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sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Apicultores do Distrito Federal vão sair da informalidade

Projeto APIS e Casa do Mel beneficiarão pequenos produtores do DF com central de processamento do produto e apoio do Sebrae
Brasília - Organizar, desenvolver e fortalecer a cadeia produtiva da apicultura no Brasil são os objetivos do projeto Apis – Apicultura Integrada e Sustentável desenvolvido pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
A idéia é criar um ambiente propício onde o pequeno apicultor tenha condições de desenvolver técnicas de produção mais limpa, aumentando a produtividade e melhorando o padrão da qualidade do mel.
O Sebrae no Distrito Federal aderiu ao projeto no dia 6 de fevereiro, acreditando no potencial apícola do DF. Apesar de o setor sofrer com a informalidade e até mesmo com a desorganização de vários produtores, o Apis nasceu para fomentar a apicultura familiar e torná-la em uma importante fonte de renda.
Em 2002, os apicultores do DF produziram 16 toneladas de mel, e em 2003 cerca de 13 toneladas.
O setor sofre com a questão da comercialização. Como não possui uma unidade processadora de mel, a Divisão de Produtos de Origem Animal e Vegatal (Dipova) não libera o selo atestando que o produto pode ser comercializado.
Para ajudar esses produtores, o Governo do Distrito Federal construiu a tão esperada Casa do Mel, na Granja do Torto, que se chamará “Palácio do Mel Sonho de Dom Bosco”, um investimento de R$ 150 mil.
“Agora nós já temos a estrutura, só faltam as máquinas, que já compramos, e os móveis. O projeto APIS veio no momento oportuno para melhorar a nossa tecnologia, desenvolvendo a qualidade do nosso mel e também para participarmos de rodadas de negócios para comercializar e até para conseguir um selo de qualidade. Nós somos clandestinos e com a Casa do Mel com certeza vamos nos formalizar e crescer”, afirma o coronel Nilo Macedo, presidente da Associação Apícola do Distrito Federal.
O setor apícola no DF está dividido em dois grupos. Um que freqüenta a associação e que tem apiários distribuídos pelo DF e Entorno, e outro que mora e produz mel na área rural. A Associação Apícola do DF já existe há mais de 20 anos e conta com mais de mil associados, mas apenas 120 produtores são atuantes.
“Nós queremos trazer todos os produtores de mel da área rural para o nosso lado, para que o setor fique mais organizado e para que todos possam crescer conjuntamente”, diz Nilo.
A Casa do Mel possibilitará aos produtores continuarem com sua marca, mas o processamento do mel será feito lá. Com a Casa a associação oferecerá cursos para formar novos apicultores e também irá desenvolver novas parcerias. “Vamos aumentar a produção e queremos tornar o Distrito Federal auto-suficiente na produção do mel para depois exportarmos”, planeja Nilo.
Segundo Nilo o mel de Brasília é de primeiríssima qualidade. “A cada dois anos acontece o Congresso de Apicultura no Brasil, organizado pela Confederação Brasileira de Apicultura, e todos os Estados concorrem na qualidade do mel. Há oito anos Brasília fica nos primeiros lugares”, afirma Nilo. Além da boa qualidade do mel, Brasília ainda conta com outro diferencial competitivo: o clima. Por possuir um clima tropical e com baixa umidade, o mel do DF tem maior durabilidade, e, ainda, é produzido livre de agrotóxicos e pesticidas.
Com o Apis a associação terá acesso a um dos programas mais requisitados do Sebrae, o Programa de Alimentos Seguros, que trata questões que vão desde a higiene ao manuseio e armazenamento do alimento até o controle de qualidade.
A adoção dessas práticas é uma exigência da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e, além disso o programa é recomendado pela OMC (Organização Mundial do Comércio), FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), pela Comunidade Européia, Mercosul e Estados Unidos.

Tarciso Nascimento

Serviço: Sebrae no Distrito Federal – 362 1700


ASN – Agência Sebrae de Notícias

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