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quarta-feira, janeiro 21, 2004

BRASIL PROÍBE ENTRADA DE AVES E PRODUTOS DE PAÍSES COM DIAGNÓSTICO DE INFLUENZA AVIÁRIA

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinou a proibição da entrada de aves, seus produtos e subprodutos de países onde tenha ocorrido casos de influenza aviária, a chamada “gripe do frango”. Além disso, o ministério intensificou a vigilância em portos e aeroportos com vistoria de bagagens procedentes de países onde houve a ocorrência da doença desde 1991.
O veterinário Jorge Caetano, coordenador substituto de Vigilância e Programas Sanitários da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), informa que a influenza aviária é exótica no Brasil e foi constatada em países que não exportam produtos avícolas para o país. O Ministério da Agricultura recomenda aos produtores, porém, restringir as visitas de pessoas procedentes desses países a estabelecimentos avícolas nacionais. “Pedimos ainda a comunicação imediata de qualquer suspeita de ocorrência da doença ao serviço veterinário oficial”, diz Caetano.
Nas últimas semanas, foi identificado o vírus de influenza aviária num surto em duas províncias do sul do Vietnã, que resultou, até o momento, na morte de 40 mil aves e no abate sanitário de outras 30 mil. Um surto de influenza aviária ocorreu na Coréia do Sul em dezembro de 2003 e ainda, nas últimas semanas, as autoridades do Japão anunciaram a morte de 6 mil aves de uma única propriedade devido à infecção pela mesma cepa do vírus influenza.
Para impedir a entrada e disseminação da doença no país, o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), em vigor desde 1994, tem desenvolvido estudos de atividade viral e vigilância também para a doença de “Newcastle”, que é uma doença da “Lista A” da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), de notificação obrigatória ao serviço veterinário oficial. As principais via de transmissão do vírus da influenza aviária são excreções e secreções de aves migratórias. Os proprietários, trabalhadores, técnicos e visitantes eventuais das granjas podem transferir fezes de lotes contaminados, através dos calçados ou de outro material (veículos de transporte, ração, cama, comedouros, bebedouros, gaiolas), para lotes suscetíveis ao vírus.
O primeiro caso de transmissão de influenza aviária para humanos ocorreu em 1997, em Hong Kong, e provocou 18 casos e 6 mortes. Estudos genéticos subseqüentes associaram este surto em humanos à influenza aviária. Foram sacrificadas em torno de 1,5 milhão de aves domésticas naquele país. Outros surtos de influenza aviária em humanos foram identificados recentemente: um em Hong Kong em fevereiro de 2003, com dois casos e uma morte; e outro na Bélgica e Holanda, em abril de 2003, com 83 casos e o óbito de um veterinário.


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