,00 a R$ 6,50 o quilo, e tivemos um aumento nos custos de produção de mais de 53% da última safra pra cá. Em várias regiões, os produtores estão recebendo bem abaixo do que foi pago no ano passado. Nessas, a média não passa de R$ 4,00 o quilo do fumo”, reclama. “Já estamos realizando assembléias com forte presença dos fumilcultores nas localidades mais prejudicadas e estamos organizando um grande protesto nos três estados do Sul para o final do mês”, conclui Rochinski.
Os dados – O Brasil é o maior exportador mundial de fumo. A atividade gera uma receita adicional ao país de cerca de 1 bilhão de dólares ao ano. Somente em 2003, o Brasil exportou perto de 450 mil toneladas de fumo. A expectativa, para 2004, é de vender, lá fora, algo em torno de 550 mil toneladas de fumo brasileiro e gerar uma receita de 1,5 bilhão de dólares. Os fumicultores reclamam que os lucros que as grandes empresas obtém com a produção, não chega até eles. A Região Sul responde por mais de 95% da produção nacional de fumo, com cerca de 180 mil famílias produtoras, sendo que 90 mil se encontram no Rio Grande do Sul, 60 mil em Santa Catarina e 30 mil no Paraná.

Jornalista: Thea Tavares (MTb 3207-PR).

Contatos: - Marcos Rochinski – Coordenador de Formação da Fetraf-Sul – (41) 9994-6478; - Albino Gewehr – Representante da CUT-Nacional na Câmara Setorial do Fumo – (51) 9663-7897 ou (51) 3719-1262; - José Silva – Representante da Fetraf-Sul/CUT na Câmara Setorial do Fumo – (47) 9955-5335 / 353-1424 / 352-1257.

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