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terça-feira, janeiro 27, 2004

ALGODÃO TRANSGÊNICO : Decisão polêmica na Colômbia

O sinal verde do governo da Colômbia para o cultivo comercial de algodão geneticamente modificado provocou polêmicas acirradas com os grupos ambientalistas do país.
A decisão do governo foi estimulada pelos produtores. Cerca de 6,5 mil hectares de algodão Bt, resistente a pragas, estão atualmente plantados no norte do país e devem ser colhidos em fevereiro ou março, segundo o serviço on-line de notícias SciDev.Net.
A medida foi duramente criticada por entidades ambientalistas. Para elas, o cultivo de plantas transgênicas não deveria ser permitido sem a rotulagem. Ou seja, sem a aplicação de um certificado emitido pelo ministério do meio ambiente para autorizar ações ou produtos que possam afetar a biodiversidade.
“Ainda não houve uma avaliação técnica rigorosa que mostre os efeitos no meio-ambiente do plantio do algodão transgênico”, disse Germán Velez, diretor da Fundación SwissAid, organização ambientalista.
O governo rebate as críticas, afirmando que pesquisas mostraram que o algodão Bt não prejudica o meio-ambiente ou o ser humano. “Trata-se de uma tecnologia muito promissora que pode melhorar a qualidade do nosso algodão”, disse o ministro da Agricultura Carlos Gustavo Cano.
A polêmica deve aumentar, pois a Colombia pretende autorizar também o plantio do milho transgênico. O governo alega que o objetivo é tornar a agricultura do país mais competitiva no mercado internacional. Segundo Cano, enquanto que na Argentina, por exemplo, são cultivados 25% dos organismos geneticamente modificados do mundo, o resto da América Latina responde por apenas 1% do total.
Velez reclama da falta de discussão sobre o assunto no país. Segundo o diretor da SwissAid, seria necessário realizar mais pesquisas de opinião pública.
A polêmica está presente até mesmo entre os próprios fazendeiros. Uma pesquisa feita em 2003 pela Sociedade Colombiana de Produtores Agrícolas mostrou que, enquanto 50% dos fazendeiros disserem apoiar o uso de transgênicos, 46% disseram ser contra.



Fonte: Agência FAPESP

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